EUA afirmam ter atacado militantes do Estado Islâmico no noroeste da Nigéria

Publicado em 26/12/2025 06:46 e atualizado em 26/12/2025 07:41

PALM BEACH, FLÓRIDA, 25 Dez (Reuters) - Os Estados Unidos realizaram um ataque contra militantes do Estado Islâmico no noroeste da Nigéria a pedido do governo nigeriano, disseram o presidente Donald Trump e militares norte-americanos na quinta-feira, alegando que o grupo estava atacando os cristãos na região.

"Esta noite, sob minha orientação como comandante-em-chefe, os EUA lançaram um ataque poderoso e mortal contra a escória terrorista do ISIS no noroeste da Nigéria, que tem visado e matado cruelmente, principalmente, cristãos inocentes, em níveis não vistos há muitos anos, e até mesmo séculos!", disse Trump em uma postagem no Truth Social.

O Comando Africano das Forças Armadas dos EUA disse que o ataque foi realizado no estado de Sokoto em coordenação com as autoridades nigerianas e matou vários militantes do ISIS.

O ministro das Relações Exteriores da Nigéria, Yusuf Maitama Tuggar, disse à emissora britânica BBC que o ataque foi uma "operação conjunta" visando "terroristas" e que "não tem nada a ver com uma religião específica".

Sem citar especificamente o ISIS, Tuggar disse que a operação havia sido planejada "há algum tempo" e que usou informações de inteligência fornecidas pelo lado nigeriano. Ele não descartou a possibilidade de novos ataques, acrescentando que isso dependia de "decisões a serem tomadas pela liderança dos dois países".

O ataque ocorre depois que Trump, no final de outubro, começou a alertar que o cristianismo enfrenta uma "ameaça existencial" na Nigéria e ameaçou intervir militarmente no país da África Ocidental por causa do que ele diz ser a falha do país em impedir a violência contra as comunidades cristãs.

A Reuters informou na segunda-feira que os EUA estavam realizando voos de coleta de informações sobre grande parte da Nigéria desde o final de novembro.

'MAIS POR VIR'

O Ministério das Relações Exteriores da Nigéria disse que o ataque foi realizado como parte da cooperação de segurança em andamento com os EUA, envolvendo compartilhamento de inteligência e coordenação estratégica para atingir grupos militantes.

"Isso levou a ataques de precisão contra alvos terroristas na Nigéria por meio de ataques aéreos no Noroeste", disse o ministério em um post no X.

Um vídeo postado pelo Pentágono mostrou pelo menos um projétil lançado de um navio de guerra. Uma autoridade de defesa dos EUA disse que o ataque teve como alvo vários militantes em locais conhecidos do ISIS.

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, agradeceu ao governo nigeriano no X por seu apoio e cooperação e acrescentou: "Mais por vir..."

O governo da Nigéria disse que grupos armados têm como alvo tanto muçulmanos quanto cristãos, e as alegações dos EUA de que os cristãos enfrentam perseguição não representam a complexa situação de segurança e ignoram os esforços para proteger a liberdade religiosa. Mas o governo concordou em trabalhar com os EUA para reforçar suas forças contra grupos militantes.

A população do país é dividida entre muçulmanos que vivem principalmente no Norte e cristãos no Sul.

A polícia disse na quinta-feira que um suposto homem-bomba matou pelo menos cinco pessoas e feriu outras 35 em uma mesquita no Nordeste da Nigéria, outra região afetada por insurgentes islâmicos.

Em uma mensagem de Natal publicada anteriormente no X, o presidente nigeriano Bola Tinubu pediu paz em seu país, "especialmente entre indivíduos de crenças religiosas diferentes".

Na semana passada, as forças armadas dos EUA lançaram ataques separados em grande escala contra dezenas de alvos do Estado Islâmico na Síria, depois que Trump prometeu revidar na sequência de um suposto ataque do ISIS contra o pessoal dos EUA no país.

(Reportagem de Trevor Hunnicutt, Idrees Ali, Surbhi Misra e Simon Lewis; reportagem adicional de Donna Bryson e Maria Tsvetkova)

Fonte: Reuters

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