Seca já causa prejuízo de R$ 1,5 trilhão no PR

Publicado em 23/12/2008 13:13
A forte seca no Paraná deve começar a dar um alívio no próximo dia 26, logo após o Natal, quando meteorologistas prevêem que choverá durante quinze dias. A boa notícia, entretanto, vem acompanhada de R$ 1,5 trilhão de prejuízo para a colheita de agricultores paranaenses. Os produtores de feijão e milho foram os mais prejudicados, com perdas de 25,5% e 20%, respectivamente. O prejuízo só não será maior, se chover o suficiente até a primeira quinzena de janeiro do próximo ano, quando o plantio do milho safrinha e do feijão começa.

O Estado esperava para este mês 150 milímetros (mm) de chuva, o equivalente a 150 litros de água por metro quadrado. "Esta seca está muito atípica. Só constatei algo parecido em 2003", classificou Expedito Rebello, meteorologista do Serviço de Pesquisas Aplicadas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Brasília. Segundo ele, no Estado a média de chuva não utrapassou os 30 milímetros de pluviosidade. "As chuvas começam no dia 26 e devem se estender por 15 dias", prevê o meteorologista.

O pesquisador do Sistema de Meteorologia do Paraná (Simepar), Lisandro Jacobsen, declarou que o déficit hídrico no Estado está em torno de 80 mm a 120 mm. Segundo ele, praticamente todas as regiões do Estado foram atingidas pela seca.

O diretor do Departamento de Economia Rural (Deral-Seab), Francisco Simioni, observou que a cada dois anos o Estado vem enfrentando fortes secas. Ele informou que este fenômeno climático vem se repetindo nos últimos 15 anos, sendo necessário que pesquisadores se debrucem para estudar esta situação, inclusive, propondo saídas. "Precisamos discutir um novo calendário agrícola, o tipo de plantio para áreas mais comprometidas com a seca, além de criar sementes mais resistentes para enfrentar a estiagem", sugeriu Simioni.

Milho e Feijão

A falta de chuvas entre novembro e dezembro deste ano prejudicaram às lavouras de milho e feijão, quando normalmente acontece o plantio. "A seca que sempre acontecia em outros períodos do ano, começou bem na época do plantio", constatou Simioni. A seca começou exatamente no momento da floração e frutificação do milho, ocasionando perdas irreversíveis. A estimativa de colheita era de 8,73 milhões de toneladas, mas este número não deve utrapassar 6,98 milhões de toneladas.

O feijão só pôde ser plantado depois de agosto e setembro deste ano, devido a baixa quantidade de chuvas. O atraso no plantio comprometeu o desenvolvimento da planta porque em novembro e dezembro a estiagem continuou forte nas regiões produtoras. Das 610,4 mil de toneladas esperadas na colheita, estima-se que este número não utrapassará 454,8 mil de toneladas. Uma perda avaliada em 155,6 mil de toneladas.
Fonte: Folha de Londrina

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa fecha quase estável após semana agitada; Petrobras cai
Aprosoja-GO, Faeg e deputada federal Marussa Boldrin pedem melhorias nas fiscalizações do Crea-GO
Aprosoja-MT envia representantes ao Rio Grande do Sul para prestar solidariedade
CNA participa de lançamento da Comissão Estadual das Mulheres do Agro de Tocantins
Agro e Prosa Episódio 744 - Apagão de mão de obra ameaça crescimento da IATF no Brasil