Inflação deve encostar ainda mais no teto da meta perto das eleições

Publicado em 09/04/2014 14:19 e atualizado em 12/06/2014 20:59
por Rodrigo Constantino, de veja.com.br

Inflação deve encostar ainda mais no teto da meta perto das eleições

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação no Brasil, de março foi de 0,92%, maior avanço para o mês em onze anos e acima do resultado de fevereiro (0,69%). O dado foi divulgado na manhã desta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado fez o acumulado dos últimos doze meses alcançar 6,15%, bem próximo ao teto da meta do governo, de 6,5% e também maior do que o acumulado de 12 meses até fevereiro (5,68%). No primeiro trimestre, a inflação soma 2,18%.

A expectativa do mercado era de uma alta de 0,85% em março e 6,08% em 12 meses. Na prévia de março, divulgada pelo IBGE há duas semanas, o índice havia subido 0,73% e 5,90% em 12 meses.

Os analistas esperam que a tendência de alta continue nos próximos meses, fazendo o IPCA chegar muito próximo do teto da banda oficial na época das eleições. Isso, nunca é demais lembrar, com vários preços administrados pelo governo congelados, ou seja, um índice artificialmente reduzido, de forma insustentável.

IPCA 12 meses. Fonte: Bloomberg

A inflação alta será “o” tema nessas eleições. O governo, ciente do perigo, tem repetido que está tudo sob controle, tentando acalmar a população apenas com o gogó. Mas a cada ida ao supermercado, o eleitor sente no bolso uma realidade bem diferente.

As principais causas do problema são conhecidas pelos bons economistas: um Banco Central que foi negligente e leniente por tempo demais com a pressão inflacionária, recusando-se a aumentar a taxa de juros no momento adequado por adotar uma postura subserviente ao governo; gastos públicos crescentes; e expansão de crédito, principalmente pelos bancos estatais, acelerada demais e sem lastro na poupança doméstica.

Como fica claro, a impressão digital do governo está em todas as cenas do crime. Não se trata de choques externos, de condições climáticas, de ganância de empresários, nada disso. Foi uma política de governo que produziu tal resultado: um crescimento econômico medíocre, que sequer deve chegar a 2% este ano, e uma inflação resiliente e em patamar muito incômodo.

A oposição vai, com certeza, explorar esse tema na campanha eleitoral. Deve mostrar aos eleitores que tudo não passou de uma forma mascarada do governo de confiscar seus recursos (imposto inflacionário), e também de uma visão econômica profundamente equivocada da presidente Dilma e sua equipe. Quem paga o pato, claro, é o brasileiro que sofre no dia a dia com preços mais elevados.

Rodrigo Constantino

 

Política

Ciro Gomes não é o maior entusiasta do governo Dilma, mas é muito cara de pau!

Leio na coluna de Ilimar Franco, no GLOBO, a seguinte declaração de Ciro Gomes: “Somos bastante afinados. Vou ajudar muito a (presidente) Dilma, embora não seja o maior entusiasta do governo que ela infelizmente está fazendo“. Tal declaração do ex-ministro de Lula teria sido feita em jantar com o PCdoB (comunistas!) na segunda-feira, em Fortaleza.

Nessa mesma noite, eu estava em Porto Alegre, no Fórum da Liberdade, escutando um discurso firme de oposição do senador Aécio Neves, mostrando-se um liberal pragmático. Que diferença para Ciro Gomes! Um sujeito que foi traído e humilhado pelo próprio PT, voltar agora rastejando com um discurso desses? É patético!

Quer dizer que Ciro não é o maior entusiasta do governo Dilma? Não é bem assim. Ele tem, na verdade, uma opinião “um pouco” mais severa em relação a essa turma a que ele, uma vez mais, se une. Vejam:

Não foi suficiente para mostrar o quanto Ciro gosta de Dilma? Então vejam mais isso:

Como fica claro, Ciro Gomes representa apenas o que há de pior na política nacional. Faltam políticos mais sérios, com convicções morais e ideológicas mais firmes, com determinação para enfrentar aquilo que não presta. Ciro Gomes não é o maior entusiasta do governo Dilma, mas é muito cara de pau!

Rodrigo Constantino

 

CulturaEducação

Escola Britânica cede à pressão politicamente correta da esquerda caviar

Fonte: GLOBO

A Escola Britânica da Barra, no Rio, custa os olhos da cara. O que mais tem ali é “novo rico” disposto a comprar, além de uma boa educação para seus filhos, um passaporte para a “aristocracia”, aquela elite não só financeira, como também cultural e tudo mais.

