Em VEJA: FMI adapta previsão de crescimento do Brasil à realidade: 0,3%!!!

Publicado em 07/10/2014 18:32 e atualizado em 08/10/2014 10:36
O FMI vê recuperação moderada da atividade em 2015, “conforme as incertezas políticas que cercam as eleições presidenciais deste ano se dissipam”, no blog de Reinaldo Azevedo, de veja.com (+ Estadão)

FMI adapta previsão de crescimento do Brasil à realidade: 0,3%!!!

Na VEJA.com:
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu nesta terça-feira sua projeção de crescimento econômico do Brasil neste ano e em 2015, ao mesmo tempo em que elevou a expectativa de inflação em meio à menor confiança dos agentes econômicos. Em seu relatório “Perspectiva Econômica Global”, o FMI estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país vai crescer apenas 0,3% em 2014 – na projeção anterior, a expansão esperada era de 1,3%. Para 2015, a expectativa é de 1,4% de aumento, 0,6 ponto porcentual menor do que no relatório de julho. ”A fraca competitividade, baixa confiança empresarial e condições financeiras mais apertadas… restringiram o investimento, e a moderação contínua no emprego e no crescimento do crédito têm pesado sobre o consumo”, destacou o FMI em nota.

A revisão dos dados aconteceu depois que o Brasil entrou em recessão no primeiro semestre, com forte retração nos investimentos e na produção da indústria, às vésperas das eleições presidenciais. O FMI vê recuperação moderada da atividade em 2015, “conforme as incertezas políticas que cercam as eleições presidenciais deste ano se dissipam”. Disputarão o segundo turno do pleito a atual presidente Dilma Rousseff (PT) e o candidato do PSDB, Aécio Neves. As projeções do órgão internacional são um pouco mais otimistas do que as de analistas consultados pelo Banco Central para a pesquisa Focus. Eles veem expansão de 0,24% do PIB neste ano e de 1% em 2015. O FMI também diminuiu suas projeções para o crescimento das economias emergentes como um todo: elas passaram de 4,6% para 4,4% para 2014 e de 5,2% para 5% em 2015. Para a economia global, as contas também foram mais pessimistas, com o FMI vendo expansão de 3,3% neste ano e 3,8% no próximo. Em julho, esperava crescimento econômico de 3,4% e 4%, respectivamente.

Inflação
O FMI também piorou suas estimativas para a inflação neste e no próximo ano, destacando diminuição da demanda do consumidor e repressão dos preços administrados, que mantém o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) próximo ao teto da meta do governo (de 6,5%). Agora o FMI projeta a inflação ao consumidor em 6,3% em 2014 e em 5,9% em 2015, contra 5,9% e 5,5% respectivamente no relatório anterior. Em meio a esse cenário, o FMI piorou suas estimativas para a taxa de desemprego no Brasil em 2015, passando a 6,1%, frente a 5,8% esperados até então. Para este ano, a mudança foi mais sutil, com leve baixa de 0,1 ponto percentual nas contas, a 5,5%. O FMI projetou ainda que o déficit em conta corrente do Brasil ficará em 3,5% do PIB neste ano e em 3,6% no próximo, com pouca diferença entre, respectivamente, déficits de 3,6% e de 3,7% projetados anteriormente. (em veja.com)

Alguns conselhos para aqueles que genuinamente querem ajudar os pobres

por , no IMB (https://www.mises.org.br): 

Se você está preocupado com a 'justiça social' e quer genuinamente ajudar os pobres a subir na vida de maneira permanente e independente, há alguns procedimentos que você pode seguir.

Sua primeira e imprescindível obrigação para com os pobres é: não se torne um deles e não faça com que outros se tornem um deles.  Será muito mais difícil ajudar pessoas pobres se você ou seu vizinho se tornar pobre.  Assim como você não deve se tornar pobre, você também não deve defender políticas que levem ao empobrecimento de ricos na crença de que isso levará ao enriquecimento dos pobres.  Para o pobre, não interessa se foi você ou o seu vizinho que empobreceu por meio de medidas do governo; a situação dele não melhorará.  Um rico empobrecido não cria um pobre enriquecido.  A economia não é um jogo de soma zero.

