Reinaldo Azevedo faz um compromisso para 2010: não aceitar petralhas em seu blog
Em 2010, os petralhas continuarão longe do blog. Porque continuo a não querê-los aqui. Não posso impedir que me leiam, é claro, mas posso impedir, e o faço, que usem este espaço para o seu trabalho ou de pichação da divergência ou de mero proselitismo político-partidário.
Para tanto, eles dispõem dos blogs dos subjornalistas a soldo. Por que insistem em ocupar este espaço? A minha pergunta é retórica. Eu conheço muito bem a resposta: nem eles próprios suportam o grotesco espetáculo de mistificações a que se dedicam os blogs oficialistas. Se fosse sexo, diria que eles já não conseguem mais se excitar só com o auto-erotismo. Então tentam vir aqui em busca de emoções. E eu lhes colo o pé no traseiro. Viciados em rejeição, voltam sempre.
Alguns ainda tentam: “Ah, então você não aceita a divergência?” Aceito, e os leitores que me interessam sabem disso. Divergimos aqui sobre muitos assuntos — especialmente sobre aqueles que dizem respeito ao campo ético-religioso. E o debate é sempre respeitoso. Mas tenho um desprezo nada solene pela mentira, pelo engodo, pela mistificação. Tentam, por exemplo, em nome do dissenso, invadir esta página com suas comparações estúpidas entre os governos FHC e Lula. Repetem o procedimento daquele coitado intelectual e moral que escreveu com artigo na página do outrora respeitado Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) exibindo números que seriam da revista Economist e que demonstrariam a suposta e estupenda superioridade da gestão petista. Os números eram da militância petista, não da revista inglesa. Eram falsos. O tal coitado assumiu que havia vendido o peixe conforme comprara e, aí sem número nenhum, continuou a sustentar a vantagem do governo petista. Corolário: seu compromisso era com o partido, não com a verdade.
Não quero isso aqui. Repudio esse tipo de vigarice. Não usarão, em nome do “outro-ladismo”, o meu blog para espalhar mentiras. E peço que vocês me ajudem na vigilância. São milhares de comentários por dia. Às vezes, um ou outro escapam do mata-burro. E conto com vocês para me ajudarem na faxina moral. Só lhes peço que, ao denunciar uma invasão, me dêem a indicação da data (importante!) e da hora.
Não quero esses tontos aqui. E não quero aqueles que sabem que estão violando princípios inegociáveis desta página. Este blog defende a democracia representativa, a economia de mercado, as liberdades públicas, as liberdades individuais, a pluralidade política e o estado de direito. Este blog acredita que a transgressão da lei democraticamente instituída em nome da justiça social só resulta em mais injustiça social e em menos democracia. É por isso que, por exemplo, invasões patrocinadas pelo MST são aqui tratadas segundo aquilo que são: banditismo. Esta página não reconhece a legitimidade política de quem não aceita o princípio constitucional do direito à propriedade. Este blog entende que não cabe ao sr. João Pedro Stedile e a seus sequazes definir qual propriedade cumpre e qual não cumpre a sua “função social”.
Assim, em nome da dita “divergência”, é inútil tentar invadir o meu blog para defender as ilegalidades do MST, que buscam solapar o estado democrático e de direito. Este blog tem dono, é terra produtiva e estou armado com a tecla “deleta”. Eu não tenho compromisso nenhum com esse “outro lado” porque se trata do “outro lado da democracia”. E o outro lado da democracia é a tirania. O outro lado das leis democráticas é o crime. E eu quero que os tiranos e criminosos todos se danem, sejam eles de esquerda ou de direita.
Como já lembrei aqui, quando Pinochet morreu, encomendei a sua alma ao diabo. Mas os petralhas e as esquerdas certamente se preparam para tentar canonizar o quase-morto Fidel Castro tão logo ele receba o recado de que já era. A diferença entre os dois pode ser contada também em número de cadáveres: a ditadura chilena matou 3 mil pessoas; a de Fidel matou 100 mil. No entanto, Chico Buarque, por exemplo, o “guri” do comunismo do Leblon, certamente repudia Pinochet, mas toca violão — só porque não sabe tocar tuba — para Fidel. Pedem-me que tenha respeito intelectual por esse tipo de vigarista intelectual? Não mesmo!!! E isso nada tem a ver com a sua música. Ou tem: gente como Chico usa a sua competência numa área para tentar vender a sua delinqüência em outra. E eu tenho o mau hábito (para alguns) de chamar as coisas pelo nome que elas têm. E de dar nome aos bois e aos chicos.
