Café: Bolsa de NY estende perdas da sessão anterior ainda em meio a fatores técnicos

Publicado em 31/10/2014 09:45

A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica registra queda na manhã desta sexta-feira (31). Por volta das 10h39, o contrato dezembro/14 registrava 185,85 cents de dólar por libra peso com queda de 175 pontos, o março/15 anotava 190,20 cents/lb com baixa de 180 pontos, o maio/15 tinha 192,75 cents/lb com desvalorização de 170 pontos e o julho/15 trabalhava com 195,00 cents/lb com recuo de 160 pontos.

De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o dia no mercado internacional é de ajustes ante as recentes volatilidades. “O dia promete ser lento, com dólar e bolsas sem pressão e a chuva no cinturão produtivo dará a tônica no mercado”, afirma.

Na sessão anterior, as cotações fecharam em baixa com a divulgação de que os Estados Unidos vai encerrar os incentivos à economia e no Brasil a elevação do Copom para a taxa Selic em 11,25%.

Veja as cotações completas de café nesta sexta-feira (31).

Veja como fechou o mercado do café na última quinta-feira:

Café recua em NY nesta quinta (30) com operadores migrando para ativos mais seguros

Por Jhonatas Simião

A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica fechou em baixa nesta quinta-feira (30) com operadores migrando para ativos mais seguros. O vencimento dezembro/14 registrou 187,60 cents de dólar por libra peso com desvalorização de 200 pontos, o março/15 anotou 192,00 cents/lb com queda de 195 pontos. O maio/15 encerrou a sessão cotado a 194,45 cents/lb com recuo de 190 pontos e o contrato julho/15 fechou com 196,60 cents/lb e recuo de 180 pontos.

De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o dia no mercado cafeeiro foi lento e marcado no âmbito das bolsas, por oscilações pouco representativas. “O dia foi mais do mesmo. Investidores continuaram na defensiva observando as recentes chuvas e assim, não indicaram posições agressivas independente do lado envolvido, após derrubarem o mercado das máximas testadas, tanto em Nova York quanto em Londres", afirma.

Segundo Magalhães, o que mais motivou a baixa nas cotações no dia de hoje foi a divulgação de que os Estados Unidos vai encerrar os incentivos à economia e no Brasil a elevação do Copom para a taxa Selic em 11,25%.

De acordo com o analista de mercado da Cooparaíso, Marllon Braga Petrus, a divulgação de que o Banco Central americano causou a fuga dos fundos. “Essa queda é técnica com a divulgação do Fed, sempre que o índice de dólar sobe um pouco as commodities caem e os investidores investem em ativos mais seguros”, afirma.

Na quarta-feira (29), o dólar fechou em queda ante o real reduzindo as perdas após o Federal Reserve demonstrar confiança na recuperação da economia norte-americana. Na terça-feira (28), o dólar fechou com queda de quase 2% cotado a 2,4740 reais na venda e ontem com a divulgação a queda foi de 0,23% com 2,4684 reais na venda.

Segundo agências internacionais de notícias, o maior sinal da melhora na economia americana vem do mercado de trabalho. A taxa de desemprego nos Estados Unidos chegou a 5,9% em setembro.

Ainda de acordo com Magalhães, também houve no dia uma estimativa de safra cafeeira do Brasil 2015/16 anunciada por um operador financeiro externo dando conta de 47 milhões de sacas, que também pressionou a baixa.

“A meu ver, a divulgação foi prematura, fora do tempo e sem, pelo menos por enquanto, embasamento científico, já que ninguém sabe em sã consciência se as chuvas continuarão e se as mesmas, foram capazes de reverter o estresse hídrico isso sem levar em consideração, toda a imprevisibilidade climática que ainda temos pela frente”, afirma o analista da Maros Corretora.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, afirmou que chuvas de 30 a 70 mm estão previstas para a primeira quinzena de novembro entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste.

>> Chuvas de 30 a 70 mm estão previstas para a primeira quinzena de novembro entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste

Mercado interno

De acordo com Magalhães, o mercado interno segue atento, sem liquidez e com preços buscando a sustentação. As cotações na maior parte das praças estão no campo misto.

O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou queda na quarta-feira (29) e está cotado a R$ 438,83 a saca de 60 kg com queda de 2,18%.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Franca-SP e está cotado a R$ 540,00 a saca de 60 kg, mesmo valor da sessão anterior. O tipo 4/5 de café arábica registrou queda de 2,34% em Guaxupé-MG, mas ainda assim é o maior valor com R$ 500,00 a saca. Já no tipo 6 duro altas maiores são registradas, em Maringá-PR houve queda de 3,66% e a saca está com R$ 395,00, o maior valor de negociação para o tipo é na cidade de Patrocínio-MG com R$ 470,00.

Tipo 4/5 registra baixa na BM&F

As cotações do café arábica tipo 4/5 fecharam no negativo nesta quinta-feira. O vencimento dezembro/14 encerrou o dia com US$ 217,05 a saca de 60 kg e queda de 0,89%, o março/15 anotou US$ 223,50 e recuo de 1,44% e o setembro/15 registrou queda de 1,45% com US$ 238,50 a saca. O tipo 6/7 não teve negócios durante a sessão.

Robusta segue Nova York e fecha em queda

As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) fecharam em baixa. O contrato novembro/14 está cotado a US$ 2.040,00 por tonelada com baixa de US$ 2 por tonelada e o janeiro/15 teve US$ 2.035,00 por tonelada com desvalorização de US$ 7 por tonelada.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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