Pesquisas por telefone mostram disputa acirrada entre Aécio e Dilma

Publicado em 14/10/2014 19:07
por Lauro Jardim, de veja.com

Os trackings de hoje

Dilma e Aécio: disputa acirrada

As pesquisas Datafolha e Ibope só saem amanhã. Mas quatro trackings a que o Radar teve acesso, dois encomendados por partidos e dois por instituições financeiras, mostram que hoje Aécio Neves está entre dois e quatro pontos percentuais  à frente de Dilma Rousseff.

Os mesmos trackings, porém, davam ontem uma dianteira para Aécio entre quatro e seis pontos percentuais. São levantamentos que balizam as avaliações de bancos e partidos. São eles que fazem a Bovespa subir ou cair e levam a  pequenas mudanças de estratégias nos programas eleitorais.

Mas toda precaução é pouca: as pesquisas de amanhã, cuja metodologia é aberta a todos, são sempre portos mais seguros como termômetros eleitorais.

Por Lauro Jardim

Eleições 2014

“O PSDB quebrou o Brasil três vezes”

Aécio: alvo do PT

O ataque petista a Aécio Neves começa a fazer efeito. Uma pesquisa qualitativa feita por uma grande agência de propaganda que acompanha de perto a eleição constatou que a afirmação, repetida um sem número de vezes nos últimos dias, de que “o PSDB quebrou o Brasil três vezes” está pegando numa faixa do eleitorado de classe média emergente recém-convertido a Aécio.

Se o PSDB não reagir com algum antídoto, verá escoar votos de neoaecistas.

Por Lauro Jardim

Política & Cia

O PT já “faz o diabo” há sete eleições — não é agora que vai parar

Desde 1989, o PT disputou sete eleições presidenciais e venceu as últimas três; então, por que mudar de estratégia agora? (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

FAZENDO O DIABO

Artigo de Pedro Malan publicado no jornal O Estado de S. Paulo

E assim falou Lula: “Portanto, se aqui for dito alguma coisa que eu já disse, é um defeito político, na verdade, um defeito genérico do político brasileiro, mas que, segundo os comunicadores, é sempre importante a gente repetir a mesma coisa muitas vezes, até que esta coisa se torne quase que uma verdade absoluta para todos nós” – em discurso na sessão de abertura da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, no início do seu segundo mandato (10/4/2007).

Essa postura não era nova, como já mostrara o bordão sobre herança maldita após 2003, mas sua prática continuada ao longo do segundo mandato permitiria a Lula um arroubo extra de arrogância ao afirmar às vésperas das eleições de 2010: “A opinião pública somos nós”. Talvez porque se sentisse à beira de uma vitória que pretendia de caráter plebiscitário.

Como é sabido, o PT disputou até agora (mérito seu, devemos reconhecer) nada mesmo que sete eleições presidenciais desde 1989, perdeu as três primeiras (duas no primeiro turno) ganhou as três seguintes e disputa agora, bem situado, sua sétima eleição presidencial.

Cabe lembrar que em nenhuma das eleições que ganhou (e da que ainda espera ganhar) o eleitorado brasileiro lhe concedeu a graça de uma vitória no primeiro turno. É difícil, pois, entender o arrogante “a opinião pública somos nós” de 2010. Assim como é difícil de aceitar a simplória visão de que a complexa, rica e diversa sociedade brasileira caiba na camisa de força da divisão entre o recorrente “nós” do petismo e o conjunto, nada desprezível, daqueles que têm opiniões distintas e recusam a rotulagem fácil como instrumento de desqualificação.

Parte expressiva dos 142 milhões de eleitores brasileiros tem todo o direito de perguntar “nós quem?”, ao saber que uma mesma coisa deve ser repetida muitas vezes até que esta coisa se torne uma verdade quase que absoluta – e para todos nós.

Quatro meses atrás escrevi neste espaço: é bem possível que a máquina de propaganda do governo, com seus vastos recursos e amplo uso das instrumentalidades do poder, convença mais da metade dos eleitores de que eles devem votar de olhos postos nas “conquistas” que seriam, todas, “dos últimos 12 anos” e que “eles” (quaisquer oposições relevantes) iriam destruí-las se eleitos fossem.

