Preços voltam a explodir e café encerra semana com alta de 5%; clima e feriado sustentam preços

Publicado em 21/02/2020 17:00
Para analista, apesar do feriado ser apenas no Brasil, altas podem ter sidos motivadas pelo Carnaval e coberturas de posição

O mercado futuro do café arábica encerra a semana com altas de mais de 500 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Os contratos voltam a registrar altas após mesclar os fechamentos com movimentações técnicas e baixas expressivas. 

Março/20 teve valorização de 525 pontos, valendo 108,85 cents/lbp, maio/20 subiu 530 pontos, cotado por 110,25, julho/20 registrou alta de 525 pontos, negociado por 112,35 cents/lbp e setembro/20 teve valorização de 515 pontos, encerrando a semana por 114,20 cents/lbp. 

Haroldo Bonfá, analista de mercado da Pharos Consultoria, destaca que os números chamam atenção porque na semana o mercado subiu 3,3% e hoje, mesmo com as altas expressivas, apenas 5%. Destaca ainda que as altas desta sexta-feira (20) pode ter sido motivada pelo feriado de Carnaval, ou seja, a movimentação representa uma cobertura de posição.

"E é claro que o rompimento novamente do nivel dos 1,10 é super importante e disparou muitas ordens de compra com quando rompeu ontem o nivel dos 1,05 disparou as ordens de venda. Ou seja, não tivems nenhuma razão fundamentalista mas razões de ordem grafistas", destaca o Haroldo. 

Para os próximos dias, o especialista afirma que por se tratar de um momento em que o mercado está com uma volatividade acima do normal e sem defenição de fundamentos, a Bolsa de Nova York deve continuar aproveitando os momentos diários tanto para registrar novas altas, como baixas. "O que leva ao produtor ter muito cuidado as posições, compradas ou vendidas, uma vez que a falta de notícias é o que tem esse mercado tão volátil", destaca. 

Apesar do Coronavírus ainda não ter impactado o consumo de café, Haroldo destaca que é importante continuar acompanhando o cenário porque, por se tratar de um mercado muito volátil, os contratos futuros também acabam acompanhando as demais commodities. Destaca ainda que o café ainda sente os impactos de maneira indireta, mas pode ser impactado diretamente caso o vírus também ganhe força na Europa ou Estados Unidos. 

Já o site internacional Barchart destacou as questões climáticas em sua análise diária. "A Somar Meteorologia informou na que as chuvas em Minas Gerais mediram 131,8 mm na semana passada, ou 304% da média histórica. Essas fortes chuvas saturaram os campos de café do Brasil e podem reduzir a produção de café", destacou. 

No Brasil, o mercado interno acompanhou Nova York e também encerrou com alta nas principais praças produtoras do país. Segundo Haroldo, o dia para negócios já foi mais tranquilo devido ao feriado de Carnaval, com negócios apenas pontuais sendo fechados. Vale lembrar que desde o início de 2020, o mercado físico brasileiro vem registrando negócios abaixo do que era esperado para o período também em decorrência dos preços abaixo do que esperado pelo setor.

O mercado, tanto interno como externo, voltou a registrar alta apenas na semana passada, após a Cooxupé informar que a safra 2020/21 será de ciclo alto, mas não se trata de uma safra recorde, diferente do que estava sendo noticiado no mercado.  Veja como fecharam os preços no Brasil nesta sexta-feira: 

O tipo 6 duro teve a maior alta registrada em Espírito Santo do Pinhal/SP, com valorização de 4,08%, cotado por R$ 510,00. Guaxupé/MG registrou alta de 3,20%, sendo cotado por R$ 516,00. Patrocínio/MG teve alta de 3,09%, valendo R$ 500,00. Poços de Caldas/MG teve valorização de 2,03%, valendo R$ 502,00 e Varginha/MG registrou alta de 2,04%, estabelecendo os preços por R$ 500,00. 

O tipo cereja descascado teve alta de 2,75% em Guaxupé/MG, valendo R$ 560,00. Poços de Caldas/MG registrou alta de 1,78%, cotado por R$ 572,00 e Patrocínio/MG registrou queda de 2,70%, estabelecendo os valores por R$ 540,00. 

O tipo 4/5 também teve alta nas principais praças produtoras do país. Em Poços de Caldas/MG a valorização foi de 1,99%, valendo R$ 512,00. Varginha/MG teve alta de 2,02%, por R$ 505,00 e Franca/SP registrou aumento de 0,98%, cotado por R$ 515,00. 

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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