Não sendo pobre, você tem uma escolha: você pode dar o peixe para os pobres comerem ou você pode lhes arrumar um emprego e ensiná-los a pescar o peixe por conta própria — isto é, ensiná-los a serem seres humanos produtivos.

O que nos leva à sua segunda obrigação: se você quer ensinar os pobres a serem independentes e capazes de se auto-ajudar, comece dando o exemplo ainda dentro de sua própria casa.  Crie seus filhos de maneira austera.  Filhos independentes e não-mimados se tornam mais produtivos, mais solícitos, mais realistas e menos propensos a roubar ou a ser desonestos.  No futuro, seu filho poderá servir de exemplo comportamental para aquelas pessoas que você está preocupado em ajudar.

Dado que todos vivemos no mesmo planeta (e não há como fugir dele — vivos), todos enfrentamos o mesmo problema sobre como alocar recursos escassos da maneira mais eficiente possível do modo a satisfazer desejos cada vez maiores (já são quase 7 bilhões de pessoas na terra).  Há duas maneiras de se alocar recursos: 1) por meio da força, ou seja, por meio de decretos e coerções governamentais; ou 2) voluntariamente, por meio do sistema de preços fornecido pelo mercado. 

Esta segunda maneira é mais duradoura e, logo, preferível para ser adotada com o intuito de sustentar a vida de um enorme número de pessoas.  Por isso, é também sua obrigação explicar às pessoas — principalmente aos seus amigos igualmente sedentos por 'justiça social' — como funciona uma economia de mercado e por que apenas ela pode criar a maior quantidade possível de bens e serviços para os mais pobres, melhorando seu padrão de vida.  Todo e qualquer sistema econômico socialista sempre culmina em escassez e em racionamento de recursos, exatamente o contrário do que você quer para os mais pobres.

Sua terceira obrigação para com os pobres é dar bons exemplos, de modo que eles se sintam estimulados a emular seu sucesso.  Não minta, não roube, não trapaceie e não tome dinheiro das pessoas, tampouco utilize o governo para fazer isso por você.  Não enriqueça por meio de políticas governamentais.  Não aceite dinheiro nem privilégios do governo — dado que o governo nada cria, tudo o que ele lhe dá foi adquirido coercivamente de terceiros (na esmagadora maioria dos casos, contra a vontade de seus legítimos proprietários), uma medida que gera apenas ressentimento destes pagadores de impostos.  Uma civilização que é erigida sobre o roubo e sobre privilégios não pode ser duradoura.  Dê o exemplo não contribuindo para o perpetuamento deste arranjo.

Em um futuro muito próximo, será cada vez mais difícil para um indivíduo preservar sua riqueza.  Governos falidos ao redor do mundo — consequência econômica inevitável de estados assistencialistas e inchados — estarão sedentos para confiscar quaisquer ativos remanescentes em uma desesperada tentativa de prolongar sua sobrevivência (mas sempre em nome do "bem público").  Os direitos individuais serão abolidos em nome do 'bem comum' e várias leis serão criadas com o intuito de tornar ilegal qualquer medida que vise a proteger a riqueza dos indivíduos mais ricos — e aí sim veremos uma verdadeira caça às bruxas.

Algumas pessoas acreditam que poderão evitar problemas caso voluntariamente entreguem seu dinheiro para o governo (ou peçam para que o governo o tribute).  Pode ser, mas o fato é que durante a hiperinflação da França nos anos 1790, os ricos que não fugiram foram decapitados.  Talvez a França tenha sido um caso extremo, mas a história mostra que sempre que os ricos foram pilhados por políticos populistas, os resultados não foram bonitos.  Portanto, não empreste sua retórica e nem dê seu apoio a políticos ou movimentos políticos que defendam o confisco direto da riqueza dos mais ricos.  Além de os pobres nunca terem sido beneficiados por tais medidas (algo economicamente impossível), você estará apenas aumentando o número de pobres.