É lamentável, pela mentira, desfaçatez e hipocrisia, mas alguns dirão: “Isso é do jogo simbólico da política”. Como já foi feito no passado.

Fernando Gabeira foi ao ponto que importa em seu artigo no Globo de domingo passado: “Uma vitória do PT, creio, não pode ser atribuída apenas à sua capacidade de mentir e de atacar”. Não se deve nunca acusar o adversário pela própria derrota. Se não for possível resistir aos ataques e mentiras do PT, isso significa que vai ficar eternamente no poder. Por que mudaria de tática?

Com efeito, por que mudaria de tática, se não tivemos respostas políticas adequadas a deslavadas mentiras do tipo “eles” queriam (ou iriam se eleitos) privatizar a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa ou o BNDES. Ou do tipo “eles são contra, e se eleitos vão acabar com o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e outros programas sociais do governo”. Ou “eles” não aumentaram o salário mínimo em termos reais – o que é mentira, e de má-fé.

Ou a mentira de que os programas de transferência direta de renda para os mais pobres sejam uma criação petista, quando a medida provisória do governo Lula, mais de dez meses e meio após a sua posse, lista os programas que havia herdado do governo anterior, e os consolida, após reconhecer que era muito melhor ideia do que a alternativa que tentara por mais de dez meses. Não é correto, como sabe qualquer pessoa minimamente informada, que a estabilidade tenha sido uma conquista dos anos pós-2003.

A presidente chega à decisão do segundo turno carregando consigo três tipos de heranças – duas das quais de sua própria lavra. Sobre a primeira muito já escrevi neste espaço e posso agora apenas resumir. O Brasil não começou em 2003; os últimos 12 anos foram marcados por três períodos distintos: um Lula do primeiro mandato, que começou a acabar em marco/abril de 2006, um Lula II diferente até 2010 e o governo Dilma, que foi um Lula II muito mais problemático.

A nova estratégia de marquetagem política, após afirmar não ser possível voltar ao “passado”, volta a 12 ou 16 anos atrás (1998 -2002) para acusar adversários de terem “quebrado por três vezes”. Uma mentira e uma tática diversionista para evitar discutir os sérios problemas que hoje enfrenta o país e os difíceis quatro anos à frente.

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À mesa

Jantar em São Paulo

Edson de Godoy Bueno, sócio da Amil, recebe hoje para jantar em seu apartamento paulista uma dupla da pesada: Lula e Antonio Palocci. Um reduzido grupo de grandes empresários, entre cinco e seis, foi convidado. Entre eles, Abilio Diniz.

(Atualização, às 18h43: o jantar foi cancelado)

Por Lauro Jardim

Judiciário

Casa de ferreiro… Canal de TV ligado à CUT é condenado por irregularidades trabalhistas

Ironicamente acusada

A 1ª Vara do Trabalho de Brasília julgou ontem uma ação em que a TVT, ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), era acusada de… irregularidades trabalhistas.

Um dos cinegrafistas de uma empresa terceirizada pediu o reconhecimento do vínculo de emprego com a TVT e o juiz decidiu que a terceirização, feita na atividade-fim da TVT, é ilegal. Em outras palavras, a empresa foi contratada para atuar na área jornalística, a mesma área de atuação da TVT, o que é proibido.

Condenada, a TVT terá de assinar a carteira de trabalho do cinegrafista e pagar os direitos trabalhistas referentes ao ano e meio em que ele trabalhou por lá.

Pimentel evita desconstruir

Pimentel: resistindo à pressão

Fernando Pimentel tinha a faca e o queijo na mão para ser o comandante-em-chefe da artilharia petista contra Aécio Neves. Afinal, fez barba, cabelo e bigode em Minas Gerais. Mas, apesar da pressão do PT, postou-se longe do confronto direto.

Em sua única entrevista relevante, dada na semana passada à Folha de S. Paulo,  Pimentel evitou bater em Aécio. Quem acabou fazendo o papel é Jaques Wagner, outro vitorioso petista, mas sem a mesma força.

Até quando Pimentel resistirá não se sabe.

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Fonte: Blog Lauro Jardim, em veja.com

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