Para tanto, é preciso aderir aos últimos modismos, demonstrar “sensibilidade”, estar na vanguarda do pensamento politicamente correto. Tornam-se, assim, presas fáceis para os demagogos de plantão. Nada como uma elite culpada em busca da imagem de abnegada e sensível: manipular essa gente é, às vezes, mais fácil do que tirar doce de criança.

Digo tudo isso pois li que a escola fez os alunos adolescentes passarem uma noite em áreas abertas, dormindo sobre papelões, para mostrar a eles como são privilegiados e, portanto, possuem “responsabilidades sociais”. O evento, chamado “The Big Sleep”, tinha o objetivo de criar adolescentes mais “conscientes”, e para isso, tinham apenas água e nada mais.

Não vou negar que um choque de realidade para essa garotada deslumbrada possa ter seu lado positivo. Mas francamente: é muita apelação politicamente correta para meu gosto! Esse tipo de experiência serve apenas para o regozijo dos próprios pais e alunos, que saem dela se sentindo os mais nobres e puros altruístas do planeta, enquanto a dura realidade dos meninos de rua continua inalterada.

Uma noite ao ar livre, em segurança, para depois publicar nas redes sociais as fotos tiradas com seus smartphones de última geração, vale apenas como uma aventura que conquista alguns pontos na imagem de descolado perante os colegas. Logo depois, cada um volta para sua mansão, e quem sabe, para se “desintoxicar”, segue em seu jato particular ou na primeira-classe para os “States”, pois ninguém é de ferro.

Crianças de 11 anos não deveriam estar preocupadas em “salvar o mundo”, ou descobrir como a vida é difícil na miséria (algo que não descobriram), ou com as baleias, ou com a situação no Haiti. Tudo isso é hipocrisia da turma politicamente correta, que tem orgasmos ao imaginar que seus rebentos desejam criar “um mundo melhor” em vez de “pegar” a menina bonita ou sacanear o colega mais nerd.

A esquerda caviar está construindo um mundo que, além de muito chato, é falso, hipócrita e autoritário, pois impõe um pensamento único a todos. Quem não dança de acordo com a música é “insensível”, “reacionário”, não vale nada. Tudo pelas aparências.

Se minha filha estudasse na Escola Britânica, eu certamente teria me revoltado contra esse programa ridículo. Os milhares de reais investidos por mês deveriam ser para aprender matemática, inglês, história, e literatura, por meio da leitura de clássicos como Shakespeare, não para brincar de pobre por uma noite.

Rodrigo Constantino

 

Educação

Polícia impõe disciplina militar em escola pública de Goiás: pais aprovam, “especialistas” criticam

Fonte: GLOBO

Deu no GLOBO: Polícia impõe disciplina militar em escola pública de Goiás

Um grupo de adolescentes se perfila em formação militar, enquanto uma soldado armada os passa em revista. Nenhum deles masca chicletes. As garotas não usam batons ou esmaltes chamativos. Nas conversas não se toleram gírias. Todos são obrigados a cantar o Hino Nacional na chegada, a caminhar marchando e a bater continência diante do diretor. Não estamos num quartel, mas num dos dez colégios da rede estadual de Goiás cuja administração começou a ser transferida para a Polícia Militar desde janeiro, numa medida desenhada para amainar os repetidos casos de violência ocorridos numa região desassistida a apenas 40 quilômetros do Distrito Federal.

[...]

A escolha dos colégios não foi em vão. O entorno do DF convive com problemas crônicos de violência. Desde 2011, a Força Nacional de Segurança Pública reforça o policiamento. Em Valparaíso, o Colégio Fernando Pessoa já apareceu no noticiário policial depois que um ex-aluno foi assassinado a tiros ali. Em outra ocasião, uma professora sofreu um sequestro relâmpago ao sair do prédio.

A vice-diretora do Fernando Pessoa, que foi mantida no cargo, garante que a escola hoje é outra. Antes havia problema de tráfico de drogas e prostituição, os professores tinham medo dos alunos. No colégio José de Alencar os relatos são semelhantes: antes era tudo uma bagunça, hoje as coisas estão organizadas.

Claro que há críticas legítimas. O medo da repressão dos policiais ao fazer críticas é uma delas. Mas algumas reclamações parecem infundadas, e mostram justamente a distância entre a elite dos “especialistas” e a real necessidade dos alunos. Uma professora, por exemplo, reclama que experiências exitosas no mundo foram à contramão dessa verticalização, partindo para uma horizontalização que reduzia as relações hierárquicas.

