Tradicionais cafeterias não resistem à pandemia e fecham as portas: Mercado e história perdem com as baixas

Publicado em 11/08/2020 13:33 e atualizado em 12/08/2020 09:19

Apesar dos preços do café não terem sido afetados de maneira muito expressiva pela pandemia do Coronavírus na Bolsa de Nova York, a incerteza com a demanda ainda gera desconfiaça ao mercado, sobretudo ao setor de cafés especiais que teve os maiores impactos por conta das medidas de isolamento e suspensão das atividades em cafeterias no Brasil e importantes consumidores do café brasileiro, como Europa e Estados Unidos. 

Apesar de alguns locais já estarem em uma fase mais avançada na pandemia e divulgando a reabertura do comércio, no território do maior produtor do Brasil, cafeterias tradicionais ainda sentem os impactos da Covid-19. Entre os grandes nomes, a primeira grande cafeteria a divulgar o encerramento das atividades foi Octavio Café, localizada no coração de São Paulo. Há um mês, via redes sociais, a marca informou ao público o encerramento das operações das duas lojas, sendo uma na Faria Lima e a outra no Shopping Cidade Jardim.

"A crise gerada pela pandemia e o cenário incerto de reabertura das unidades foram fatores determinantes para a decisão de fechamento dos espaços", afirmou a marca. A Octavio Café, no entanto, destacou que os produtos - em grãos, pó e cápsulas, continuam sendo encontrados nas redes de supermercados, empórios e e-commerce por todo o país. "E assim nossa história continua, agora dentro da sua casa, na sua xícara", finalizou. 

Na última sexta-feira (7), 30 dias depois, foi a vez da Suplicy Cafés anunciar o fechamento da tradicional loja também localizada no Jardins, em São Paulo. As atividades no endereço fizeram 17 anos de história, completados no último dia 31 de julho.

"Entregamos o ponto e fechamos as portas deste mesmo endereço, certos de que tomamos a melhor decisão frente ao momento que estamos vivendo. No início do ano, nossos planos eram de reformar a unidade para que ela voltasse a ser nossa flagship, mas desistir deste sonho foi a forma que encontramos para manter os empregos do time de colaboradores da marca que, em sua maioria, segue em casa durante o cenário de pandemia", destacou em anuncio também feito pelas redes sociais. 

>>> Pioneirismo no setor de cafés especiais do Brasil, com Marco Suplicy (Suplicy Cafés)

A marca garantiu ainda que seguirá fazendo a distribuição dos cafés Suplicy, nas redes de supermercados e nas demais cafeterias da franquia. "Vamos em busca de uma oportunidade de voltar ao jardins e esperamos ter em breve novas histórias para compartilhar", afirmou. 

Apesar dos grandes nomes afirmarem a continuação das atividades, para Eduardo Carvalhaes, o fechamento das duas lojas é uma grande baixa para a história do café brasileiro. "Nós sentimos muito pela Octávio que é um grande projeto de alguém que gostava muito de café e pela Suplicy que é uma das pioneiras no segmento aqui no Brasil", afirma o analistas. 

Em questão de consumo e preços, Eduardo destaca que o cenário ainda é incerto, mas já apresenta certa positividade quando comparado ao início da pandemia. A expectativa do setor é que com a reabertura do comércio não só no Brasil, mas também em outros países, mantenha a demanda aquecida. "O fechamento das cafeterias é também uma pena pela safra que estamos colhendo. Temos o lado alegre pela grande safra e o outro triste por cafeterias importantes sendo fechadas", finaliza. 

 

 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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