Café arábica cai 90 pts na Bolsa de Nova York e maio/19 atinge 93 cents/lb nesta 6ª feira

Publicado em 22/03/2019 18:16

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) caíram 90 pontos nesta sexta-feira (22). O mercado do retomou na sessão a trajetória baixista dos últimos dias ainda acompanhando a oferta e lavouras no Brasil. Na semana, houve queda de 0,74%.

O vencimento maio/19 encerrou o dia com queda de 90 pontos, a 93,90 cents/lb e o julho/19 anotou 96,65 cents/lb com 90 pontos de perdas. O setembro/19 anotou 99,40 cents/lb com 90 pontos negativos e o dezembro/19 registrou 103,25 cents/lb com desvalorização de 90 pontos.

Após reação na sessão anterior, o mercado externo do arábica retomou na ICE sua trajetória baixista nesta sexta-feira com operadores ainda negociando em meio aos relatos de ampla oferta global do grão, um fato que produtores têm discordado. Além de chuvas em áreas produtoras.

O vencimento maio/19 oscilou na ICE no dia entre mínima de 93,75 cents/lb e máxima de 95,50 cents/lb, de acordo com dados do site internacional de cotações Investing.

"O Brasil continua a ofertar e tem sido um grande vendedor e exportador nos últimos meses. Com isso, os preços estão caindo abaixo dos níveis rentáveis ​​para a maioria dos produtores mundiais", disse em informativo o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

Na Colômbia, por exemplo, segundo informou a federação dos cafeicultores do país, o governo do país concederá 60 bilhões de pesos (19,4 milhões de dólares) para dar suporte aos produtores do grão que estão enfrentando baixos preços e que lutam para se manter na atividade.

Nos últimos dias, a empresa Volcafe estimou que a safra 2019/20 de café do Brasil, que está em desenvolvimento, poderá atingir 55,4 milhões de sacas de 60 kg. O número chega a ficar acima da estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), de 54,5 milhões de sacas.

O Rabobank, um dos principais bancos especializados de commodities, anunciou na semana passada que a safra 2019/20 de café do Brasil poderia atingir 57,6 milhões de sacas. O dado também fica acima do que os estimados pela Conab. Dados recordes de exportação no país também eram acompanhados.

O câmbio também contribuiu para as perdas na sessão. Às 17h02, após o fechamento do arábica, o dólar comercial avançava 2,67%, cotado a R$ 3,902 na venda, por cautela no exterior com desaceleração global. A moeda estrangeira mais alta encoraja as exportações, mas pesa sobre os preços externos.

"Dados da Alemanha, que é um termômetro forte na avaliação da saúde econômica europeia, reacendem os temores em relação a um desaquecimento global ainda maior que já está acontecendo", disse para a Reuters o superintendente de câmbio da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva Filho.

Mercado interno

O mercado brasileiro de café seguiu a semana com negócios lentos e preços em queda em diversas praças de comercialização acompanhando o cenário externo. Nesta sexta-feira, por exemplo, o tipo 6 duro caiu para R$ 363,00 a saca de 60 kg em Maringá (PR).

"... Os recuos dos valores externos e do dólar pressionaram as cotações dos cafés arábica e robusta, o que tem mantido a liquidez baixa no mercado doméstico", reportou em boletim o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 423,00 e alta de 1,44%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,93% e saca a R$ 422,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 395,00 – estável. A praça de Poços de Caldas (MG) teve a oscilação mais expressiva com alta de 2,08% e saca cotada a R$ 392,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 - estável. A oscilação mais expressiva foi verificada em Poços de Caldas (MG) com avanço de 2,14% e saca a R$ 382,00.

Na quinta-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 388,89 e alta de 0,23%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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