Portanto, sua quarta obrigação para com os pobres é assegurar parte da sua riqueza para as gerações futuras.  Dado que você genuinamente quer ajudar os pobres, acumule o máximo possível de ativos, trabalhe bastante e produza muita riqueza durante seu tempo de vida.  Ao produzir riqueza, você não apenas estará empregando pessoas e enriquecendo-as também, como estará produzindo para toda a humanidade uma maior quantidade de bens e serviços.  É assim que você fará com que as pessoas subam na vida. 

Caso prefira o assistencialismo puro, você também tem a opção de distribuir toda a sua riqueza quando se aposentar ou quando morrer.  Quanto mais riqueza você produzir, mais você poderá distribuir.  Você tem liberdade de escolha.  Em vez de folgadamente defender o esbulho da riqueza alheia, crie você próprio a sua riqueza e então a distribua para os pobres — ou, melhor ainda, empregue-os neste processo de criação de riqueza.

Durante este processo, você terá de saber manter seus ativos a salvo do perigo, evitando que sejam confiscados pelo governo ou que simplesmente sejam esbanjados e dissipados.  É neste quesito que você terá seus maiores problemas, muito embora várias famílias já tenham demonstrado ser possível manter sua riqueza ao longo de gerações.  Sua riqueza provavelmente estará na forma de ativos produtivos que são difíceis de serem movidos de um país para o outro.  Isso tornará mais difícil se proteger do governo doméstico, que estará ávido para confiscar sua riqueza quando ele precisar do dinheiro.  Conclusão: você terá de diversificar seus ativos ao redor do mundo, de modo que, quando o governo de um país se tornar muito ganancioso (sempre para ajudar os pobres), você terá outra base de operações da qual operar.  Isso irá garantir que você se mantenha fiel à sua primeira obrigação para com os pobres.  Quem disse que é fácil concorrer com o amor do governo pelos pobres?

Caso continue preferindo ensinar a pescar em vez de dar o peixe, sua quinta e última obrigação para com os pobres é legar em herança sua riqueza para alguém (ou para um grupo de pessoas) que irá dar continuidade ao seu trabalho de fazer deste mundo um lugar melhor para os pobres viverem, com uma maior produtividade e uma mais eficiente alocação de ativos.  Esta poderá ser a tarefa mais difícil de todas. 

Ser caridoso com a riqueza dos outros é uma delícia.  Arregaçar as mangas e produzir por conta própria aquilo que você quer ver distribuído já é um pouco mais trabalhoso.  Mas seu amor genuíno aos pobres servirá de estímulo todas as manhãs.  Boa sorte!

(Hans F. Sennholz (1922-2007) foi o primeiro aluno Ph.D de Mises nos Estados Unidos.  Ele lecionou economia no Grove City College, de 1956 a 1992, tendo sido contratado assim que chegou.  Após ter se aposentado, tornou-se presidente da Foundation for Economic Education, 1992-1997.  Foi um scholar adjunto do Mises Institute e, em outubro de 2004, ganhou prêmio Gary G. Schlarbaum por sua defesa vitalícia da liberdade.)

 

Como é? Então os institutos de pesquisa acertam quando acertam e acertam também quando erram? A justificativa não é séria!

Acompanhei atentamente as explicações dos institutos de pesquisa para os erros de percepção sobre a vontade do eleitorado e, confesso, não entendi nada. A conversa de que as pessoas decidiram mudar de ideia na última hora, com o devido respeito, é história da Carochinha. Como assim?

