Gilberto Carvalho é o pai da criança...

Publicado em 05/06/2014 22:02 e atualizado em 10/07/2014 14:55
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

Gilberto Carvalho é o pai da criança

Nesta manhã, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) concedeu uma entrevista ao “Jornal da Manhã”, da Jovem Pan. Disse, na prática, esperar, ora vejam!, a compreensão do MTST, que promete uma nova manifestação nesta sexta, e fez votos de que o ato não atrapalhe o amistoso do Brasil. Repetiu isso ao longo do dia a outros veículos de comunicação.

Carvalho expressou ainda a confiança de que a Polícia Militar de São Paulo saberá manter a ordem e lembrou que o Exército também está preparado para atuar como força de apoio. Tudo muito certo, tudo muito bem! Está na Constituição. Antes que prossiga, devo lembrar que Carvalho esteve na linha de frente do petismo na demonização da PM de São Paulo mais de uma vez. Seu governo e seu partido batem à porta das Forças Armadas, embora tentem enredá-las na revisão da Lei da Anistia. Mas isso tudo ainda é o de menos.

Carvalho também esteve entre aqueles que se opuseram à votação de uma lei para punir atos de vandalismo, tenha ela o nome que for. E isso também é pouco.

Foi quem convenceu a presidente Dilma a receber em São Paulo o coxinha ultrarradical Guilherme Boulos, do MTST. Em Brasília, o MST feriu 30 policiais num protesto e foi recebido pela Soberana. No dia seguinte, Carvalho compareceu a evento promovido pelo movimento e defendeu com energia seus companheiros, que contavam com patrocínio da Caixa Econômica Federal.

No “Jornal da Manhã”, Carvalho defendeu o direito que têm as pessoas de se organizar. Ora, claro que têm! Ninguém é contra isso. A questão é saber se esse direito tem limites. E me parece que sim.

Como o governo foi leniente com grupos que, obviamente, transgrediram a lei, agora tem de se haver com um sem-número de minorias radicais, capazes de transformar num inferno a vida de amplas maiorias.

Por Reinaldo Azevedo

 

Metroviários em greve decidem manter paralisação; Justiça decide sobre legalidade do movimento nesta sexta

Muito bem! Em assembleia, os metroviários em greve decidiram manter a paralisação iniciada à meia-noite de hoje. À tarde, a reunião de conciliação entre sindicalistas e representantes do Metrô já havia dado com os burros n’água. Às 18h, 22 das 63 estações de metrô continuavam fechadas. As coisas podem ficar bem atrapalhadas na cidade nesta sexta, dia em que a Seleção Brasileira enfrenta a da Sérvia, no Morumbi, no último amistoso antes do início da Copa do Mundo.

Também nesta sexta, o MTST, liderado pelo coxinha extremista Guilherme Boulos, promete mais uma manifestação. Esse rapaz, acreditem!, deu ontem um ultimato aos poderes públicos: ou atendem às reivindicações do movimento, ou, diz ele, o movimento vai “radicalizar”. Boulos ameaçou criar, sim, dificuldades para que os torcedores cheguem ao Morumbi. Na semana passada, ele chegou a falar numa “Copa com sangue”. 

Eis aí a loucura que tomou conta de algumas áreas do sindicalismo e dos chamados movimentos sociais. Não é por acaso. Trato do assunto no próximo post.

A Justiça vai julgar às 14h30 desta sexta a legalidade da greve dos metroviários. Se considerar o movimento legal, aí é sinal de que a vaca já foi para o brejo.

Por Reinaldo Azevedo

 

O dia em que trabalhadores arrombaram o portão do Metrô para trabalhar e gritaram palavras de ordem contra a greve. Ou: Os pançudos que recebem mais de um salário mínimo só em benefícios — às vezes, mais de dois!

Na estação Itaquera, trabalhadores arrombam o portão para ter acesso à plataforma de trens da CPTM (Peter Leone/futura Press/Futura Press/Folhapress)

O Brasil está se tornando um país tão exótico, tão fora do eixo — não aquele de Pablo Capilé, o contestador chapa-branca, financiado por estatais —, tão perdido que trabalhadores são obrigados a praticar atos de vandalismo para poder trabalhar. Como sabem os leitores de São Paulo e de todo o Brasil, os funcionários do metrô, sob a liderança de Altino Prazeres, um sindicalista ligado ao PSTU, estão em greve. Como sempre acontece nesses casos, instala-se o caos na cidade.

