Condições de clima começam a melhorar nos EUA e primeiros plantios de milho iniciam tímidos

Publicado em 22/03/2021 15:23 e atualizado em 22/03/2021 16:07

Aos poucos, o cenário climático nos Estados Unidos vai ganhando mais espaço no radar dos traders para o andamento das cotações dos grãos na Bolsa de Chicago.  A Primavera começou no país e o plantio do milho já foi iniciado em algumas regiões mais ao Sul, mas deve se intensificar somente em abril. E até meados do próximo mês nem ao menos 1% da área destinada ao cereal já terá sido semeada. 

Ainda assim, as especulações vão crescendo no mercado ao passo em que se aproxima a divulgação, em 31 de março, do boletim Prospective Plantings, do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). As sinalizações são de  um expressivo aumento para a área de soja e de incremento também para o milho na safra 2021/22. 

As chuvas chegaram a importantes regiões produtoras do Meio-Oeste nos últimos dias e melhoraram os níveis de umidade nos solos, os quais vinham em patamares criticamente baixos. No entanto, segundo especialistas, a questão em relação aos solos é se eles estarão com temperaturas adequadas no momento do início efetivo do plantio depois um inverno bastante rigoroso, principalmente no final da estação. 

Milho safra 2021/22 semeado no centro norte do estado do Texas/EUA - Foto: Todd Kimbrell/Twitter

As primeiras previsões e tendências observadas neste momento sinalizam que as temperaturas deverão continuar subindo neste início de primavera, podendo promover o aquecimento adequado destes solos. Entretanto, meteorologistas não descartam a possibilidade de uma frente fria 'ocasional' podendo chegar, provocando uma pontual baixa das temperaturas. 

"O maior risco de temperaturas abaixo do normal, no curto prazo, ocorrerá nas planícies do norte e na parte leste do Corn Belt. Mais preocupante nesta área do que as temperaturas, no entanto, é a falta de chuvas que parece que tende a continuar", explicam os especialistas ao portal norte-americano Agriculture.com.

Ao site, o WeatherTrends360, empresa especializada em previsões climáticas dos EUA, mostra ainda que as chuvas até o final deste mês deverão ficar acima da média para quase todo o cinturão. 

"Se examinarmos as tendências mais de perto, no entanto, vemos que áreas de chuvas abaixo do normal ainda são esperadas nas planícies do norte e no leste do cinturão. À primeira vista, as tendências de precipitação para a última parte de março indicam boas notícias para o noroeste de Iowa, onde o Drought Monitor dos EUA, em 16 de março, indicava seca extrema", afirma a consultoria.

A imagem abaixo ilustra as condições esperadas:

Ainda de acordo com especialistas, embora a seca viesse preocupando bastante durante o inverno, a temporada mais seca diminuiu os riscos de cheias e inundações agora na primavera, como aconteceu no ano passado nos Estados Unidos. As condições de clima no início da safra passada foram extremamente adversas e provocaram perdas consideráveis tanto para o milho, quanto para a soja. 

No começo de abril, entre os dias 1º e 5, a área com chuvas abaixo da média se mostra um pouco mais extensa e exige atenção, como mostram as imagens do Commodity Weather Group.

"As chuvas devem ser frequentes nesta semana no Delta, deixando os trabalhos de campo mais lento na semeadura do milho. Já nos próximos 6 a 10 dias, o tempo deverá ficar mais seco, permitindo uma recuperação do ritmo antes das precipitações nos próximos 11 a 15 dias", diz o CWG. 

O mapa a seguir mostra as condições entre 6 e 20 de abril:

Neste momento, a Agrinvest Commodities destaca a especulação do mercado para dois cenários podendo ser observados nos Estados Unidos neste início da nova safra americana:

Nas previsões mais alongadas, os mapas já mostram temperaturas acima da média para o período durante o verão norte-americano. Sobre as chuvas, são esperados volumes abaixo da média durante a estação no norte, oeste e centro dos Estados Unidos. Confirmadas essas condições, alguns especialistas já começam a se preocupar com a produtividade do milho em alguns pontos de regiões produtoras norte-americanas. 

Com informações do Agriculture.com; DTN The Progressive Farmer; AgWeb e Agrinvest Commodities

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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