Então estamos com alguns problemas — e é a lógica elementar que tem de nos socorrer. É preciso mudar o intervalo de confiança e a margem de erro. Aí alguém diria: “Não, Reinaldo, para a hora do registro, margem e intervalo são aqueles; a gente não tem como avaliar o imponderável”.

Bem, então os institutos estão no melhor dos mundos, não é mesmo? Quando acertam, é sinal de que o eleitor decidiu não mudar de ideia. Quando erram, também acertam porque, afinal, não podem se responsabilizar pela instabilidade dos votantes.

A ser assim, vou montar um instituto, ora essa!, e vou começar a fazer pesquisas sem ouvir ninguém. Quando disseram, por exemplo, que haveria o risco de Dilma vencer no primeiro turno — e todo mundo lembra disso —, euzinho escrevi aqui no blog, disse no programa “Os Pingos no Is”, na Jovem Pan, e afirmei na TV da VEJA que isso não iria acontecer. Os institutos até que me ajudaram. Nas três últimas eleições, eles sempre tinham previsto mais votos ao PT do que o partido depois obteria e menos votos aos tucanos. Tive a certeza de que não seria diferente desta vez. Eu só não antevi que o vexame fosse ser tão grande.

Querem exemplos? Amigos gaúchos me dizem desde o início da campanha que José Sartori venceria a eleição. Ele ainda tinha 5% dos votos segundo os levantamentos. Se vai vencer, não sei. Mas ele chegou em primeiro lugar — e com uma baita distância. O jornalista Clayton Ubinha, produtor de  “Os Pingos nos Is”, viajou à Bahia ainda antes do início oficial da campanha e disse na volta: “O Rui Costa vai ganhar… Andei por lá…” Não era torcida, só registro. Manguei dele. Pois é… Ele também apostou que Aécio estaria no segundo turno quando os institutos davam ao tucano 14%… Então vamos criar o Vox Ubinha! Serei o investidor capitalista. Vamos cobrar muito caro!

Eu não estou dizendo, obviamente, que institutos devam endossar a percepção das pessoas. Mas me parece que eles têm de ser proibidos de errar mais do que a… percepção das pessoas, não é mesmo? Antes de a censura disfarçada de lei eleitoral encher o saco da Jovem Pan, a rádio sempre acertava o resultado de boca de urna simplesmente ouvindo o povo na rua. Agora não pode mais. É preciso, dizem, ter ciência. Um erro com ciência passa a ter aparência de seriedade, né? Vira coisa respeitosa! Ok apelar à ciência, mas não para ter o monopólio do erro.

Sim, o debate da TV Globo, no caso da eleição presidencial, visto por milhões de pessoas, pode ter feito diferença. Mas os institutos foram às ruas depois dele, ora essa! Aliás, uma nota a respeito: quando afirmei aqui que o tucano Aécio Neves tinha tido, de longe, o melhor desempenho no embate entre os três principais candidatos, fui acusado por idiotas disfarçados de jornalistas de estar expressando o meu gosto pessoal. Como todo mundo, faço, sim, as minhas escolhas, mas, neste trabalho, não confundo análise com torcida. O resultado das urnas está aí. E os idiotas, como sempre, fingem que não disseram idiotices,

Eu não estou demonizando os institutos nem sugerindo que devam ser censurados. Eu prefiro é que eles assumam o erro, que admitam que, desta feita, não entenderam o que estava em curso e que prometam submeter seus métodos a um teste de estresse. Bater no peito e cantar as vitórias quando acertam e atribuir a responsabilidade ao eleitor quando erram não é coisa de gente séria. Imaginem se um médico justificasse a morte de paciente afirmando que seu diagnóstico e o remédio recomendados estavam certos, mas o ex-vivente é que estava com a doença errada.

Institutos de pesquisa não podem dar desculpas mais esfarrapadas do que a de alguns políticos.

