O elevado impacto econômico das epidemias

Publicado em 28/04/2009 08:56
O impacto econômico de uma eventual pandemia de gripe suína é, por enquanto, difícil de avaliar, mas estimativas baseadas nos números referentes à gripe aviária ou à Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS) dão uma ideia do fenômeno.

Em 2006, o Banco Mundial (Bird) registrou diferentes aspectos do impacto econômico das doenças animais, como perda de produtividade, queda dos lucros dos setores que utilizam recursos animais (agricultura, transporte), impacto "por tabela" nos setores de atividade relacionados (turismo, lazer), e custos da prevenção e do controle.

Gripe aviária:

Surgida em 2003, a cepa H5N1 do vírus da gripe aviária matou pelo menos 250 pessoas, principalmente no sudeste da Ásia.

De acordo com um relatório publicado pelo Bird em 2008, uma pandemia "moderada" poderia provocar uma queda de 2% do PIB mundial, enquanto uma pandemia "grave" poderia acarretar uma perda de quase 5%, correspondente a mais de US$ 3 trilhões. A gripe aviária não tomou as proporções que eram esperadas. Mesmo assim, Em 2006, o Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliou que uma grave pandemia de gripe aviária teria um "impacto significativo mas breve" na economia mundial.

Sars

Surgida na China no fim de 2002 antes de se propagar pelo resto da região em 2003, a doença que ficou conhecida como epidemia da pneumonia atípica (Saras) teria custado, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de US$ 20 bilhões aos países do sudeste asiático em termos de PIB, além de custos gerais e perdas comerciais de US$ 60 bilhões.

De acordo com estes números, o custo total para os países da Ásia teria ficado em mais de dois milhões de dólares por pessoa contaminada. A pandemia atingiu 8 mil pessoas e deixou mais de 800 mortos em todo o mundo, sendo 350 na China.

Febre aftosa:

Altamente contagiosa para os animais, a febre aftosa não costuma ser transmissível ao homem, mesmo se alguns casos já foram registrados no passado.

Em 2001, a Grã-Bretanha teve de lidar com uma epizootia que custou no total cerca de US$ 90 bilhões, sendo US$ 49 bilhões de "incidência negativa" nos setores do turismo e do lazer, segundo um relatório divulgado pelo Bird em 2006.

Gripe suína

O surto de gripe suína no México poderá reduzir o turismo e levar os consumidores a ficarem em casa, prejudicando ainda mais uma economia que já enfrenta dificuldades por causa da recessão nos Estados Unidos, que reduziu a demanda pelas exportações do país.

O Produto Interno Bruto (PIB) poderá encolher este ano mais do que o previsto, se houver restrições amplas às viagens ao México e ao comércio com o país, o que poderá acontecer nos casos de contaminação continuem a crescer, disse Alberto Bernal, chefe de pesquisa da Bulltick Securities Corp..

 

Fonte: Gazeta Mercantil

Fonte: Gazeta Mercantil

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