Femagri 2014: Café - Perdas com a seca podem ultrapassar 30% no Sul de MG e impactar os preços

Publicado em 13/02/2014 13:16 e atualizado em 17/02/2014 10:23

O calor intenso e a ausência de chuvas têm prejudicado o desenvolvimento de várias culturas em importantes regiões produtoras do país. Em Minas Gerais, cafeicultores já relatam perdas em produtividade.  De acordo com o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, a quebra na safra do Sul do estado pode ultrapassar 30%.

Além disso, a seca também pode comprometer as próximas duas safras. "Ainda não temos um levantamento, temos que esperar as chuvas para contabilizar as perdas na safra. As precipitações não irão recuperar os prejuízos e, em alguns casos, a quebra pode chegar a 50%", afirma o presidente.

Para o superintendente comercial da cooperativa, Lúcio Dias, a situação deve impactar severamente a produção brasileira e, consequentemente, os preços da saca do grão. A demanda mundial pela café permanece aquecida e os estoques mundiais de café estão em níveis baixos, uma vez que, com a expectativa de uma safra cheia no Brasil, as grandes indústrias não se abasteceram. 

Outro fator que também influencia o mercado é o frio no Hemisfério Norte que aumentou o consumo da bebida em algumas regiões. "Diante desse cenário, os preços no mercado futuro tendem a subir. Somente na semana passada, a Bolsa de Nova York negociou mais de 120 milhões de sacas de café", explica o superintendente.

Entretanto, apesar da tendência de recuperação nos preços, o presidente da Cooxupé destaca que, as cotações da saca deveriam ser, no mínimo, de R$ 450,00 para compensar as perdas nos cafezais.  Atualmente, os preços giram em torno de R$ 350,00, valor ajustado se comparado aos custos de produção, que podem alcançar R$ 370,00 em regiões de montanha.

Femagri 2014 

Diante da expectativa de melhores preços, os produtores rurais aproveitam para realizar negócios na 13ª Femagri - Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas.  O faturamento do primeiro dia da feira foi de R$ 10,8 milhões, valor 20% maior do que o registrado o ano passado. Ao todo, na edição anterior, o volume de negócios foi superior a R$ 50 milhões.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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