Brasil estuda importar café da Colômbia para melhorar misturas

Publicado em 10/09/2013 14:42 e atualizado em 12/09/2013 11:25

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, declarou nesta segunda-feira que o Brasil estuda a possibilidade de importação de café da Colômbia e de outros países para melhorar suas misturas de torrefação e exportá-las.

O ministro fez estas declarações aos jornalistas após o ato de abertura da Semana Internacional do Café, realizada na cidade de Belo Horizonte (MG), capital do estado que concentra cerca de 53% da produção brasileira de café.

Silvio Porto, diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), disse que esta possibilidade não quer dizer que o Brasil precisa de abastecer seus estoques, mas, sim, uma demanda do setor industrial para buscar novos mercados no exterior.

"O setor industrial de café entende que seria interessante que dentro de nossa política governamental possamos autorizar as importações com o objetivo de fazer misturas e exportá-las a outros países", explicou Porto. Segundo o diretor da Conab, o país atende perfeitamente às necessidades nacionais.

A queda dos preços do café já levou o governo a anunciar uma série de medidas para auxiliar os produtores, como a abertura de linhas de crédito para garantir as colheitas e seu armazenamento, um preço mínimo de sustentação e o aviso de leilões de opção para o grão.

Tradução: Izadora Pimenta

Leia a matéria original no America Economia

CNC considera discutir importação de café

O governo volta a considerar a disucssão sobre a importação de cafés para compor os blends. O deputado Silas Brasileiro (PMDB/MG), presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), declarou que o setor encontra-se em estado de maturidade para discutir essa liberação.

A importação, assunto considerado tabu, não seria em grande volume, e seria necessária apenas para compor os blends na industrialização visando a exportação. O deputado ressalta que é extremamente necessário o controle absoluto dos grãos importados para evitar entrada de pragas e doenças.

Os cafeicultores brasileiros, por serem os maiores produtores do mundo, possuem dificuldade em aceitar a liberação dessa importação, mas Brasileiro destaca que ela seria importante para a balança comercial brasileira, uma vez que, por exemplo, a Nestlé está construíndo uma fábrica na Itália que, com a diversificação dos blends, poderia ser instalada no Brasil.

Essa importação, no entanto, seria temporária, pois o Brasil possui altitude e clima para produzir vários outros tipos de grãos para compor os blends diversificados.

José Gerardo Fontelles, secretário-executivo do Ministério da Agricultura e secretário interino de Produção e Agroenergia, acredita que o assunto deve ser tratado junto a todos os segmentos da cafeicultura, uma vez que a necessidade de importação poderia ser dispensada com as condições favoráveis para as variedades brasileiras.

Tags:

Por: Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Principal feira de cafés especiais da América do Norte pode gerar US$ 65 mi ao Brasil
Com chuva e estoques no radar, robusta perde mais de 7% e arábica mais de mil pontos em NY
Presidente da BSCA recebe o Oscar do Agronegócio
Com forte correção nos preços, robusta recua mais de 4% e arábica perde 3% em NY
Café/Cepea: Arábica a robusta saltam 200 reais/sc em abril