Argentina fecha acordo de 90 dias com Jan de Nul para dragar rio Paraná

Publicado em 21/09/2021 16:42

BUENOS AIRES, 21 de setembro (Reuters) - O governo argentino concordou formalmente com assinatura de um acordo de 90 dias com a empresa belga Jan de Nul para continuar a dragar o rio Paraná, uma importante via de grãos, de acordo com uma resolução publicada nesta terça-feira (21) no Diário Oficial.

A resolução também incluiu o lançamento de uma licitação para a manutenção de longo prazo da hidrovia interior, ao longo da qual são transportados cerca de 80% das exportações agrícolas do país sul-americano, incluindo soja, milho e trigo.

A Reuters relatou o acordo de curto prazo no início deste mês, citando uma fonte do governo.

A dragagem do Paraná, questionada desde que o governo de centro-esquerda anunciou planos para que o estado tenha um papel mais ativo na hidrovia, é fundamental para que grandes navios porta-contêineres possam navegar das regiões agrícolas do interior até o oceano.

A Argentina é o maior exportador mundial de soja processada, o segundo maior produtor de milho e um grande exportador de trigo e cevada. A profundidade do Paraná é uma vantagem competitiva para os exportadores do país, permitindo o acesso de navios maiores.

No início do ano, expirou a concessão de longo prazo de Jan de Nul para dragar o Paraná. O novo acordo significa que a subsidiária local da empresa executará o trabalho até que uma licitação de 180 dias seja concluída. Uma proposta mais longa será oferecida posteriormente.

De acordo com a resolução, as obras são urgentes para "garantir a continuidade das condições de operação" da hidrovia, principalmente devido ao baixíssimo nível do rio Paraná devido a uma histórica seca rio acima no sul do Brasil.

O Paraná está em seu nível mais baixo na Argentina em quase 77 anos, o que tem gerado dificuldades logísticas para o enorme comércio agroexportador do país e prejudicado as comunidades que vivem às margens do rio.

(Reportagem de Reportagem de Maximilian Heath e Adam Jourdan; Edição de Nicolas Misculin e Steve Orlofsky)

Fonte: Reuters

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