Café: Mercado segue atento ao baixo volume de chuva no Brasil e arábica finaliza com valorização

Publicado em 23/04/2021 17:00 e atualizado em 25/04/2021 18:29
No acumulado semanal, julho/21 teve um incremento de 5% no mercado futuro

O último pregão da semana foi movimentado para o mercado de café. Os preços do café na sexta-feira se estabilizaram moderadamente mais altos, com o arábica em uma alta de 7 semanas e o robusta em uma alta de 5 semanas.

Na Bolsa de Nova York (ICE Future US), o café arábica oscilou a variação de alta entre 100 e 300 pontos, finalizando a semana com alta acima de 200 pontos nas principais referências. 

Julho/21 teve alta de 235 pontos, negociado por 138,50 cents/lbp, setembro/21 teve alta de 235 pontos, valendo 140,40 cents/lbp, dezembro/21 encerrou com valorização de 230 pontos, valendo 142,75 cents/lbp e março/22 teve alta de 225 pontos, valendo 144,65 cents/lbp.

+ Café arábica intensifica ganhos e altas ultrapassam os 300 pontos na Bolsa de Nova York

Para o analista de mercado Eduardo Carvalhaes, a volatilidade e as altas dessa sessão ainda estão dentro do esperado pelo mercado. Já a análise internacional do site Barchart, os preços voltaram a ter suporte no clima adverso do Brasil. "A secura excessiva no Brasil, que pode reduzir a produtividade do café, está alimentando a compra de futuros de café", destacou a publicação. 

Ainda nesta semana, os preços de café arábica também tiveram suporte na baixa dos estoques de café verde da Green Coffee Association (GCA). O último relatório mostratou uma baixa de 1,9% nos estoques americanos. 

No acumulado semanal, o principal contrato, julho/21, teve um aumento de 5% no mercado futuro. Na segunda-feira (19), o preço final de negociação foi de 131,90 cents/lbp. 

Apesar do retorno das chuvas no parque cafeeiro, o volume continua ficando abaixo do ideal nas principais áreas produtoras do país, o que levanta ainda mais incerteza quanto à produção brasileira. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o Guilherme Salgado Rezenda - presidente da BSCA, destacou que as condições são preocupantes para a safra de cafés especiais, que assim como o arábica pode ser duramente afetada pelo clima adverso. 

+ BSCA e Apex-Brasil renovam projeto de promoção internacional dos cafés especiais

A tendência é que o mercado siga acompanhando as condições das lavouras brasileiras nos próximos dias, sobretudo porque com a aproximação do frio nas principais áreas produtoras do país, o mercado tende a ser cada vez mais climático, apresentando certa volatilidade. 

Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon também encerrou a semana com valorização. Julho/21 teve alta de US$ 8 por tonelada, negociado por US$ 1416, setembro/21 subiu US$ 12 por tonelada, negociado por US$ 1436, novembro/21 também teve alta de US$ 12 por tonelada, negociado por US$ 1453 e janeiro/22 registrou valorização de US$ 13 por tonelada, encerrando a semana valendo US$ 1468. 

No acumulado semanal, a principal referência no mercado, julho/21 registrou elevação de 2,24%. Na segunda-feira (19), o contrato encerrou o pregão valendo US$ 1385.

Assim como no arábica, a produção de café conilon em Rondônia sente os impactos do clima. De acordo com o Governo de Rondônia, por conta do baixo volume de chuva, o estado deve manter a produção em 2,3 milhões de sacas, valor semelhante ao produzido no ano passado. 

Leia Mais:

+ Rondônia inicia colheita do café conilon com expectativa de 2,3 milhões de sacas

No Brasil, o mercado físico acompanhou o exterior e também finalizou a semana com valorização nas principais praças produtoras do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 1,17% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 777,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 0,96%, valendo R$ 737,00, Patrocínio/MG de 2,11%, negociado por R$ 725,00, Araguarí/MG teve valorização de 2,67%, valendo R$b 770,00, Varginha/MG valorização de 1,70%, negociado por R$ 778,00, Campos Gerais/MG registrou valorização de 1,30%, negociado por R$ 782,00 e Franca/SP teve alta de 2,60%, valendo R$ 790,00.

O tipo cereja descascado teve alta de 2,35% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 829,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 0,90%, valendo R$ 782,00, Patrocínio/MG registrou valorização de 2,03%, negociadod por R$ 755,00, Varginha/MG teve alta de 2,53%, negociado por R$ 810,00 e Campos Gerais/MG registrou alta de 1,20%, negociado por R$ 842,00.

>> Veja mais cotações aqui

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Café: Sem físico no Brasil, bolsas têm novos ajustes nos preços nesta 4ª feira
Café: Nova York e Londres estendem baixas no primeiro pregão de maio
Em dia de baixas generalizadas, arábica recua mais de mil pontos em Nova York
Cecafé promove evento na UE para atestar que cafés do Brasil atendem novas regras
Café acompanha dia de aversão e recua mais de mil pontos em Nova York