Na estação Itaquera, aconteceu um fato espetacular. Os portões amanheceram trancados. Acontece que eles dão acesso também à estação da CPTM, dos trens. Impedir o usuário de entrar na estação significa deixá-lo também sem o trem. Pois bem: aqueles que queriam trabalhar não tiveram dúvida: arrebentaram o portão e entraram.

Vocês sabem o que penso sobre vândalos: o lugar deles é a cadeia. Ocorre que não vejo, nesse caso, um ato de vandalismo, mas de resistência. “Queremos trabalhar, queremos trabalhar”, gritavam esses usuários. A linha chegou a ser invadida, exigindo que as composições parassem.

Trata-se de uma greve vergonhosa, escancaradamente política, oportunista! O governo concedeu aos metroviários um reajuste de 8,7% para uma inflação, no período, de 5,2%. Isso significa aumento real de salário. Mas não só isso: o vale-alimentação passou de R$ 247 para R$ 290. O valor é pago também no 13º, como cesta de Natal. O vale-refeição, que é outra coisa, passou de R$ 615 para R$ 670, e isso é pago integralmente pelo metrô. Há ainda a creche para crianças de até sete anos, que pode ser reivindicada também pelos pais, não só pelas mães: o desembolso com esse serviço passou de R$ 532 para R$ 579. De 2011 até agora, considerada a data-base dos funcionários do metrô, a inflação foi de 21,11%, e o reajuste dos salários, de 30,87%, sem contar esses benefícios sociais.

A soma do vale-refeição com o vale-alimentação chega a R$ 960. O salário mínimo no país é de R$ 724. No caso dos quem têm um filho em creche, o valor do desembolso do Metrô alcança R$ 1.492, mais do que dois salários mínimos. Trata-se de uma greve moralmente criminosa e escancaradamente ilegal porque não está sendo cumprida a determinação da Justiça de manter 100% do serviço nos horários de pico.

É preciso pensar em formas permanentes de a população não se tornar refém de sindicalistas celerados e oportunistas. Ando cá tendo algumas ideias. Tratarei disso nos próximos dias. E só para arrematar: o cotidiano dos usuários do metrô e o seu próprio cotidiano, leitor, ainda que você não use esse serviço, só se transformaram num inferno porque o sindicalismo e os ditos movimentos sociais não reconhecem os limites da democracia. E só não os reconhecem porque os poderosos de plantão têm essa mesma origem. Ou a presidente Dilma não baixou um decreto que faz essa gente ser sócia do poder sem nem precisar disputar eleições?

(Reinaldo Azevedo)

 

Xiii… Justiça italiana adia decisão sobre extradição de Pizzolato; há petistas tremendo nas bases

Xiii, há petistas tremendo nas bases. A Corte de Apelações de Bolonha, na Itália, adiou para o dia 28 de outubro a decisão sobre o pedido de extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão. Depois de três horas e meia de audiência, decidiu-se postergar a palavra final. Vamos lá: a Itália não extradita os seus cidadãos, e o tratado com o Brasil, que está em vigência, não prevê que um país envie ao outro seus naturais, ainda que tenham cometido crime no país alheio.

Mas Pizzolato é um natural italiano? Não! Ele é um “italiano” muito entre aspas, nascido em Concórdia, em Santa Catarina. Em razão de sua ascendência, conseguiu a dupla cidadania. Acontece que, do ponto de vista legal, é tão brasileiro como italiano, tendo cometido um crime grave no Brasil, que nada tem a ver com política. Trata-se de delito comum.

O argumento que mais tem pesado contra ele na Itália é que a dupla cidadania, se tiver alguma utilidade na esfera criminal, tem de servir para proteger a pessoa de uma perseguição política, não para livrar a cara de um criminoso. Assim, embora a lei italiana não preveja a extradição de seus cidadãos, considera-se que o caso Pizzolato é especial. Existe, sim, a possibilidade de ele ser extraditado.