Por Reinaldo Azevedo

‘Alívio e esperança’, editorial do Estadão

Publicado no Estadão desta terça-feira

“Ufa!” A exclamação do leitor, estampada no Fórum dos Leitores na edição de ontem do Estado, resume o sentimento de alívio com que a maioria dos brasileiros conheceu o resultado da votação de domingo, que, ao colocar no segundo turno do pleito presidencial um candidato de oposição com reais possibilidades de ser eleito no próximo dia 26, demonstra que foi dado o primeiro passo para dar um fim à nefasta sequência de governos lulopetistas. A soma da votação dos dois principais candidatos de oposição, Aécio Neves e Marina Silva – mais de 57 milhões (56,8%) – contra os 43,2 milhões (41,6%) obtidos por Dilma Rousseff, mostra sem a menor sombra de dúvida que o povo brasileiro considera esgotado o prazo de validade da permanência do PT no poder.

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LULA PERDE E FHC SAI GANHANDO, por José Nêumane 

Ao votar, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recuperou o bom senso, maior responsável por seu sucesso nos palanques e nos palácios, e justificou o esperado desmanche das chances de Marina Silva, do Partido Socialista Brasileiro (PSB): “Ninguém inventa candidatura de última hora. Quando começa o jogo pra valer, tem que ter time para colocar em campo”. Ao tomar conhecimento da passagem de Aécio Neves para o segundo turno, contudo, ele reassumiu o papel de profeta dos próprios desejos ao dizer que o tucano será um candidato mais fácil de bater do que o seria a candidata improvisada.

Entre a constatação e a previsão, que se contradizem, ele celebrou a sétima vitória consecutiva nos dois turnos das três últimas eleições e a liderança de seu “poste” Dilma Rousseff no primeiro desta. Mas foi forçado a engolir derrotas muito amargas que comprometeram sua fama de mágico capaz de tirar da cartola coelhos vencedores – conquistada na vitória da sucessora à Presidência e no inesperado triunfo de seu pupilo Fernando Haddad contra o tucano José Serra na capital paulista. Dilma não repetiu os índices conquistados por ele em suas duas disputas com Serra e Alckmin, nem a dela contra Serra. Mas parte para o segundo turno com uma vantagem de oito pontos, que pode facilitar a vitória final. Ou não.

A obviedade deste “ou não” explica a insistência quase desesperada com que o Partido dos Trabalhadores tentou levar sua candidata à reeleição à vitória no primeiro turno, que não foi possível por uma diferença de oito pontos porcentuais, exatamente a mesma distância sobre o segundo colocado. Mais preocupante ainda do que isso para Dilma foi o desempenho do estrategista de vitórias, em cujos ombros ainda repousa a esperança da conquista de novos eleitores para preencherem essa lacuna. O “chefe” obteve frutos amargos na colheita do plantio decidido por sua vontade tirana e pela incapacidade do partido, por mais estruturado que seja, por mais competente que seja no jogo político, de contrariá-lo.

O fiasco mais estrondoso foi em São Paulo. Imposto pela vontade do levantador de “postes” em quaisquer disputas eleitorais, o médico Alexandre Padilha não contou com mais do que o capricho de Lula para superar eventuais rivais do partido no maior Estado e colégio eleitoral do País. Nem sequer chegaram a ser cogitadas figuras históricas da legenda petista, como o ex-casal Marta, ministra do Turismo, e Eduardo Suplicy, senador. Não foram também lembrados quadros conhecidos pelo eleitorado, casos dos ministros de Dilma Aloizio Mercadante Oliva e José Eduardo Cardozo. E o ex-ministro da Saúde bateu o recorde negativo inimaginável de 18,22% dos votos válidos.

