China prorroga investigação de salvaguardas sobre importação de carne bovina até 2026
O Ministério do Comércio da República Popular da China anunciou, nesta terça-feira (25), uma nova prorrogação no prazo da investigação de salvaguarda sobre as importações de carne bovina. O processo, iniciado em 27 de dezembro de 2024 por meio do Anúncio nº 60/2024, já havia sido estendido em 6 de agosto de 2025 pelo Anúncio nº 38/2025, com encerramento previsto para 26 de novembro deste ano. Agora, diante da complexidade do caso, o governo chinês decidiu ampliar novamente a análise até 26 de janeiro de 2026.
A investigação de salvaguarda tem como objetivo avaliar se o aumento das importações de carne bovina causa ou ameaça causar prejuízo à indústria doméstica chinesa. Dependendo do resultado, o país pode aplicar tarifas adicionais, estabelecer cotas ou impor outras restrições temporárias para proteger seu mercado interno.
A China é o principal destino da carne bovina brasileira, respondendo por uma fatia significativa das exportações do setor. Por isso, qualquer movimento regulatório do país asiático é acompanhado com atenção por pecuaristas, indústrias frigoríficas e analistas de mercado.
Especialistas avaliam que, caso alguma salvaguarda seja implementada, seu efeito imediato pode ser significativo, mas há chances de que medidas sejam temporárias e calibradas de modo a não comprometer o abastecimento chinês, que depende fortemente das importações.
"É a segunda vez que o ministério prorroga a investigação desde que a iniciou em dezembro passado, à medida que a desaceleração da demanda pressiona o maior mercado mundial de importação e consumo de carne bovina. A investigação não tem como alvo nenhum país específico", informou a Safras & Mercado em seu comunicado.
Em agosto, a China prorrogou a revisão por três meses. Quaisquer medidas comerciais para restringir as importações afetariam os principais fornecedores, como Argentina, Austrália e Brasil.
A China importou um recorde de 2,87 milhões de toneladas métricas de carne bovina em 2024. As importações de janeiro-outubro de 2025 aumentaram 3,6% em relação ao ano anterior, para 2,34 milhões de toneladas.