Confrontos
Muitos dizem em momentos assim: “Pô, mas você ainda está com isso? Esse debate já não existe mais!” Respondo assim: “Uma ova!” Qual é o caldo de cultura intelectual que dá origem a uma estupidez como o tal Programa Nacional de Direitos Humanos III? Por que um grupo de pessoas se considera no direito de impor a outros a sua versão da história, de esbulhar as leis, de propor a censura, a perseguição, a cassação da divergência? “Eles” continuam por aí e se consideram os ungidos, embora o seu discurso possa ter outra vestimenta. Tratarei do assunto em outro post. O tal programa vem eivado de inconstitucionalidades. Tenderiam a encontrar barreiras no Supremo. Mas há ali propostas que podem ser convertidas em projetos de lei. Se Lula fizer seu sucessor (sua sucessora), a chance de o Congresso aprovar leis que restrinjam a liberdade de imprensa será grande.
E nós vimos como a sociedade pode pisar nas próprias liberdades distraída, não é? Ainda que com os dois pés na areia — mas nunca com as duas mãos também —, este blog, creio, prestou um serviço relevante à democracia ao alertar para os vários ovos de serpente escondidos no programa do ex-terrorista Paulo Vannuchi, hoje secretário nacional de Direitos Humanos. Sei: quando escrevo “ex-terrorista”, alguns coleguinhas ficam chocados e meneiam a cabeça: “Esse Reinaldo é mesmo um radical!”. Não! Eu sou um realista. O sr. Vannuchi é ex-terrorista como alguns são ex-torturadores. O agora defensor dos “direitos humanos” seguia uma cartilha da guerrilha que era um manual de terrorismo: ensinava como matar pessoas e tratava até de atentados a hospitais. Ele sabe disso. Eu sei disso. Boa parte da imprensa sabe disso. Se esta parte decide omitir o fato dos leitores, eu decido revelá-los. É por isso que existo. E é por isso que o meu blog é o que é. E é por isso que há, com efeito, quem odeie esta página e até seu autor. Como diria o poeta, se fosse outro, fazia-lhes a todos as vontades; assim como sou, tenham paciência. Ou vão para o diabo!
E qualquer novidade que este blog venha a apresentar terá o intuito de fazer com que ele continue a ser o que é. E eu continuarei a tratar a pontapés os mistificadores, os que tentam violar aqueles princípios inegociáveis e os que integram o projeto que pretende transformar o PT no “Moderno Príncipe”. E pouco me importa quem vai vencer as eleições. “Ah, mas então isso é uma igreja!”, tentam desdenhar este ou aquele. Ainda que fosse, cumpriria indagar: “Há gente incomodada com a liberdade religiosa?” Ainda que fosse, seria a igreja do homem universal. E, como todos sabem, na nossa “teologia”, o indivíduo tem primazia sobre o estado. Preferimos o individualismo ao coletivismo.
Vocês escolheram este blog, e sou grato por isso. Mas vocês só o escolheram porque sempre deixei claro que eu escolho os leitores que quero ter. Os petralhas pretendem espiar a nossa festa e a nossa celebração? Que espiem. Quem sabe, assim, expiem os seus pecados morais e éticos.
É isto: em 2010, vamos radicalizar a nossa opção pela clareza. Aquela clareza que deixou nu a peça totalitária do sr. Paulo Vannuchi. Na primavera da vida, ele tentou a ditadura comunista com arma na mão. No outono, ele resolveu fazer do canetaço autoritário a sua arma. E eu lhe acertei o meio da testa simplesmente lendo a porcaria que ele produziu.
Vannuchi e seus amigos não gostam de jornalistas como eu. Mas eu também não gosto de homens públicos como Vannuchi e seus amigos. MAS NÃO ESTAMOS EMPATADOS!!! Uma das diferenças entre nós é que eu defendo a democracia, em que ele pode existir, e ele defende um regime em que certamente eu não existiria. Não que eu seja mais bonzinho do que ele. É que nos encontramos em estágios distintos de civilização.