Discordo. Ainda mais para a realidade brasileira. Acredito que essa mentalidade que rejeita e abomina qualquer hierarquia nas escolas e universidades está no epicentro de nossos problemas educacionais. Basta ver que alunos em universidades públicas invadem até a reitoria ou impedem professores de dar aulas se discordarem de sua mensagem. Isso é absurdo, demonstra que esses jovens chegam nas faculdades sem respeito pela autoridade, pelas regras, achando-se os donos do universo.

A disciplina funciona. Claro que o excesso de repressão pode sair pela tangente, pode ser um tiro no pé, gerando revolta. Encontrar um equilíbrio será o desafio constante. Mas não resta dúvida de que, atualmente, o pêndulo foi em demasia para o lado do afrouxamento das regras, do “vale tudo”, do desrespeito aos professores e às normas escolares.

Estudei minha vida toda em uma escola rigorosa, não só na cobrança da matéria (meritocracia) como na conduta. Havia fila diária para cantar o Hino Nacional, o uniforme tinha de ser usado a rigor, as meias eram brancas, não podia ter “pegação” no recreio, etc. Essa escola fica, até hoje, entre as 5 melhores do Rio em todo Enem. E mais do que o conteúdo ensinado, a lição importante que ficou foi justamente o respeito às regras, coisa que os mimados jamais suportaram.

Esses policiais estão levando para essas escolas disciplina, ordem e meritocracia. Como condenar isso? Podemos e devemos ficar atentos aos abusos, cobrar transparência e liberdade, inclusive para críticas. Mas o apoio popular, inclusive dos próprios pais e dos alunos, mostra como há um abismo entre o que prega a intelligentsia e o que deseja o povo.

Quem é contra a polícia normalmente é bandido. No caso dessas escolas públicas, diria que são aqueles que preferem a bagunça, a baderna, a esculhambação, tudo em nome da “igualdade” e da “horizontalidade” das relações hierárquicas. Eu prefiro a eficiência, a disciplina, a meritocracia. Cada um com suas escolhas…

Rodrigo Constantino

 

 Cultura

Regina Casé: “Nas férias, fico no hotel mais caro de Paris”

Claudio Augusto/Photo Rio News

A apresentadora Regina Casé reclamou, em entrevista, sobre as cobranças que fazem nas redes sociais por ela morar no Leblon e “adorar” as favelas. Segue trecho da reportagem:

E de acordo com a apresentadora, as cobranças em relação ao status social ultrapassam o programa e atingem sua vida pessoal. “Acho engraçado quando dizem: ‘ah, ela diz que gosta de pobre, mas mora no Leblon. Nasci em Copacabana, eles queriam que eu vendesse tudo para ir morar na favela?“, indagou ela. “Gente, posto todas as fotos das minhas férias, fico no hotel mais caro de Paris. Tenho amigos ricos, tenho amigos pobres. Liberdade é gostar de uma pessoa independente da cor da pele dela, da classe social, se ela tem grana ou não tem grana. As pessoas têm a mania de achar que porque uma pessoa é rica não pode frequentar a favela. Adoro que parece uma mentira, mas está na cara. Posto foto dos melhores lugares do mundo”, desabafou.

Acho que Regina Casé não compreendeu exatamente o teor das críticas. Como autor de Esquerda Caviar, sinto-me no dever de tentar explicar (e já ofereço um exemplar à apresentadora, se ela assim desejar).

Regina Casé é rica, ganha muito dinheiro com a TV Globo (demonizada pela esquerda). Tem total direito a ele, é uma remuneração legítima por seu trabalho, pela audiência que gera. Assim funciona o capitalismo, o lucro, o mercado. Pode-se, claro, condenar o gosto dos consumidores, mas as trocas são voluntárias, ninguém obriga ninguém a assistir programa algum. Sua riqueza é, nesse sentido, merecida, e ela faz com o próprio dinheiro o que bem quiser, o que lhe der na telha, pois ninguém tem nada com isso.

Mas aqui já temos o primeiro problema. Quando empresários, capitalistas, especuladores, banqueiros e tantos outros ricaços que ganham fortunas igualmente legítimas torram em objetos de luxo por aí, compram carrões, mansões e iates, a turma da esquerda socialista costuma descer o sarrafo neles: “gananciosos, insensíveis, elitistas”. Os ricos, na narrativa de esquerda, são culpados pela pobreza dos pobres, já que assumem que riqueza é um bolo estático, que economia é um jogo de soma zero (maldito Marx).

