BTG (banco de André Esteves, preso na Lava Jato) derrete 39% na Bolsa

Publicado em 25/11/2015 17:38
por GERALDO SAMOR, de VEJA MERCADOS (+ Josias de Souza, do UOL)

Sell, sell, sell

Às 14:30 horas, a ação do BTG caía 39% com volume treze vezes maior que a média.

Gringos don’t forgive

O mercado monitora agora a reação dos bancos internacionais à prisão de Esteves.  Como todo banco, o BTG vive de linhas de crédito, boa parte delas dadas por bancos internacionais, que têm se mostrado avessos a fazer qualquer negócio com empresas envolvidas na Lava Jato. Muitas empreiteiras envolvidas na operação, por exemplo, foram convidadas a encerrar suas contas em instituições como Citigroup e JP Morgan, dentro e fora do Brasil.

Risco contido

Concorrentes consultados pela coluna disseram que o BTG não oferece risco sistêmico (quando a quebra de um banco contamina os outros) na medida em que o BTG não tem depositantes. O banco depende primordialmente de linhas interbancárias e funding de investidores institucionais.

Vacas magras

No mercado, a oferta de 4 milhões de reais pelo silêncio de Nestor Cerveró foi considerada baixa. Será a crise?

Sociedade com o suspeito

O que farão os sócios do BTG agora? O que fazer quando o maior acionista, CEO e principal face pública do seu banco é preso no contexto de uma operação como a Lava Jato? Será que Esteves e os sócios bolaram algum plano para se este dia chegasse?

Cara de paisagem

Por enquanto, os sócios do BTG não estão passando recibo. Passaram a manhã dizendo que está tudo sob controle e que Esteves foi envolvido numa ‘molecagem’ (e outras palavras impublicáveis para definir o filho de Nestor Cerveró.)

As ligações perigosas

Eduardo Cunha tem laços profundos com Esteves. Uma de suas filhas, advogada, trabalha no BTG. Cunha também foi providencial na aprovação da Medida Provisória que permitiu a entrada do capital estrangeiro em hospitais, uma medida que beneficiou diretamente o investimento que sócios do BTG fizeram na Rede D’Or. Depois da MP, os sócios venderam parte de sua posição para fundos de private equity.

Piadas infames

“Viram quem vai tocar na festa de fim de ano do BTG? The Police.”

“Amigo, você já esteve preso? O André, Esteves…”

 

Delcídio queria calar também Duque, diz Teori (por JOSIAS DE SOUZA, do UOL)

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Além de Nestor Cerveró, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, tramava silenciar outro ex-diretor preso da Petrobras: Renato Duque, um indicado de José Dirceu que representava o PT na partilha de propinas extraídas de negócios na estatal. A revelação consta do despacho do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, sobre a prisão de Delcídio e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.

A íntegra do texto de Teori pode ser lida aqui. A menção a Renato Duque consta da página 18. Ao justificar as prisões, o ministro anotou que “outras medidas cautelares menos gravosas afiguram-se insuficientes: o senador Delcídio Amaral e o banqueiro André Esteves são pessoas poderosas e influentes nas respectivas esferas de atuação e têm interesse comum em evitar que a Operação Lava Jato os envolva. Não há dúvida de que, fora do cárcere, os dois seguirão dispondo de multiplicidade de meios para condicionar resultados da investigação e da aplicação da lei penal, como concreta e demonstradamente tentaram fazer no caso de Nestor Cerveró.”

Nesse ponto, Teori acrescentou: “Vale lembrar, por oportuno, que também há menção a outro investigado que se encontra preso, Renato Duque, tudo levando a crer que o mesmo enredo adiloso se repita ou esteja ocorrendo em relação a Duque.” O “enredo ardiloso” a que se refere o ministro é o plano idealizado para evitar que Cerveró firmasse acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato, oferecendo-lhe um mensalão de R$ 50 mil e recursos para custear um plano de fuga para o exterior.

(veja no quadro abaixo).

 
 

Com a convocação de Delcídio, time dos amigos de Lula tem tudo para fazer bonito no Campeonato Brasileiro dos Presídios

Convocados pela Polícia Federal, já estavam em aquecimento na cadeia craques da delinquência que sempre desfrutaram da plena confiança do ex-presidente Lula. A lista, divulgada no comentário de 1 minuto para o site de VEJA, é composta por José Dirceu, Ricardo Pessoa, Léo Pinheiro, João Vaccari, Renato Duque, Marcelo Odebrecht, Luiz Argolo, André Vargas, Pedro Correa e José Carlos Bumlai.

A captura nesta quarta-feira de Delcídio Amaral, impetuoso atacante do PT de Mato Grosso do Sul, completou a equipe cujo técnico continua em liberdade. Por ser um senador no exercício do mandato, é provável que Delcídio reivindique a tarja de capitão pertencente a José Dirceu desde 2003. Ficarão no banco de reservas os que têm seus movimentos prejudicados pelo uso de tornozeleiras.

Como a temporada de convocações não terminou, é possível que alguns titulares acabem substituídos por outros talentos recrutados pela Polícia Federal. Mas o time dos amigos de Lula já tem tudo para fazer bonito na série A do Campeonato Brasileiro dos Presídios.

“Quem é quem em Curitiba” e outras cinco notas de Carlos Brickmann

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

José Carlos Bumlai é um homem rico, mas não é por isso que ficou famoso. É um produtor agrícola de sucesso, mas não é por isso que ficou famoso. Foi preso pela Operação Passe Livre, parte da Lava Jato, mas não é por isso que ficou famoso ─ aliás, foi preso por ter ficado famoso, e o próprio nome Passe Livre se refere a ele. Bumlai ficou famoso, embora diga que se encontrou poucas vezes com o presidente Lula, embora o próprio Lula diga que não lembra de ligação especial com ele, por ter passe livre no Palácio do Planalto, com acesso direto ao presidente. A seguinte plaqueta estava afixada na portaria do Planalto, durante o mandato de Lula ─ por favor, que ninguém perca tempo a desmenti-la, pois foi amplamente fotografada em várias ocasiões: “O sr. José Carlos Bumlai deverá ter prioridade de atendimento na portaria principal do Palácio do Planalto, devendo ser encaminhado ao local de destino, após prévio contato telefônico, em qualquer tempo e qualquer circunstância”. Bumlai, digamos, merecia o privilégio.

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No Sem Edição, J. R. Guzzo comenta a prisão de Bumlai e pergunta ao ex-presidente se só tem amigos assim

 

Lula é cabo eleitoral de Delcídio, preso pela Lava Jato

Por Felipe Moura Brasil, na TVeja:

“A coluna ‘VEJA Bem’, com Felipe Moura Brasil, celebra a nova média de um petista preso por dia, resume os casos de Bumlai e Delcídio, e mostra momentos impagáveis da campanha de Lula em favor deste último. Acompanhe!”

* Mais detalhes:
– STF irritado é melhor! Corte referenda prisão de senador petista que citou nomes de ministros para melar Lava Jato
– Delcídio Amaral está preso! É senador do PT! É líder do governo! Tentou atrapalhar investigação! Adeus, Ibiza!

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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Fonte: Blogs de veja.com + UOL

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