EUA deve ter dias mais quentes e de chuvas abaixo da média, podendo permitir avanço do plantio de soja e milho

Publicado em 10/05/2022 15:32 e atualizado em 10/05/2022 16:44

Os últimos números divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre o progresso do plantio 2022/23 mostram que há ainda um considerável atraso nos trabalhos de campo no país, em especial se a comparação se der com a média dos últimos cinco anos. A expectativa, porém, é de que a semeadura tome mais ritmo a partir desta terça, com condições melhores de clima esperadas para o Corn Belt. O meio-oeste americano deverá registrar dias mais secos e quentes, acelerando - caso se confirmem - os processos. 

Os mapas trazidos pelos Commodity Weather Group (CWG) nesta terça-feira (10) mostram que o período dos próximos cinco dias - de 10 a 14 de maio - deverá ser de temperaturas acima da média e chuvas abaixo. A primeira imagem, da segunda linha, mostra nas áreas coloridas em marrom essas regiões importantes de produção com precipitações mais escassas, como boa parte de Iowa e Illinois, Indiana, Ohio, Nebraska, Missouri. 

Já na sequência, algumas áreas do coração do Corn Belt, entre 15 e 24 de maio, em pontos limitados, poderiam voltar a registrar chuvas acima da média, como mostram os dois últimos mapas da segunda linha, nos pontos verdes. 

Mapas: Commodity Weather Group

"O padrão de tempo mais quente e seco dos próximos dias deve permitir uma aceleração do plantio da soja e do milho na maior parte do Meio-Oeste e da região do Delta", afirmam os especiaistas do CWG. 

Estas condições, porém, precisam se confirmar para que o produtor consiga, efetivamente, avançar com seus trabalhos de campo e recuperar o atraso. 

"O recorde para a 2ª semana de maio foi em 2013 com 43 pontos de avanço. Para isso, o clima deve estar perfeito – campos bem drenados e poucas chuvas. Não é o caso desse ano. No Norte as chuvas continuarão durante a semana. No Meio Oeste as condições serão melhores, clima mais quente e mais seco até dia 20", explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.

Os mapas atualizados do NOAA para o período dos próximos 6 a 10 dias - 15 a 19 de maio - mostram as chuvas abaixo da média ou dentro dela para o período, e as temperaturas acima. 

Previsão de chuvas para 15 a 19 de maio - Fonte: NOAA
Previsão de temperaturas para 15 a 19 de maio - Fonte: NOAA


 Nas previsões mais alongadas, para 17 a 23 de maio, os mapas mostram condições semelhantes. 

Previsão de chuvas para 17 a 23 de maio - Fonte: NOAA
Previsão de temperaturas para 17 a 23 de maio - Fonte: NOAA

O mapa do NOAA trazido nesta terça-feira, porém, ainda indica volumes consideráveis de chuvas para 11 a 16 de maio em alguns pontos, como as Dakotas, Minnesota e extremo leste de Michigan. 

Previsão de chuvas para os próximos 5 dias - Mapa: NOAA

Ao portal Farm Futures, o agrônomo da Universidade Purdue, Bob Nielsen, faz o alerta sobre o monitoramento, além do clima, para o que acontece depois do plantio e que pode ter um peso significativo no resultado final do potencial produtivo tanto do milho, quanto da soja. 

“A resposta absoluta do rendimento ao plantio atrasado é relativa ao rendimento máximo possível em um determinado ano. Consequentemente, é possível que o milho plantado precocemente em um ano produza mais, menos ou igual ao milho plantado posteriormente em outro ano, dependendo da combinação exata de fatores que influenciam o rendimento para cada ano”, afirma Nielsen.

IMPACTOS SOBRE A ÁREA 

O atraso no plantio não impacta somente sobre os rendimentos, mas também tem intensificado as incertezas sobre o tamanho da área que poderá ser, efetivamente, plantada nesta safra, principalmente com milho. "A área continua sendo uma incógnita", afirma Dr. Michael Cordonnier, phD em agricultura. 

"Há algumas semanas eu estimei que os produtores norte-americanos plantariam 36,62 milhões de hectares (90,5 milhões de acres) de milho, mas acho que essse número está muito alto. Minha estimativa nesta semana é de que os produtores irão plantar cerca de 36,42 milhões (90 milhões de acres), mas isso ainda pode mudar a depender das condições futuras (de clima) que serão observadas, principalmente, no noroeste do Corn Belt", complementa o especialista. 
 

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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