Guinada ortodoxa ainda não convence e não basta. Ou: Quem engana quem?
Guinada ortodoxa ainda não convence e não basta. Ou: Quem engana quem?
Certa vez vi um ex-ministro da Fazenda de um país tropical se gabar de que havia “enganado” o governo que o convidara ao CARGO
Afinal, o tal presidente conseguiu o que queria: ser reeleito. Será que ele não sabia o que estava fazendo? Será que não foi ele quem usou o outro para seus interesses, com plena consciência de que estava colocando um liberal para dentro do time de esquerda justamente para fazer o “trabalho sujo”, e depois dispensá-lo quando não fosse MAIS
A coluna de Eduardo Giannetti na Folha hoje me trouxe à memória esse episódio. Após constatar as mentiras de Dilma na campanha e o estelionato eleitoral, Giannetti levanta a suspeita de que o economista pode ser MAIS
Joaquim Levy tem sólida formação acadêmica e possui comprovada experiência tanto no setor público COMO
A esfinge desafia a argúcia dos analistas: até que ponto ele desfrutará de autonomia para pôr em prática suas ideias? Mudou o governo ou mudará ele? E se um não mudou nem mudará o outro, quantos meses dura o engodo?
Os governantes podem ignorar os limites impostos pela aritmética econômica por algum tempo, mas cedo ou tarde a dura realidade acaba se impondo com suas unhas de bronze. É possível que o medo tenha vencido a ideologia, COMO
Concordo. Além de os economistas serem mais ingênuos, os sérios focam basicamente em uma coisa: resultados. Não fazem questão dos aplausos da plateia, dos créditos, justamente porque nem sempre têm ambições políticas. Por isso podem aceitar até mesmo fazer o “trabalho sujo” em um governo de esquerda que demoniza publicamente a ortodoxia, os banqueiros, o mercado.
Mas devem tomar cuidado se acham que podem enganar o governante de esquerda. Até mesmo Lenin fez concessões ao mercado e abriu brechas com sua Nova Política Econômica. O economista pode emprestar sua racionalidade a um projeto autoritário de poder, nesse caso. Como diz Reinaldo Azevedo em sua coluna hoje no mesmo jornal:
Confesso que o rottweiler que morde canelas se vê tentado a dizer: “Não vá, não, Levy! Fique onde está, Kátia! Eles que se virem!” É que EXISTE
Os afeitos ao tema perceberam a referência à Primeira Epístola aos Coríntios, de Paulo, um texto que trata de princípios –coisa de que o PT é destituído por… princípio! Quero que a presidente Dilma acerte. Até porque me diverte constatar que cada eventual acerto seu evidencia uma mentira da candidata Dilma.
Eis uma das tantas diferenças entre nós e eles: queremos o melhor para o país, mesmo que eles estejam no poder com suas mentiras. Não torcemos pelo “quanto pior, melhor”, e julgamos que engolir um escancarado estelionato eleitoral ainda é melhor do que Dilma insistir nas atrocidades defendidas em sua campanha - o que seria o caos para o país.
O “cavalo de pau” de Dilma é, portanto, bem-vindo, ainda que seja uma guinada ortodoxa incompleta e sob suspeita em termos de durabilidade. Como Marcos Troyjo lembra em suacoluna também na Folha, porém, esse é apenas o primeiro passo, muito tímido ainda. O tamanho do problema é simplesmente enorme, produzido pelo próprio governo Dilma.
BNDES, Petrobras, Caixa, Mercosul, setor elétrico destruído, intervenções arbitrárias, enfim, a quantidade de estripulias foi tanta que indicar um nome de confiança do mercado está longe de ser o suficiente. A mudança terá de ser para valer. A guinada terá que ser COMPLETA
Restaurar confiança e entusiasmo exige, porém, MAIS
Apesar do amplo potencial como economia criativa, o Brasil direciona só CERCA
Não há dúvida de que o segundo governo Dilma deve mover-se rapidamente de volta ao “tripé macroeconômico”. Mas isso não basta. Precisamos de MAIS
As prioridades do país são as reformas estruturais e, ao lado delas, a reorientação da política externa, sobretudo em matéria econômica. O Brasil deve negociar acordos de livre comércio dinâmicos –sem restrições impostas pelo Mercosul.
Resta saber se Dilma irá mesmo por esse caminho. É muito cedo para dizer. Antes, será necessário verificar se o primeiro cavalo de pau se sustenta. Não podemos colocar a carroça na frente dos bois. E não há garantia alguma de que a presidente vá realmente abandonar o CONTROLE
Muitos podem achar que os economistas sérios conseguiram se infiltrar no governo e vão poder, agora, desfazer as besteiras da EQUIPE
Rodrigo Constantino
Ausência de Dilma para anunciar nova equipe fala alto
Por que a presidente Dilma não foi pessoalmente anunciar a nova EQUIPE
Agora vamos comparar com o anúncio da EQUIPE
Um padre no bordel?
A escolha de Joaquim “mãos de tesoura” Levy para o ministério da Fazenda continua dando o que falar. A ala MAIS
Discorda? Então desafio o leitor a perguntar ao grosso da BASE
Isso não deixa de configurar um escancarado estelionato eleitoral, claro, mas somente porque o terrorismo feito pela campanha de Dilma associava as medidas ortodoxas necessárias ao desaparecimento de comida na MESA
Mas a maioria da população queria mudança. Muitos podem não ter conhecimento técnico adequado para compreender COMO
Dilma parece finalmente ter compreendido isso, ou compreendido que precisa sinalizar ao mercado que “compreendeu” isso, para ganhar tempo. Daí a escolha de Joaquim Levy, doutor emCHICAGO
Mas sem dúvida é um bom começo, apesar do estelionato. Como disse Aécio Neves, o PT é refém de suas contradições, e por isso precisou colocar um “AGENTE
Meu AMIGO
A grande dúvida dos investidores é até quando ele aguenta, se antes mesmo de assumir já é alvo do “fogo amigo” do próprio PT. Os ataques dos radicais de esquerda Levy tira de letra, acredito. O maior perigo mesmo é quando a própria presidente se desentender com ele, bater na mesa, gritar, colocar o dedo em riste, reclamar dos efeitos de suas medidas, cobrar mais heterodoxia. Qual será sua reação? O “padre” vai tolerar ser pautado pelo “bordel”? É nesse momento que a porca torce o rabo…
Rodrigo Constantino
Chamo a atenção para esse detalhe apenas para destacar como os bolivarianos agem diferente na hora de escalar suas verdadeiras “estrelas da economia”, que mais parecem cometas que deixam um rastro de destruição por onde passam, e de convocar aqueles responsáveis por limpar a sujeira deixada pelos heterodoxos, algo como o personagem “the CLEANER
A ausência de Dilma no anúncio da nova EQUIPE
Rodrigo Constantino