Ou seja, quando o rico capitalista não veste uma máscara de socialista ou, ao menos, da esquerda caviar, engajado na luta pela “justiça social” condenando a própria ganância e o capitalismo em si, ele é execrado por essa legião de adoradores de tiranias de esquerda, ou é alvo de duros ataques daqueles que monopolizam as virtudes. O rico só pode gozar da riqueza em paz se tiver uma retórica esquerdista.

O segundo grande problema na fala da apresentadora é que ela confunde alhos com bugalhos. Quem foi que disse que o rico não pode gostar de pobre? Absurdo. Aliás, tal acusação costuma, uma vez mais, partir justamente da própria esquerda, que gosta de repetir que os ricos, quando não adotam o discurso esquerdista, são preconceituosos e não ligam para os mais pobres. Balela.

Então, qual é o problema? Ora, não está no fato de Regina Casé gostar ou não de pobres ou mesmo de dar um pulo nas favelas uma vez na vida e outra na morte (e logo retornar para seu luxo no Leblon, pois ninguém é de ferro), mas sim na glamourização que faz da miséria alheia. Seu programa, que confesso não ter estômago para assistir (o que já fiz por ossos do ofício), costuma enaltecer a vida da periferia, dos guetos, das favelas. A impressão que passa é que viver nesses locais deve ser o máximo!

É aí que mora o problema, Regina: “adorar” as favelas, do conforto do Leblon, é fácil. “Amar” Cuba, do conforto de Paris (como faz Chico Buarque), é moleza. “Elogiar” a periferia, mas fugir para Angra dos Reis nos fins de semana, qualquer um faria. O problema, em suma, poderia ser chamado de hipocrisia. Joãozinho Trinta resumiu bem a coisa: quem gosta de pobreza é o rico (da elite culpada), pois pobre gosta mesmo é de luxo.

Chega a ser ofensivo para com os mais pobres, que precisam viver em favelas por falta de melhor oportunidade, alguém que vive no conforto do Leblon, o metro quadrado mais caro do país, ficar vendendo o peixe (e caro) de que morar nesses locais é uma maravilha. Não é. Falta segurança, saneamento básico, urbanização, muita coisa que o morador do Leblon não suportaria ficar sem por um minuto sequer – e com razão.

Quem realmente gosta dos pobres deveria, antes de mais nada, lutar para acabar com ou reduzir a pobreza. E isso se faz com um choque de capitalismo liberal, justamente aquilo que a esquerda mais abomina. Agora, ganhar dinheiro vendendo a ideia de que viver na pobreza é uma delícia, isso não me parece um ato muito generoso para com os mais pobres…

Rodrigo Constantino

 

Cultura

Wagner Moura se vende aos imperialistas!

O ator Wagner Moura gosta do comunista Marighella, que defendia o uso do terror para transformar o Brasil em uma nova Cuba. Mas Wagner Moura não gosta da Veja, pois é uma revista de “extrema-direita” (risos). Wagner Moura gosta do Freixo e do PSOL, que defendem o socialismo em pleno século 21. Mas Wagner Moura não gosta do capitalismo “imperialista” norte-americano.

Isso tudo, claro, no discurso. Mas quando é para ganhar cachês em dólar de Hollywood, o ator se transforma rapidamente no maior capitalista que existe. Quando é para fechar contratos de publicidade com multinacionais – e são muitas – o ator rapidamente se mostra um tanto ganancioso, como aqueles capitalistas que ele costuma condenar.

Eis que leio na coluna de Ancelmo Gois hoje:

Haja ganância capitalista! O homem processa as empresas pelo uso de sua imagem num guia, acumula mais alguns milhares de reais em sua fortuna, e tudo isso pois ele tinha, à época, contrato com… quem? Ela mesmo, o ícone do “imperialismo ianque”, do capitalismo “estadunidense”, a nossa querida Coca-Cola!

Como é doce (literalmente) a vida de nossa esquerda caviar…

Rodrigo Constantino

 

Educação

Qual educação? Palestra no Fórum da Liberdade

Todos defendem que a educação é a solução para nossos males, mas poucos questionam: qual educação? Apresento uma visão crítica ao modelo atual, alegando que jogar mais recursos públicos não vai resolver nada.

Tags:Fórum da Liberdade

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Fonte: Blog Rodrigo Constantino (VEJA)

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