MetSul: Em nova atualização, modelos mostram que Pacífico atingiu níveis de Super El Niño

Publicado em 27/11/2023 12:42
Fenômeno é o mais severo dos últimos 50 anos, com anomalia de 2,1ºC das águas do Pacífico

Segundo dados publicados pela MetSul, o fenômeno climático El Niño atingiu patamares de super intensidade nas últimas semanas. A atualização foi divulgada na manhã desta segunda-feira (27), indicando ainda que o El Niño atual é um dos mais intensos dos últimos 50 anos. 

"O aquecimento das águas do Pacífico Equatorial segue se fortalecendo, o que levou as anomalias de temperatura da superfície do mar a mais de 2ºC no Pacífico Centro-Leste. O fenômeno teve início no mês de junho e ganhou maior intensidade ao longo desta primavera, como projetavam os modelos de clima", afirma a consultoria. 

Além da atualização da Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), a MetSul destacou que nos últimos dias ventos mais fortes, um fenômeno chamado  Westerly Wind Bust, em atuação na faixa equatorial, favoreceu o transporte de águas mais quentes ao Pacífico Centro-Leste, o que consequentemente favoreceu um maior aquecimento das águas. 

"A anomalia de 2,1ºC é o maior valor semanal de anomalia informado pela NOAA para esta parte do Oceano Pacífico (região Niño 3.4) desde a semana de 17 de fevereiro de 2016, quando a anomalia foi de 2,2ºC, no episódio de Super El Niño de 2015-2016", explica. 

O que acontece a agora?

A MetSul destaca que é importante que se saiba que o fato de ter atingido as anomalias para um super El Niño, não significa necessariamente que a partir de agora os fenômenos ficarão mais intensos, com mais chuva, seca ou ondasde calor. 

O que é certo é o prosseguimento das consequências do fenômeno El Niño que têm sido observadas nos últimos meses. No Norte e no Nordeste, as precipitações seguirão abaixo das médias históricas, embora a chuva aumente no Norte com o chamado inverno amazônico. Os déficits de chuva, porém, tendem a se agravar em parte do Nordeste", afirma. 

Já para o Sudeste e Centro-Oeste, o cenário precisará ser observado de acordo com cada área. Segundo a consultoria, haverá áreas em que a chuva ficará acima da média e muitas outras abaixo, não se observando um padrão regional. As ondas de calor mais fortes no Centro do Brasil tendem a ocorrer durante a primavera, pelo clima mais seco, mas será um verão com temperatura acima a muito acima do normal.

Para a região Sul, é mantida a previsão de chuvas acima da média, sobretudo no Rio Grande do Sul e em algumas áreas de Santa Catarina. Os modelos mostram também a tendência de um verão mais quente, com maior umidade a estação deve ser mais abafada do que o habitual e maior risco para temporais no fim de tarde. 
 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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