A copeira aproveitou o pedido de demissão da ministra para vingar-se da patroa

Publicado em 13/11/2014 23:04 e atualizado em 15/11/2014 04:24
por Augusto Nunes + Lauro Jardim e Ricardo Setti, de veja.com

A copeira aproveitou o pedido de demissão da ministra para vingar-se da patroa

Na primeira das duas fotos publicadas pela coluna em 13 de setembro de 2010, Marta Teresa Smith de Vasconcelos Suplicy contempla Dilma Rousseff com o olhar enviesado de granfina quatrocentona que virou copeira de candidata à Presidência.

Na segunda, Dilma Vana Rousseff devolve o copo d’água que Marta lhe entregara com o olhar superior de quem virou patroa de granfina quatrocentona.

Os colunistas políticos têm procurado na cabeça da política Marta Suplicy as justificativas para o tom insolente e o conteúdo agressivo da carta em que se demitiu do Ministério da Cultura. As duas imagens avisam que o texto talvez tenha sido sugerido pela alma e ditado pelo coração da aristocrata Marta Teresa Smith de Vasconcelos Suplicy.

Quem foi criada para ser servida por plebeus jamais esquecerá o dia em que serviu de criada para uma plebeia.

(por Augusto Nunes)

 

Oliver: ‘O que aconteceu no dia da eleição tem cara, cheiro, gosto e formato de golpe’

VLADY OLIVER

Acho que você e ninguém por aqui quer realmente que acordemos no domingo sob o Toque da Alvorada, não é mesmo? Incitar a violência por aqui pode causar todos estes efeitos colaterais nefastos para a combalida saúde democrática deste país bandido. Acontece que as coisas vão fazendo lama por onde quer que olhemos. Acho incrível – e faço aqui um mea culpa – que a população simplesmente “sinta o cheiro” de bandidos e, sem uma comprovação específica, vá fechando o cerco por dedução mesmo do que está ocorrendo nos corredores golpistas dos palácios de governo.

Trabalho e trabalhei em tevê. Acompanhei no passado uma reunião de tecnologia para ajustar a transmissão de dados da apuração eletrônica que resultou numa piada macabra; uma rede de tevê, que tinha uma integração de dados maior e mais eficiente que o próprio TSE na época, acabou por receber os resultados na frente do próprio órgão oficial. É claro que o mundo vai negar essa afirmação leviana, mas eu estava na outra ponta do equipamento e sei do que estou falando. Se era uma esbórnia, era também uma prova cabal de que a apuração era um processo aberto a um grande número de pessoas enquanto em andamento, incluindo aí fiscais e auditores dos próprios partidos e até da imprensa, pois todos acompanhavam a tabulação ao mesmo tempo.

Não foi o que aconteceu desta vez, certo? Fechados num bunker, escondidos da fiscalização, tofolinho e seus miquinhos amestrados poderiam ter dado a vitória ao tiririca, se quisessem. E agora se recusam a abrir o processo ao escrutínio público, enquanto apagam as provas do crime cometido. Tem cara, cheiro, gosto e formato de golpe eleitoral. Se é, cabe às autoridades investigarem e trazerem a público o que aconteceu. O que não dá é para fazer marola, como anda fazendo parte de nossa imprensa, que não liga o nome à pessoa no desfile de episódios mancos que somos obrigados a assistir meio calados por aqui.

A fraude eleitoral já está comprovada, mesmo que não encontrem na parada os rastros porcos da tal ” Smartmatic”. Esse é o nome da empresa venezuelana, com sede de fachada em Londres e nos EUA, investigada nos dois países e acusada de fraudes eleitorais por toda a Pátria Grande que estes cretinos tentam esconder de nós. Ela aconteceu pelo pusilânime processo de ameaça que sofreram seus beneficiários, caso não votassem na quadrilha. É mais do que suficiente para por o resultado em xeque.

O país já optou pela falta de legitimidade da governanta reeleita, e vai mostrar isso de forma inequívoca a partir deste sábado, 15 de Novembro. Acho que políticos e detentores de cargos públicos deveriam começar a coçar os traseiros e providenciar a fuga enquanto  é tempo. A Itália não extradita ninguém, meus caros. Aposto que o consulado italiano nunca recebeu tantos pedidos de cidadania como deve estar recebendo agora. Vai indo, que meu destino é New Jersey, hehehe.

As desconfianças sobre a lisura das eleições se devem ao absurdo de fazer o país inteiro esperar pelos resultados do Amazonas e do Acre. Enquanto isso, só Toffoli, presidente do TSE, e apenas 22 funcionários da Justiça Eleitoral sabiam o que se passava. É esse tipo de coisa que não pode mais ocorrer! E há, sim, formas de evitar a barbaridade

No início da apuração, Aécio liderava; às 19h32, Dilma virou o jogo (Fonte: EBC)

Não é novidade para nenhum brasileiro minimamente informado a espantosa forma como o país ficou sabendo quem vencera o segundo turno da eleição presidencial — por apertada margem, a presidente Dilma Rousseff (PT), como se sabe, superou o presidenciável Aécio Neves (PSDB).

