Preços da arroba do boi gordo sobem no mercado físico, mas futuros encerram a semana com desempenho misto
Ao longo desta semana os preços da arroba do boi gordo registraram altas no mercado físico. De acordo com a Safras & Mercado, o movimento mais incisivo foi observado em termos de demanda em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, muito embora em São Paulo e Goiás a acomodação de preços ainda predomine, com um ou outro negócio acima da referência média.
Já a Scot Consultoria sinalizou que o mercado do boi gordo se manteve firme na terceira semana de outubro, sem variações nas cotações do boi comum e da vaca.
Ainda segundo o levantamento da Scot Consultoria, a cotação da novilha apresentou valorização de R$3,00/@. Esse cenário é fundamentado por uma oferta de bovinos que, embora ainda suficiente para atender à demanda, diminuiu em relação ao final de setembro e início de outubro.
“Soma-se a isso uma melhora no escoamento de carne, que, mesmo abaixo do esperado, segue consistente e tem contribuído para manter o equilíbrio do mercado”, informou em seu boletim diário.
Dessa forma, os preços permaneceram estáveis na comparação diária. A cotação do “boi China” subiu R$2,00/@ em relação a ontem. Com recorde nas exportações de carne bovina in natura em setembro e continuidade do bom desempenho em outubro, a demanda pelo bovino mais jovem está aquecida.
“O boi gordo está cotado em R$307,00/@, a vaca em R$282,00/@ e a novilha em R$298,00/@. As escalas de abate estão, em média, para oito dias. O “boi China” está cotado em R$312,00/@. Ágio de R$5,00/@. Todos os preços são brutos e com prazo”, disse a Scot Consultoria.
Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil estavam assim no dia 16 de outubro, conforme destacou a Safras & Mercado.
Em São Paulo (capital), a arroba do boi gordo foi negociada a R$ 310,00, representando alta de 1,64% em relação aos R$ 305,00 da semana passada. Em Goiás (Goiânia), o preço subiu 1,69%, passando de R$ 295,00 para R$ 300,00 a arroba. Situação semelhante foi observada em Minas Gerais (Uberaba), onde a arroba avançou de R$ 290,00 para R$ 300,00, um ganho de 3,45% no comparativo semanal.
No Mato Grosso do Sul (Dourados), o preço da arroba atingiu R$ 325,00, com alta de 1,56% frente aos R$ 320,00 praticados anteriormente. Já no Mato Grosso (Cuiabá), a cotação subiu 1,69%, também passando de R$ 295,00 para R$ 300,00 a arroba.
A única praça que manteve estabilidade foi Rondônia (Vilhena), com a arroba negociada a R$ 280,00, sem variação em relação à semana anterior.
O analista salienta que a estratégia de antecipação das compras dos frigoríficos de maior porte (animais de parceria) surtiu efeito, atrasando o movimento de recuperação dos preços da arroba.
Mas é importante lembrar que o setor se aproxima do final do ano, período auge em termos de demanda. “Isso já é observado nas exportações de carne bovina, que seguem contundentes, apontando para um significativo volume de compras ao longo do mês”, destacou Iglesias.
No curto prazo, a expectativa da Scot Consultoria é que os preços sigam firmes, com atenção à demanda, já que, na segunda quinzena, a redução do poder aquisitivo do consumidor pode pressionar o mercado. Para os bovinos destinados à exportação, o viés é de estabilidade, tendendo à alta.
Mercado Futuro
Na Bolsa Brasileira (B3), os vencimentos futuros finalizaram a sexta-feira (17) em campo misto. O contrato outubro/25 registrou leve ganho de 0,05% e está precificado em R$ 312,80/@, já o vencimento novembro/25 teve ganho de 0,14% e está precificado em R$ 325,80/@.
Por outro lado, o contrato dezembro/25 registrou queda de 0,03% e fechou cotado em R$ 330,50/@ e o vencimento janeiro/26 teve recuo de 0,08% e o valor encerrou o dia negociado em R$ 330,75/@.
A oferta mais restrita continua sustentando a valorização da arroba, elevando o índice DATAGRO B3 ao maior patamar do mês, em R$ 309,37/@, com alta diária de R$ 0,38/@ (+0,12%) e ganho acumulado de R$ 5,15/@ (+1,69%) em outubro.
O primeiro vencimento dos contratos futuros da B3 encerrou cotado a R$ 312,75/@, avanço de R$ 0,60/@ (+0,19%), acumulando R$ 7,15/@ de valorização no mês. Já o contrato de novembro soma alta de R$ 8,40/@ em outubro, após o ajuste da véspera em R$ 325,30/@, representando incremento diário de R$ 1,70/@.
De acordo com o Especialista em Mercados Agrícolas da Terra Investimentos, Geraldo Isoldi, os fundamentos permanecem inalterados. O mercado segue sustentado pela redução gradual da oferta e pela elevação sazonal da demanda, embora haja cautela com a segunda quinzena do mês, período tradicionalmente marcado por menor dinamismo no consumo doméstico.
Às 10h11 desta sexta-feira (17), os futuros na B3 operavam com ritmo mais contido: outubro era negociado a R$ 313,30/@ (+0,18%), enquanto novembro permanecia estável em R$ 325,30/@, mantendo um spread de R$ 12/@ entre os vencimentos.
Ainda de acordo com Isoldi, a recomendação segue sendo compra em momentos de baixa, com uso de ordens de stop, considerando a fragilidade do mercado do boi gordo, ainda dependente das compras chinesas e exposto a riscos sanitários.