E é por isso que existem petistas nervosos. Em certas áreas do partido, ele não é bem-visto. Consideram-no mole demais, de têmpera diferente da de um Delúbio Soares, por exemplo. Sua fuga não foi bem-vista. Soou como confissão de culpa. Antes disso, Pizzolato já havia jogado a responsabilidade para cima, dizendo que atuou como atuou sob as ordens de Luiz Gushiken, que já morreu. O expediente pegou muito mal. Teme-se que, no Brasil, ele resolva dar com a língua nos dentes.

Só para lembrar: Pizzolato, um peixe apenas médio do mensalão, comprou três imóveis na Espanha: dois apartamentos de luxo e um de classe média. Dois deles ficam no condomínio Urbanización Costa Quebrada, na cidade de Benalmádena, coladinhos ao mar. Foram unidos num só para o conforto do petista e de Andrea, sua mulher. Cada apartamento padrão tem 140 metros quadrados e está estimado em 450 mil euros — R$ 1,5 milhão. Vale dizer: só nessa operação, o mensaleiro foragido gastou R$ 3 milhões. E pensar que José Dirceu, que era o chefe político dele, precisou pedir esmola para pagar a multa imposta pelo STF! Dá uma peninha, né?

Por Reinaldo Azevedo

 

Para juristas, decreto de Dilma põe país na rota do bolivarianismo

Por Laryssa Borges, na VEJA.com:
Na semana passada, sem alarde, a presidente Dilma Rousseff editou um decreto cujo objetivo declarado é “consolidar a participação social como método de governo”. O Decreto 8.243/2014 determina a implantação da Política Nacional de Participação Social (PNPS) e do Sistema Nacional de Participação Social (SNPS), prevendo a criação de “conselhos populares” formados por integrantes de movimentos sociais que poderão opinar sobre os rumos de órgãos e entidades do governo federal. Que uma mudança tão profunda no sistema administrativo e político do Brasil tenha sido implantada pelo Executivo com uma canetada é motivo de alarme — e o alarme de fato tocou no Congresso nos últimos dias. Para juristas ouvidos pelo site de VEJA, contudo, o texto presidencial não apenas usurpa atribuições do Congresso Nacional, como ainda ataca um dos pilares da democracia representativa, a igualdade (“um homem, um voto”), ao criar um acesso privilegiado ao governo para integrantes de movimentos sociais.

“Esse decreto diz respeito à participação popular no processo legislativo e administrativo, mas a Constituição, quando fala de participação popular, é expressa ao prever como método de soberania o voto direto e secreto. É o princípio do ‘um homem, um voto’. Mesmo os casos de referendo, plebiscito e projeto de iniciativa popular têm de passar pelo Congresso, que é, sem dúvida, a representação máxima da população na nossa ordem constitucional”, diz o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso.

“Sem dúvida isso é coisa bolivariana, com aparência de legalidade, mas inconstitucional. Hugo Chávez sempre lutou para governar por decreto. Nicolás Maduro, a mesma coisa. Isso está ocorrendo também na Bolívia e no Equador. É um movimento sul-americano esse tal constitucionalismo bolivariano, mas é algo que pugna pelo fortalecimento do Executivo, por uma ditadura e que prega a vontade dos detentores do poder. O problema desse constitucionalismo é que ele é um constitucionalismo que não é. Constitucionalismo pressupõe liberdade, Estado constitucional e vontade da lei, e não dos homens”, afirma Velloso.

Para o ex-ministro da Justiça Miguel Reale, o decreto é eleitoreiro: “Dilma ganha diálogo com os movimentos sociais e pode dizer ‘eu dei poder para vocês’”.

“É uma democracia pior que a Venezuela, uma balbúrdia, um caldeirão. É mais grave do que os governos bolivarianos da América do Sul, porque esse decreto reconhece que movimentos não institucionalizados têm o poder de estabelecer metas e interferências na administração pública. Qualquer um pode criar um organismo para ter interferência”, completa Reale. O jurista se refere ao fato de que o decreto, no inciso I do artigo 2o., traz uma definição de sociedade civil que compreende “os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados”.