Sem que o país soubesse, segundos depois do encerramento das urnas nos 10 Estados do Sudeste e do Centro-Oeste, e no Distrito Federal, submetidos ao horário de verão — e onde se situa a esmagadora maioria do eleitorado brasileiro –, às 17 horas, Aécio Neves saiu na frente com grande vantagem, e prosseguiu liderando a contagem durante mais de duas horas e meia.

Iniciada com as urnas dos Estados sob o horário de verão, a contagem seguiu depois para os Estados não incluídos nessa meta de economia de energia, depois para as urnas do Estado do Amazonas, que tem um fuso horário de duas horas a menos em relação a Brasília e, finalmente, para o Estado do Acre, cujo fuso é de três horas menos. “Acompanhamos a virada [em prol de Dilma] a partir do recebimento dos votos do segundo fuso”, contou na ocasião Júlio Valente, o chefe da Seção de Processamento de Eleições do Tribunal Superior Eleitoral, responsável pela totalização dos votos apurados.

A “virada” ocorreu exatamente às 19h32, mas o país continuou sem saber de nada — apenas 22 funcionários da área técnica do TSE, reunidos em uma sala, estavam ao par do que se passava e, presume-se, também o presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli.

Quando foi feito o primeiro anúncio aos mais de 200 milhões de brasileiros, às 20 horas, Dilma já estava praticamente eleita — um procedimento que contribuiu para a montanha de suspeitas, com fundamento ou não, que se espalharam pela sociedade, comprometendo a lisura e a legitimidade do pleito.

E tudo isso por quê? Por causa de 2,2 milhões de eleitores do Amazonas e 500 mil do Acre!!! Sendo que somos no Brasil 142 milhões de eleitores!

Sem contar a trapalhada que ocorreu com o horário de verão.

Até as 19h32 do dia do segundo turno, Dilma Rousseff estava perdendo a corrida presidencial (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

Daqui para a frente, não pode mais haver dúvidas em eleições cruciais para o país — nas quais se decidem quem será o presidente, quem serão os governadores, e quais deputados e senadores representarão o povo brasileiro e os Estados.

NÃO PODE!

Para isso, é preciso que a oposição inicie desde já um movimento para, por lei, tornar excepcional o período pré-eleitoral: que seja suspenso o horário de verão na semana das eleições e que fique estabelecido que o horário no Acre e no Amazonas seja o mesmo de Brasília no mesmo período.

Se se considerar que isso causará muita confusão, que se aprove lei, no Congresso, determinando que os primeiros resultados da eleiçãoserão divulgados a toda a sociedade brasileira no exato minuto em que se iniciem as apurações. Se isso influenciará ou não os eleitores do Amazonas e do Acre é menos importante do que criar a sensação de que houve alguma coisa estranha nas eleições que levaram Dilma de volta ao Planalto.

É um total absurdo que um grupo de pouco mais de 20 pessoas, e só elas, ficassem sabendo da marcha das apurações de um país gigantesco como o Brasil. Isso não pode se repetir.

(por Ricardo Setti)

Recado aos amigos: ajudem a montar o mapa dos protestos deste dia 15

Amanhã, sexta-feira, a coluna publicará o mapa das manifestações de rua programadas para este sábado. Peço aos organizadores do movimento e aos leitores que moram nas cidades incluídas na rota dos protestos que informem a hora e o local do início das passeatas. Ao teclado, amigos: o 15 de Novembro dos indignados merece ampla divulgação. E vamos cobrar desde já uma cobertura jornalística que, ao contrário do que aconteceu na mais recente mobilização da resistência democrática brasileira, trate os fatos com isenção e respeito.

(por Augusto Nunes)

 

Críticas de Toffoli

Um ministro afiado

Um jantar na casa de Renan Calheiros ontem à noite deve ter deixado Dilma Rousseff com as orelhas ardendo.

Em volta da mesa um time de senadores (Renan, Gim Argello, Eunício Oliveira, José Pimentel, Romero Jucá, José Sarney), uma ex-ministra polêmica (Marta Suplicy, agora de volta ao Senado) e um ministro do STF (Dias Toffoli).

Muitos criticaram Dilma (Marta bateu em Aloizio Mercadante em especial), mas o campeão da noite, de modo inconteste, foi Toffoli.

Atacou a manobra do governo para driblar as regras da política fiscal. Considera que, assim, o governo está explodindo com a Lei de Responsabilidade Fiscal. E, como consequência, os governos estaduais e os municípios seriam os próximos a conseguir alterações.

