Preocupações com segunda onda de contaminação da Covid-19 pressionam e café finaliza semana com baixas

Publicado em 16/10/2020 16:53 e atualizado em 19/10/2020 10:02

O mercado futuro do café arábica finalizou a semana com desvalorização para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). A semana foi marcada pelas condições das lavouras brasileiras e com o mercado lidando com uma possível segunda onda da Covid-19.

Dezembro/20 teve queda de 225 pontos, valendo 107,25 cents/lbp, março teve queda de 210 pontos, valendo 110 cents/lbp e maio/21 teve baixa de 220 pontos, valendo 111,40 cents/lbp. 

"O café arábica estava sob pressão na sexta-feira devido à preocupação de que as novas medidas de bloqueio impostas em algumas das maiores cidades da Europa reduziriam o consumo e a demanda de café", destacou o site internacional Barchart.

Ainda de acordo com a publicação, a França impôs toque de recolher em 9 de suas maiores cidades entre 21h e 6h por quatro semanas a partir de sábado, e os londrinos serão proibidos de se misturar com outras famílias em ambientes fechados a partir deste fim de semana. 

Apesar das previsões terem indicado chuvas para áreas do café esta semana, os volumes ainda foram baixos e produtores registraram queda de granizo, o que trouxe ainda mais preocupação para a safra de 2021. Todas as áreas de produção cafeeira em Minas Gerais e na Alta Mogiana/SP enfrentam a estiagem mais severa dos últimos anos e a nova safra já começa com potencial de perda para o Brasil. 

De acordo com análise semanal do Conselho Nacional do Café, os modelos metereológicos indicam muita chuva na região Sudeste neste fim de semana, em especial na costa do Espírito e do Rio e janeiro. Entre o norte de São Paulo e todo o Estado de Minas Gerais, podem ocorrer temporais nesta sexta-feira, enquanto as demais áreas paulistas recebem chuvas passageiras.

>>> Falta de chuva no café: Área de poda deve crescer pelo menos 30% no sul de MG e aumentar perdas da safra 21

No mercado físico, boa parte dos agentes se manteve retraída, inviabilizando negócios e fazendo com que as cotações pouco oscilassem. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 540,51/saca e R$ 398,92/saca, com variações, respectivamente, de 0,5% e 1,3%.

Neste pregão, as principais praças produtoras do país finalizaram o dia com quedas, acompanhando o exterior. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 1,82% em Patrocínio/MG, valendo R$ 540,00. Araguarí/MG teve baixa de 1,79%, valendo R$ 550,00, Poços de Caldas/MG registrou queda de 0,38%, valendo R$ 518,00 e Guaxupé/MG teve desvalorização de 0,88%, sendo negociado por R$ 562,00.

O tipo cereja descascado teve queda de 1,67% em Patrocínio/MG, valendo R$ 590,00. Guaxupé/MG teve queda de 0,82%, negociado por R$ 605,00, Poços de Caldas/MG registrou queda de 0,35%, valendo R$ 568,00 e Varginha/MG manteve a estabilidade por R$ 600,00. 

Já o café tipo conilon encerrou o dia com valorização técnica. Novembro/20 teve alta de US$ 9 por tonelada, valendo US$ 1273, janeiro/21 subiu US$ 11 por tonelada, negociado por US$ 1297, março/21 teve alta de US$ 11 por tonelada, negociado por US$ 1306 e maio/21 teve alta de US$ 10 por tonelada, negociado por US$ 1320.

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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