Na avaliação do ministro Gilmar Mendes, do STF, a criação dos conselhos populares também abre espaço para dúvidas sobre a representatividade daqueles que serão responsáveis por discutir políticas públicas. “À medida em que essas pessoas vão ter acesso a órgãos de deliberação, surge a dúvida de como vão ser cooptados, como vão ser selecionados. Se falamos de movimentos sociais, o que é isso? Como a sociedade civil vai se organizar? O grande afetado em termos de legitimidade de imediato é o Congresso”, afirma. “Tudo que vem desse eixo de inspiração bolivariano não faz bem para a democracia.”

OAB
A Comissão de Estudos Constitucionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) analisa a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar a medida. Ao site de VEJA, o jurista Valmir Pontes Filho, que preside a comissão, afirmou que o decreto é “realmente preocupante” porque “há várias indicações de conflito com a Constituição”.

“As discussões no Congresso de derrubada do decreto são utilíssimas porque o decreto não é tão aprimorado do ponto de vista redacional. Ele é muito confuso e há várias indicações de conflito com a Constituição. Esse exame preocupa todos nós. É um decreto polêmico e realmente preocupante”, disse Pontes.

No Congresso, dez partidos pressionam para que seja colocada em votação a urgência de um decreto legislativo para anular o texto presidencial. A frente esbarra, entretanto, na resistência do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que teme desagradar Dilma. Pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte, Alves não quer comprar briga com o Palácio do Planalto às vésperas de inaugurar o novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante na segunda-feira – ao lado da presidente.

Por Reinaldo Azevedo

 

Haddad tem uma diferença na comparação com “O Louco”, do Tarô: a imagem deste tem certo lirismo…

Sempre que penso no prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), eu me lembro desta carta do Tarô.

Não sou iniciado nesses arcanos. Sei lá se isso tem alguma leitura positiva. O fato é que ele vai, todo alegrinho, para o abismo. Só que há uma diferença fundamental. Leiam o que vai na VEJA.com. Volto em seguida.

O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, anunciou nesta quarta-feira o mais novo projeto de mobilidade urbana do prefeito Fernando Haddad (PT) para desafogar São Paulo: eliminar 40.000 vagas de estacionamento nas ruas para abrir faixas exclusivas para bicicletas em regiões de trânsito caótico no centro e em artérias da cidade – como a Avenida Paulista.

“Vamos tirar vagas dos carros para uma ocupação do espaço público pelas bicicletas. É uma mudança para valer na cidade. Se fosse fácil, já teriam feito”, afirmou Tatto, prevendo o óbvio: reclamações de motoristas e trânsito ainda pior na cidade. A medida custará 80 milhões de reais aos cofres públicos.

Em seu Plano de Metas, Haddad havia prometido abrir 400 quilômetros de vias “cicláveis” – ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas. Um projeto piloto está sendo implantado em um trecho de 1,6 quilômetro no centro de São Paulo.

Voltei
Sabem qual é a diferença essencial entre o “Louco” do Tarô e Haddad? Naquele, há um quê de lirismo. Em Haddad, não. O homem é viciado na arte de mandar, de reeducar na pancada, compreendem? A vida dos motoristas vai ficar ainda pior? O trânsito ficará ainda pior? Dane-se! Vá de bicicleta, ora!

Haddad tem a visão elitista da política própria dos intelectuais de esquerda — sim, ele é de esquerda, embora não seja um intelectual. Mas vive com a turma. Os socialistas do Alto de Pinheiros, os poetas do selim, vão achar a sua medida “o máximo”. Eles formam a vanguarda revolucionária do Supercoxinha.

O prefeito governa para as minorias, para os grupos de exceção. Por isso ele criou uma zona liberada para o consumo de drogas — isso não está na lei, mas é o efeito prático do tal programa “Braços Abertos”. Os “descoletes” acham que droga, como disse uma assessora da Prefeitura, é uma forma de sociabilidade, de lazer. E eles também são contra carros, o capitalismo, a sociedade industrial, essas coisas…

Haddad tem um compromisso com seus amiguinhos dessa vanguarda que não suja o shortinho.

