MS: Aumento na cotação do boi gordo empata com alta do custo de produção

Publicado em 24/10/2014 08:43

A cotação da arroba do boi gordo passou de R$ 106,5 em janeiro deste ano, em média, para R$ 123,1 no mês de setembro em Mato Grosso do Sul, um avanço de 15,6% em nove meses. A informação seria positiva para o pecuarista se os custos de produção não tivessem subido na mesma proporção, comprometendo a rentabilidade do produtor. Dados do Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, apurados pelo Departamento de Economia da Famasul - Federação da Agricultura e Pecuária de MS, mostram que no mesmo período o desembolso com a produção pecuária, no sistema de recria e engorda, subiu 15,4%.

Para a gestora do Departamento Econômico da Famasul, Adriana Mascarenhas, o aumento do COE - Custo Operacional Efetivo, indicador do Cepea que mede os gastos do segmento, está relacionado, entre outros fatores, ao aumento no valor do bezerro. "O preço do bovino de reposição teve média de R$ 1.052 a cabeça no mês de setembro, 21,7% a mais que no início do ano, com isso, os gastos com insumos de reprodução, ou seja, sêmem, produtos para inseminação artificial e controle de cio, entre outros, foram os que mais pesaram no bolso do produtor".

Segundo a economista, não há projeção de que o cenário se altere nos próximos meses. "A margem do criador que trabalha no sistema de recria e engorda continuará estreita, devido ao valor do bezerro que não tem estimativa de queda até o final do ano. Não há tendência de redução para o curto prazo", enfatiza Adriana.

Para o diretor secretário da Famasul, Ruy Fachini, a única alternativa para o produtor sul-mato-grossense aproveitar o bom momento da pecuária, em que os preços do boi gordo apresentam recordes históricos, é não descuidar da gestão financeira da sua propriedade. "Não há outro caminho a não ser a elaboração de uma detalhada planilha de custos e o monitoramento de mercado na hora de negociar. Em cada item de compra é preciso uma pesquisa de mercado para adquirir insumos com a melhor relação custo/benefício", recomenda.

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Fonte: Farsul

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