Por Lauro Jardim

 

Quinze páginas de perguntas

Miro quer saber

Miro Teixeira redigiu quinze páginas de um requerimento de informação a ser enviado ao presidente do BC, Alexandre Tombini.

Entre outros temas espinhosos ao governo de Dilma Rousseff, Miro quer explicações de Tombini a respeito dos juros da dívida pública e o impacto do déficit de 25,5 bilhões de reais nas contas públicas (o pior resultado da história) sobre a inflação. Miro também incluiu perguntas sobre a crise do setor elétrico, a subestimada inflação e os aportes bilionários do Tesouro no BNDES – já são 398 bilhões desde 2008.

Baseado em dados divulgados pelo próprio BC, o requerimento de Miro passou por Henrique Eduardo Alves, que o encaminhou à vice-presidência da Câmara para deferimento. Em caso de aprovação, Tombini terá 30 dias para se explicar por escrito.

Por Lauro Jardim

 

SARDENBERG: Para 2015, Lula quer que Dilma faça na economia o que ele fez em 2003, ou seja, exatamente o contrário do que pratica a presidente

Em 2003, Lula continuou o modelo FHC e a economia prosperou. Dilma, por outro lado, não quis manter o que já funcionava (Foto: Folhapress)

DILMA 15 E LULA 2003

Artigo de Carlos Alberto Sardenberg publicado no jornal O Globo

O regime de superávit primário foi introduzido nas contas públicas brasileiras em 1999, no segundo mandato de FHC, em meio à crise de desvalorização do real. Até aquele momento, havia déficits e a dívida pública subia todos os anos. Os títulos do Tesouro Nacional, as promissórias do governo, eram papel podre no mercado internacional.

Depois de dez anos seguidos de superávits — os mais altos no primeiro governo Lula — e de constante redução da dívida, o Brasil foi premiado com o grau de investimento em 2008. Lula comemorou dizendo que a gente finalmente se tornara um país sério.

Tudo melhorou: dívida menor, juros reais menores, inflação baixa e na meta, custo menor de financiamento no exterior. O regime de superávits primários (economia no orçamento para pagar juros e reduzir a dívida), o sistema de metas de inflação, também de 1999, e o câmbio flutuante formaram a base da estabilidade macroeconômica daqueles anos. É tudo isso que começou a ser derrubado no primeiro governo Dilma.

Não por acaso, uma das agências, a Standard&Poors, reduziu a nota brasileira em março último.

Surpreende esse comportamento de Dilma? Não. Olhando um pouco para trás, fica mais fácil entender.

O PT combateu ferozmente todas as bases do Real. Prometia suspender pagamentos das dívidas interna e externa. Como dizia Lula, sim, ele mesmo, não fazia sentido gastar o dinheiro público pagando credores enquanto o povo passava fome.

Os economistas do partido, Guido Mantega à frente, diziam: fazer superávits primários elevados era “suicídio”, política recessiva e nefasta. A saída era aumentar o gasto público em tudo, de salários a obras, em vez de remunerar banqueiros e rentistas.

A campanha de Lula em 2002 começou com esses parâmetros. Mantega era o principal assessor econômico. Maria da Conceição Tavares, a inspiradora de documentos que pregavam a ruptura com o modelo neoliberal.

E aconteceu o quase milagre. Eleito em 2002, Lula, em vez de jogar fora o modelo FHC, mandou para o lixo todos os documentos petistas. Seguiu direitinho a cartilha ortodoxa. Fez superávits primários anuais superiores a 3% do Produto Interno Bruto, bastante elevados e previstos no plano anunciado por FHC em 1999, em acordo com o FMI.

Por que Lula mudou? Porque o dólar foi a R$ 4,00 na véspera de sua eleição; capitais fugiram do país; uma promissória do governo brasileiro de 100 dólares era negociada a 35 dólares, junk bonds, puro lixo; o Tesouro não conseguia se financiar, ou seja, tomar mais dinheiro emprestado aqui mesmo, porque os credores, quando apareciam, exigiam juros absurdos.

Diziam os petistas que era a reação do capital internacional. Mas o que queriam? Quem seria idiota de financiar um governo que promete dar o calote?

A sorte é que Lula não era economista do PT, muito menos seu principal colaborador da época, o médico e político Antonio Palocci. Este convenceu o presidente eleito que a opção era simples: ou a cartilha ortodoxa ou o caos (inflação disparando, financiamento zero da dívida, calotes, recessão).

Lula topou. Por necessidade. Provavelmente, não estava convencido do acerto daquela política econômica, assim como provavelmente não se entusiasmava com a linha petista. Pragmático, usou a que cabia para o momento.

No governo, quando a situação se equilibrou, o mercado e o FMI ficaram felicíssimos e Lula pôde então tocar seus programas sociais. E mais coisas neoliberais, como legislação que garantiu o sistema de crédito. Pois é, a coisa funcionava.

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Fonte: Blogs de veja.com

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