E só para não deixar passar: Jilmar Tatto, secretário de Esportes, o amigão do tal deputado estadual Luiz Moura, acha que algo difícil de fazer é necessariamente bom. Segundo ele, se cortar 40 mil vagas de estacionamento fosse fácil, alguém já teria feito… Ah, bom! Isso é o que Stálin deve ter pensado quando decidiu esvaziar a Chechênia: “Se fosse fácil, alguém já teria feito”. Ou quando decidiu expropriar toda a produção agrícola das repúblicas soviéticas, matando 30 milhões de fome: “Se fosse fácil, alguém já teria feito”. Ou quando decidiu eliminar toda a elite revolucionária com os Processos de Moscou: “Se fosse fácil, alguém já teria feito”.

No dia em que o prefeito houver por bem dependurar alguns motoristas pelo pescoço, em guindastes, em praça pública, à moda dos aiatolás iranianos, nós ouviremos um orgulhoso Tatto comentar: “Se fosse fácil, alguém já teria feito”. Depois ele vai tomar um aperitivo com Luiz Moura.

Por Reinaldo Azevedo

 

Ditadura petista: presidente da Câmara cuida da própria campanha e ignora o país

Henrique Eduardo Alves (PMDB), presidente da Câmara e candidato ao governo do Rio Grande do Norte, decidiu que não vai colocar em votação, em regime de urgência, proposta de decreto legislativo que susta o famigerado decreto 8.243, da presidente Dilma Rousseff, aquele que atrela a administração pública federal ao PT por intermédio de conselhos populares formados pelos ditos “movimentos sociais”, que são controlados pelo partido. É que o digníssimo deputado está mais preocupado com a sua candidatura ao governo do Rio Grande do Norte do que com o país. Na próxima segunda, Dilma visita seu Estado. Vai fazer proselitismo no aeroporto São Gonçalo do Amarante. É aquele que foi inaugurado sem a regulamentação da alfândega, o que o impede de operar voos internacionais.

Indagado sobre o motivo de não dar ao decreto legislativo tratamento de urgência, ele resolveu ter um chilique e se comportar como o ditador da Câmara, segundo informa a VEJA.com: “Não, [o decreto legislativo] não está pautado. Não vou pautar agora”. E ele disse o motivo “Porque eu não quero”.

Dez partidos entraram com o pedido de urgência para votar o decreto: DEM, PPS, PSDB, Solidariedade, PR, PV, PSD, PSB, Pros e PRB. Juntos, somam 238 deputados. Para que um decreto legislativo seja aprovado, são necessários 257 votos — metade mais um dos 513 deputados.

Dilma decidiu criar a sociedade civil por decreto, o que é um delírio típico de ditadores. Caso o conteúdo do texto prospere, os petistas passarão, digamos assim, a ser sócios do poder sem precisar nem mesmo vencer as eleições.

Com efeito, a Constituição permite mecanismos de consulta direta à população e estabelece três formas: plebiscitos, referendos e emendas de iniciativa popular. Não há nada no texto constitucional que determine que o país será governado em parceria com conselhos populares. A representação, segundo a Carta, se dá por intermédio do Parlamento. Em entrevista ao programa “Os Pingos nos Is”, nesta quarta, Rubens Bueno, líder do PPS, afirmou que, se Alves não puser em votação a proposta de Decreto Legislativo, os que se opõem à absurda iniciativa de Dilma passarão a obstruir a pauta da Câmara.

Texto atualizado às 23h

Por Reinaldo Azevedo

 

ESTUPEFACIENTE! Dilma tenta fazer indústria farmacêutica brasileira migrar para Cuba; se conseguir, provocará desemprego aqui e vai gerar empregos lá; uma comissão já negocia o assunto com o ditador da ilha

Atenção! A coisa é séria!

Uma delegação brasileira chefiada por Carlos Gadelha — Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde — está em Cuba. Fica lá até sexta-feira para discutir um plano. Qual? Já conto.

