Café recua mais de 2% na Bolsa de Nova York: Chuvas e dia realização de lucros explicam queda

Publicado em 07/12/2021 17:13
No Brasil, Procafé afirma que seca e geada podem tirar aproximadamente 15 milhões de sacas da safra 22

O mercado futuro do café arábica encerrou o pregão desta terça-feira (7) com desvalorização de 2,62% na Bolsa de Nova York (ICE Future US). O mercado futuro teve um dia de ajustes nos preços mesmo após a Colômbia divulgar queda na produção e exportação de café no mês passado. + Produção de café na Colômbia registra queda de 22% em novembro; exportação recua 11%

Março/22 teve queda de 655 pontos, negociado por 243,30 cents/lbp, maio/22 tinha queda de 620 pontos, valendo 242,60 cents/lbp, julho/22 teve baixa de 565 pontos, negociado por 241,50 cents/lbp. 

Apesar do cenário ser de fundamentos sólidos para o café, com a valorização expressiva no pregão anterior, ajustes nos preços não estão descartados pelos analistas do setor. Segundo Haroldo Bonfá, analista da Pharos Consultoria, além disso, as previsões mais recentes sinalizam muita chuva para área de produção no Brasil, ajudando a pressionar as cotações. Vale lembrar, no entanto, que a precipitação é aguardada pelos produtores, mas não recupera o pontecial produtivo da safra 22. 

No Brasil, as preocupações com a safra 22 aumentam a cada dia. José Braz Matiello, pesquisador da Fundaçãok Procafé, afirmou em entrevista ao Notícias Agrícolas que o "combo" seca+geada deve tirar, aproximadamente, 15 milhões de sacas da safra do ano que vem nas principais áreas de produção de café arábica do Brasil. Além disso, o pesquisador comentou que os impactos do frio intenso serão sentidos nos próximos dois ciclos do café arábica. 

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Em Londres, o café tipo conilon também teve um dia de baixas. Março/22 teve queda de US$ 42 por tonelada, valendo US$ 2273, maio/22 registrou baixa de US$ 42 por tonelada, cotado a US$ 2238, julho/22 recuou US$ 45 por tonelada, valendo US$  2231. "Os preços do café caíram na terça-feira em relação às novas máximas de 10 anos e fecharam em forte queda. Um dólar mais forte na terça-feira desencadeou uma longa pressão de liquidação nos futuros do café", complementa a análise do site Barchart. 

No Brasil, o mercado interno acompanhou e também teve um dia de desvalorização nas principais praças de comercialização do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 3,55% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.495,00, Poços de Caldas/MG teve baixa de 1,33%, valendo R$ 1.480,00, Araguarí/MG teve queda de 3,92%, valendo R$ 1.470,00, Varginha/MG teve queda de 3,21%, valendo R$ 1.510,00, Campos Gerais/MG registrou baixa de 2,91%, valendo R$ 1,500,00 e Franca/SP teve queda de 1,30%, valendo R$ 1.520,00. 

O tipo cereja descascado teve queda de 3,33% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.598,00, Poços de Caldas/MG registrou baixa de 1,26%, valendo R$ 1.570,00, Varginha/MG teve queda de 3,07%, valendo R$ 1.580,00 e Campos Gerais/MG registrou baixa de 2,80% valendo R$ 1.560,00. 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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