Outra versão Programa de Dilma é ainda pior...
Vocês acompanharam a confusão sobre os dois programas que o PT entregou ao TSE, aquele que traz o que os petistas realmente pensam, o dos socialistas, e o outro, o das socialites, edulcorado para fazer o partido se parecer com mocinhas do Colégio Sion da década de 50… Pego no flagra, o partido se saiu com uma história um tanto rocambolesca: teria entregado o documento errado ao TSE! Como vocês viram ontem neste blog, o “documento errado” trazia, no entanto, a rubrica da candidata Dilma Rousseff em cada uma das páginas. Republico abaixo uma das imagens só para refrescar a memória. Não só a dela: a outra, que aparece ao lado, é do presidente do partido e coordenador geral da campanha, José Eduardo Dutra. Este blog desmoralizou a versão de que houve uma mera troca de papéis, certo? Hora de arrumar uma nova desculpa. Mas qual?
Os petistas são mestres também no “enrolation”. No Estadão de hoje, André Vargas, secretário de comunicação do PT, afirma:
“Por volta de 15h30 recebi uma ligação que indagava sobre algo que eu não sabia responder. Fui à página do TSE verificar o que estava ocorrendo e percebi a troca dos programas. Foi uma terrível falha nossa, que certamente vai nos dar dor de cabeça por uns dias, talvez semanas.”
Agora leiam trecho de reportagem da Folha de ontem:
No início da noite, o secretário de comunicação do partido, André Vargas (PR), ainda sustentava que a decisão de apresentar o texto foi da coordenação da campanha. “Não há problema em ter pontos polêmicos nele. Nós somos polêmicos. Isso não é problema, é qualidade. Agora, é um texto provisório que vai ser sempre discutido.”
Vargas, como vocês vêem, é um petista típico. O partido tem dois programas, e ele tem duas versões. Num post abaixo, vocês lêem trecho de uma reportagem do Estadão com a justificativa oficial do PT para o imbróglio: Dilma teria ficado verdadeiramente furiosa. Como a gente sabe, o radicalismo não lhe cai bem. Onde já se viu tomar champanhe na casa de Abílio Diniz e depois propor controle da mídia e fim da propriedade privada? Isso é coisa que não se faz. Não é elegante!
Quantas faces tem Dilma?
Começa a ficar complicado saber quem, afinal de contas, é candidata à Presidência da República, qual das Dilmas. A que agora se diz contrária à descriminação do aborto é a mesma que a defendeu numa entrevista à revistaMarie Claire, em 2007? A que concede entrevista em Uberlândia e em Recife contra as invasões de terra do MST é a mesma que mete na cabeça o boné do movimento ao discursar em Sergipe? A que defende a liberdade de imprensa é aquela que rubrica — Dilma, a distraída! — um programa que prega o controle da mídia?
É a primeira vez? Não é a primeira vez. O decreto que trazia o Programa Nacional Socialista dos Direitos Humanos ganhou forma final, como é praxe, na Casa Civil e também trazia a assinatura da então ministra Dilma Rousseff. Ela foi, diga-se, uma das inspiradoras do documento, ao lado do ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) e do então ministro Tarso Genro (Justiça). O programa verdadeiro enviado ao TSE, o rubricado, era inspirado naquela estrovenga. O governo Lula teve de recuar, e o programa de Dilma queria “avançar”.
Os petistas agora tentam fazer de conta que a candidata nunca teve nenhum compromisso com aquelas idéias. O programa dos Direitos Humanos, pelo qual a sua pasta responde, prova que sim.
Essa gente está tentando controlar a imprensa desde que botou os pés do poder. As tentativas, até agora, malograram. Mas vocês sabem: eles são petistas e não desistem nunca, sem aprender nada, sem esquecer nada.