É que a presidente Dilma Rousseff resolveu fechar empregos no Brasil e criar empregos em Cuba. É que a presidente Dilma Rousseff, pelo visto, cansou de governar o Brasil — o que, convenham, a gente já vem percebendo, dados os resultados alcançados. É que a presidente Dilma Rousseff, agora, quer fazer a diferença, sim, mas lá em Cuba, na ilha particular dos irmãos Fidel e Raúl Castro — lá naquele país que se divide em dois presídios: o de Guantánamo, onde estão terroristas culpados, e o resto do território, onde estão os cubanos inocentes.

Por que estou escrevendo essas coisas? Porque este blog apurou que a nossa “presidenta”, como ela gosta de ser chamada, está pressionando as empresas farmacêuticas brasileiras a abrir fábricas em… Cuba para a produção de genéricos naquele país. De lá, elas exportariam remédios para a América Central e América do Sul, inclusive o Brasil.

Atenção, brasileiras e brasileiros! A nossa soberana cansou dessa história de o próprio Brasil produzir os remédios e de ser, sim, um exportador. A presidente quer fazer a nossa indústria farmacêutica migrar para Cuba, de sorte que passaríamos a ser importadores de remédios produzidos pelos próprios brasileiros, gerando divisas para os cubanos, danando um pouco mais a balança comercial, desempregando brasileiros e empregando… cubanos!

E a coisa não se limitaria à produção de genéricos, não! Entrariam no acordo também os chamados “similares”. Dilma, assim, daria um golpe de morte numa das políticas mais bem-sucedidas do país nas últimas décadas: a produção de genéricos e o desenvolvimento da indústria farmacêutica nacional.

A iniciativa nasce da determinação pessoal de Dilma de dar suporte à economia cubana e de dar maior utilidade ao porto de Mariel, construído em Cuba com recursos do BNDES. Como sabemos, a Soberana entrará para a história da infraestrutura portuária de… Cuba!

A exemplo do acordo feito para a importação de médicos cubanos, também essa iniciativa é feita à socapa, por baixo dos panos. Cuba passou a ser caixa-preta do governo petista. Como estamos falando de uma tirania, é impossível conhecer o trânsito de dinheiro entre o nosso país e a tirania dos Castros.

É isso aí, “camaradas” brasileiros! Alguns tentam fazer um Brasil melhor! Dilma está empenhada em fazer uma Cuba melhor à custa dos empregos dos brasileiros. Para lembrar: o secretário Gadelha, o homem encarregado do projeto, é aquele que teve um encontro agendado com o doleiro Alberto Youssef, por iniciativa do ainda deputado André Vargas.

Por Reinaldo Azevedo

 

Segurança da Copa em crise: comandante abandona Batalhão de Grandes Eventos

Por Pâmela Oliveira, na VEJA.com:
Com black blocs prontos para tumultuar as ruas e uma multidão de turistas a caminho, o Rio de Janeiro sofreu uma baixa na equipe treinada para esse tipo de policiamento. A doze dias da Copa do Mundo, o Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos (BPGE) perdeu seu comandante, o tenente-coronel Wagner Villares de Oliveira, à frente da unidade desde sua criação, em outubro de 2013. O oficial entregou o comando, na última sexta-feira, insatisfeito com as condições de trabalho e preocupado com o risco elevado de tumultos, no Estado que mais teve protestos ao longo de todo o ano passado.

Procurada pelo site de VEJA, a PM não explicou a razão da exoneração do tenente-coronel Villares. Em nota, afirmou que “trocas de comando fazem parte da rotina da Corporação”. Segundo a PM, o subcomandante do BPGE, tenente-coronel Heitor Henrique Pereira, que assumiu o comando, também está no Batalhão desde a sua criação. A troca, no entanto, não foi um procedimento de rotina. O “batalhão”, de fato, era apenas um grupo de policiais para o qual foi entregue uma missão e algum treinamento especial. Antes de receber este nome, eles eram apenas os “alfanuméricos”, identificados por letras e números nas fardas, para permitir que os casos de abusos nas manifestações fossem denunciados. O caso entra para a coleção de medidas de gabinete criadas mais para ter impacto na opinião pública do que resultados de fato.

