Cármen recua na histeria; lembra que PGR também tem de seguir a lei; então, há muito a fazer

Publicado em 13/06/2017 09:27
Em nova nota, presidente do Supremo tenta reverter o mal-estar provocado por sua destrambelhada reação de sábado. Afinal, um boato a levou ao jacobinismo oco; fatos, no entanto, não a moveram em defesa do Supremo

Sim, Cármen Lúcia me dá razão e admite, ainda que não o diga, ter emitido uma nota absolutamente destrambelhada no sábado. A presidente do Supremo procurou amenizar, nesta segunda, o texto fora do tom. Vamos ver.

Escrevi três posts muito duros em meu blog tratando da dita-cuja, motivada por reportagem da “Veja”. Segundo a revista, um auxiliar de confiança do presidente Michel Temer teria confidenciado a um repórter (a quem deve ser ainda mais fiel, né?)) que a Abin (Agência Brasileira de Informação) estaria investigando as relações do ministro Edson Fachin com o grupo J&F, de Joesley Batista, o Folgadão.

Até amigos me perguntaram se eu não tinha sido duro demais com Cármen. Não! Fui absolutamente realista. Lembrei o óbvio:
a: outros ministros, comprovadamente, foram alvos de ações ilegais, e ela se calou;
b: no caso em questão, não se tem nem mesmo a comprovação de que a coisa aconteceu.

A nota de sábado, parece-me inescapável concluir, buscava criar uma blindagem em torno de Fachin, de sorte que o ministro não tenha de responder a algumas questões incômodas:
a: por que, candidato ao Supremo, ele visitou gabinetes de senadores em companhia de Ricardo Saud, o, digamos, segundo maior acusador do presidente?;
b: por que, já ministro, estendeu-se num jantar na casa de Joesley das 21h de um dia às 6h de outro?

Tenha ou não voado no jatinho da JBS, esses elementos bastam para que dê uma explicação, ora bolas! Eu acabei de sair de dois dos meus empregos para entrar em dois outros. O Saud não me ajudou. Até porque não o conheço, né? Ainda que esse caso estivesse relacionado ao petrolão e fosse Fachin o relator natural, o ministro deveria declinar de tal tarefa. Ele não pode homologar a delação dos comandantes do grupo que o ajudou a se eleger ministro do STF. A blindagem não para por aí, como se verá em outro post. Volto a Cármen Lúcia.

Leia a íntegra no blog de Reinaldo Azevedo no site da RedeTV

Temer: o melhor pronunciamento; presidente cobra respeito às leis e entre os Poderes

O presidente Michel Temer fez nesta segunda o seu melhor pronunciamento. Gravou um vídeo, que está nas redes sociais, em que toca em todos os aspectos relevantes do país. Vejam. Volto em seguida.

Ao pé deste comentário, segue a íntegra da fala do presidente. Foi uma fala institucional, serena e correta.

O presidente começou exaltando o julgamento havido no TSE, observando tratar-se da decisão livre de um Poder. Bem, até aí, ok. Gostei mesmo é do que veio depois: tal liberdade “é possível em razão do mandato conferido pela Constituição às instituições públicas.”

Bingo! Quem verdadeiramente tem o mandato são as instituições públicas. Há gente que acha bonitinho trocar de nhonhô: antes, eram os petistas; agora, é o Ministério Público. Bem, vim ao mundo sem “sinhozinho” e não estou disposto a tê-lo.

Temer não tocou, obviamente, no assunto Abin/Fachin, mas negou, na prática, que tenha ordenado qualquer investigação contra o ministro do Supremo ou compactuado com ela: “Sob meu governo, o Executivo tem seguido fielmente essa determinação. Não interfiro nem permito a interferência indevida de um poder sobre o outro. Em hipótese alguma, nenhuma intromissão foi ou será consentida.” A resposta estava dada.

Leia a íntegra no blog de Reinaldo Azevedo no site da RedeTV

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Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo RedeTV

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