Argentina: saiba as previsões climáticas para a safra de inverno

Publicado em 18/05/2017 09:31

Qualquer análise de tendência climática para o trimestre de inverno na Argentina está condicionada ao cenário de partida. Predominam as zonas nas quais os excessos hídricos são a principal característica, com extensões importantes dos pampas em péssimas condições (noroeste de Buenos Aires, norte de La Pampa, sudeste de Córdoba e sul de Santa Fe), onde os alagamentos são uma catástrofe para a produção agropecuária e o manjeo de água se faz muito complexo em momentos nos quais a evaportação, como principal mecanismo de evacuação, transita em seu nível mínimo de eficiência.

Outras zonas do país apresentam uma situação similar, como o leste do nordeste, o centro-norte da Mesopotâmia e a bacia leiteira de Santa Fe e Córdoba. Estas zonas, com solos saturados, lençois freáticos elevados ou diretamente áreas inundadas não são consequência de um evento isolado e sim de três anos de chuvas acima do normal. As exceções a este comportamento são poucas.

A abundância de água que predominou em grande escala desencadeou dois fatores. O primeiro e mais persistente, o litoral Atlântico demasiadamente quente. O segundo, o intenso fenômeno do El Niño, que se fez presente na safra 2015/16. Estes dois fatores trabalham no mesmo sentido, garantindo a persistência de massas de ar mais úmidas do que o normal, as quais obviamente são mais eficientes para promover chuvas excessivas. Este mesmo contexto é o que fortaleceu o aumento da frequência de eventos com chuvas diárias superiores a 100 milímetros.

Entretanto, os oceanos que indicam o continente Sul-americano indicam que o cenário mais provável para o inverno é o da predominância das temperaturas benígnas e as chuvas com tendência a quebrar o padrão normal. Assim, não teríamos um inverno rigoroso, mas isso não quer dizer que não haverá picos de massas de ar frio que definam períodos com temperaturas em baixa.

Em relação às chuvas, seria favorável ter um inverno seco. Até o momento, somente algumas zonas mediterrâneas do centro-norte de Córdoba e Santiago del Estero têm estado secas. Mas o mais provável, segundo o jornal La Nación, é que a oferta de água deve continuar, com as áreas sofrendo a recorrência de excessos hídricos também durante o inverno.

Tradução: Izadora Pimenta

Fonte: La Nación

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