Policiais ouvidos pelo site de VEJA relatam que Villares entregou o cargo contrariado com a falta de estrutura do batalhão, formado por cerca de 600 homens. A insatisfação é compartilhada com a tropa. No Facebook do BPGE, o descontentamento é claro. “Criado há oito meses com o nome Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos, o BPGE já está sendo chamado de Batalhão de Gente Estressada”, diz uma publicação.

Os problemas começam com a precariedade das instalações do batalhão, que ocupa de forma improvisada um galpão cedido pelo Batalhão de Choque, na Cidade Nova, na região central do Rio. O local, segundo homens que integram a unidade, não tem a estrutura necessária: tem apenas dois vasos sanitários, duas torneiras e um bebedouro – de onde sai, segundo um policial militar, uma “água esbranquiçada”, sem condições de consumo. “Os policiais são obrigados a se sentar no chão e esperar ser deslocados para as manifestações. Às vezes, passam oito, dez horas em pé acompanhando um protesto e, quando voltam para o batalhão, são obrigados a descansar no chão, jogados”, contou um policial ouvido pelo site de VEJA.

O excesso de horas trabalhadas é outro motivo de descontentamento. Os policiais fazem plantões de 12 horas e folgam 36, mas a intensa programação de protestos contra a Copa e de grevistas tem obrigado os homens a trabalhar por mais tempo – afinal, não podem abandonar uma manifestação antes do fim, mesmo se a carga horária tiver excedido as 12 horas. Além de atuar nos protestos, os homens do BPGE têm sido requisitados de forma frequente para reforçar o policiamento ostensivo em outros batalhões do Centro, Botafogo, Méier e Tijuca – áreas críticas para a Copa do Mundo. Nos bastidores, comenta-se que o empréstimo de soldados para outras unidades era um dos problemas que contrariavam o ex-comandante da tropa.

Alimentação
Os plantões extensos são, segundo os policiais, agravados pela falta de alimentação. Proibidos de se retirar dos locais determinados, os PMs deveriam receber lanches frios, que não vem sendo fornecidos. Um exemplo do problema foi relatado no Facebook do BPGE, no dia 23 de maio. Os agentes contam que, no dia anterior, estavam de plantão em frente ao Palácio Guanabara desde as 8h e só receberam água como suprimento. Diz um dos relatos: “Quando questionaram a oficial responsável pela tropa – uma capitã – em relação ao almoço ouviram como resposta: “Não f… Pergunte ao coronel”  e “Virem-se, vocês não estão em casa, aqui não tem comida para vocês”. Logo depois, ela entrou em uma viatura, ligou o ar e foi dormir. Após seis horas de espera, alguns PMs resolveram ir até uma pensão”.

No dia 13 de abril, dois após a reintegração de posse do terreno da Oi, no Engenho Novo, 120 policiais destacados para permanecer 12 horas no local e impedir que os invasores voltassem ao imóvel precisaram reclamar para receber um lanche. Fotos publicadas no Facebook mostram que o sanduíche, que fazia parte do kit, estava vencido. “Os PMs que resolveram comer descobriram que estava azedo”, diz o texto postado na rede social.

A exoneração do ex-comandante foi publicada no boletim interno da PM, no último sábado. Villares está na Diretoria Geral de Pessoal da PM, a “geladeira”, para onde são transferidos policiais momentaneamente sem função. O ex-subcomandante, tenente-coronel Heitor Henrique Pereira, assumiu o batalhão. Os policiais comentam que Villares era visto como um comandante que defendia a tropa e enfrentava o comando, mas foi vencido. Procurado pelo site de VEJA, o tenente-coronel se recusou a falar sobre os motivos da exoneração.

A PM negou que o batalhão funcione em um galpão, e informou que as instalações são as do extinto 1º BPM, dentro do Batalhão de Choque – atualmente em obras de adaptação. “Os policiais contam com alojamentos e camas novas”, diz a assessoria da corporação. Sobre as escalas de plantão, uma queixa dos policiais, a PM informa que “não há excessos na escala e nunca ultrapassa 12 horas de serviço”. Em resposta ao site de VEJA, a Polícia Militar também negou que haja problemas de alimentação.

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte: Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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