O preterido Eduardo Suplicy, protagonista da maior gafe da eleição ao se aproximar de Marina Silva e atrair a aversão de Dilma e Lula, obteve a metade dos votos do adversário José Serra, do PSDB, que voltará ao Senado. Mas nem isso servirá de consolo ao mago, habituado a colecionar vitórias com seus caprichos improváveis, seja porque Suplicy perde uma vaga petista que ocupa há 24 anos no Senado, seja porque sua derrota humilhante abre uma lacuna importante na história de glórias do PT.

Nos sete municípios do ABC paulista Dilma perdeu em cinco, quatro para Aécio, inclusive São Bernardo do Campo, berço do Lula sindicalista e depois político - um revés simbólico de consequências históricas. Mas seus fracassos não foram só no Estado de São Paulo. O patrocínio de Lindbergh Farias na disputa pelo governo do Estado do Rio, desfazendo uma aliança que tinha sido muito bem-sucedida com Sérgio Cabral, foi desastroso: o ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) teve pífios 10% dos votos. No Paraná, o tucano Beto Richa ganhou no primeiro turno e a queridinha de Lula, Gleisi Hoffman, ex-chefe da Casa Civil de Dilma, amargou um terceiro lugar, com 15,77% dos votos válidos.

Do Paraná também veio a notícia alarmante do recorde de votos obtido pelo senador Álvaro Dias, do PSDB, o mais ativo parlamentar oposicionista (incluindo o colega mineiro Aécio Neves) durante os três mandatos petistas. Outra vitória espetacular foi a do cearense Tasso Jereissati, cuja acachapante derrota Lula fez questão de patrocinar há quatro anos. Esses dois combativos senadores terão a oportunidade de levar as delações premiadas de Paulo Roberto Costa, o Paulinho do Lula, e Alberto Youssef para o debate político, seja quem for o vencedor do segundo turno no pleito presidencial.

Uma vitória, por qualquer margem, de Dilma Rousseff no segundo turno fará, é claro, com que parte desse legado negativo que mancha a reputação de invencível do padim Ciço de Garanhuns seja relegada a segundo plano. Caso, porém, a afilhada perca, seu padrinho terá subtraída parte de sua inegável ascendência sobre as bancadas do PT e do PMDB, que, renovadas, ainda dominarão o Poder Legislativo.

Se de fato o PSDB é o único partido organizado para servir de alternativa ao poder populista do PT, como reconheceram Lula e a maioria dos eleitores, é óbvio que, além de Aécio, com sua persistência em ficar preparado para se aproveitar das furadas de Marina, Fernando Henrique Cardoso também sai vencedor de uma eleição que nem sequer disputou.

Acontece que, apesar de ter sido o responsável pela maior revolução social da História do Brasil, o Plano Real, o sociólogo teve seus feitos obscurecidos seja pela maledicência nem sempre veraz dos adversários, seja ainda pelo oportunismo pouco sagaz de seus correligionários Serra e Geraldo Alckmin. Estes tentaram ocultar a obra do antecessor nas campanhas contra Lula e Dilma e nem sequer tiraram proveito disso, pois as perderam. Aécio recobrou esse legado e lhe deu lugar no palanque. A tal ponto que da boa defesa dessa herança bendita no confronto com Dilma dependerá em grande parte seu êxito no turno decisivo. No mais, quem viver verá. 

(por José Nêumane Pinto)

FHC não perdoa Dilma e o governo Lula pelo dossiê falso contra Ruth Cardoso

(Foto: Reprodução/TVeja)

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não perdoou Dilma e o governo Lula pelo dossiê inteiramente falso feito contra ele e dona Ruth Cardoso em 2008 para desviar o foco dos escândalos dos gastos com cartões corporativos na gestão petista.

O ex-presidente foi casado com a professora Ruth por 55 anos, até a morte dela, justamente em 2008.

FHC pela primeira vez falou sobre os bastidores do caso.

Na segunda parte da entrevista exclusiva concedida a TVEJA, o ex-presidente adotou um tom incisivo como nunca e desafiou Dilma e Lula.

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Fonte: veja + estadão + IVMB

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