Falha técnica em data center da CME afeta a negociação de futuros de commodities e outros ativos
A CME Group, maior operadora de bolsas do mundo e referência global na formação de preços de commodities agrícolas, enfrenta uma falha técnica que interrompeu a negociação de diversos contratos futuros — incluindo soja, milho, trigo, farelo e óleo de soja.
A pane foi causada por um problema no sistema de resfriamento de data centers da CyrusOne, empresa que opera mais de 55 instalações nos EUA, Europa e Japão. Como resultado, as atualizações de preços dos principais contratos agrícolas do CME/CBOT ficaram indisponíveis por parte do dia, afetando participantes que dependem dessas cotações para operações de hedge, arbitragem, comercialização física e análise de risco.
A interrupção também afetou o fluxo de dados utilizado por corretoras e plataformas internacionais. Algumas instituições na Europa, como Saxo Bank e XTB, suspenderam negociações relacionadas às commodities agrícolas, enquanto outras recorreram a cálculos internos para estimar preços — aumentando a incerteza e reduzindo a transparência do mercado.
Sem cotações em tempo real, traders relataram operar “às cegas”, o que elevou significativamente o risco operacional e intensificou a preocupação com a possível volatilidade na reabertura plena do mercado. O episódio ocorreu em um período de baixa liquidez pós-Ação de Graças, o que pode ter mitigado parte do impacto imediato — mas destaca a vulnerabilidade da infraestrutura tecnológica que sustenta os mercados agrícolas globais.
Este não é um evento isolado. A CME já enfrentou problemas semelhantes no passado, incluindo uma interrupção em contratos agrícolas em 2014. Em 2024, outras bolsas internacionais também registraram falhas técnicas, reforçando a necessidade de contínuo investimento em resiliência e redundância operacional.