Café: NY fecha em queda diante de aumento na produção da Colômbia

Publicado em 05/06/2014 17:54

O mercado do café arábica teve mais um dia negativo na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US) nesta quinta-feira (5). As perdas foram pequenas, abaixo dos 100 pontos para os contratos de entrega mais próxima, porém, esta é a quinta sessão consecutiva com recuos nos preços. O anúncio de um aumento de 14% na produção de café da Colômbia pode ter contribuído para pressionar as cotações, ainda assim, analistas defendem que os fatores são positivos e que os preços podem retomar o movimento de alta.

O contrato para entrega em julho perdeu o patamar dos US$ 1,70 e fechou em 169,15 centavos de dólar por libra-peso. Os contratos setembro e dezembro perderam 95 pontos e fecharam valendo, respectivamente, 171,65 cents e 175,05 cents/ libra-peso. O vencimento março/2015 encerrou em 177,90 cents / libra-peso, perdendo 80 pontos.

Analistas de mercado afirmam que os fatores para a commodity são altistas. Além das perdas provocadas pela seca na safra brasileira de café arábica, meteorologistas já anunciam que a ocorrência de um El Niño terá um efeito severo nos principais países produtores, como Vietnã, Indonésia, Colômbia e países da América Central. Clique aqui para ler mais sobre o efeito do El Niño sobre o café.

A única notícia negativa para os preços nesta quinta-feira foi o anúncio do aumento na produção de café na Colômbia. A Federação Nacional dos Cafeicultores do país informou que, nos primeiros cinco meses do ano, a produção do país foi de 4,02 milhões de sacas de 60 kg, ou seja, 14% maior que no mesmo período do ano passado.   

Cenário altista
O corretor de café Fabiano Teixeira Odebrecht afirma que, mesmo diante dos recuos nos preços registrados nos últimos dias, o cenário é positivo para os preços. “Eu sou altista, acho que os preços irão subir... Recebemos diariamente relatos de cafeicultores que citam fortes quebras em lavouras de Minas Gerais e São Paulo. Acho que os preços já deveriam estar subindo”.

Odebrecht afirma ainda que as notícias da chegada de uma frente fria e chuvas em Minas Gerais não deveriam ser vistas como um fator positivo para a produção, embora algumas agências internacionais citem as chuvas como um “alívio” para a cafeicultura brasileira, que foi castigada pela seca. “O que era para ser perdido na produção de café, já foi. Não adianta chover mais, pois as chuvas só irão prejudicar as colheitas”.

A Volcafe, divisão de café da trading de commodities ED&F Man, manteve sua previsão para a safra brasileira 2013/14 em 45,5 milhões de sacas em seu relatório de maio, divulgado na última segunda-feira. O volume está bem abaixo do estimado pela trading Mercon na última semana de maio (50,5 milhões de sacas) e pelo USDA (49,5 milhões de sacas).

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Por: Fernanda Bellei
Fonte: Notícias Agrícolas

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