Relatório estima que a PSA deve continuar mudando o mercado de proteína animal em 2020

Publicado em 25/11/2019 16:32

De acordo com relatório da Rabobank, divulgado neste mês de novembro, a expectativa é que o mercado de proteína animal de uma forma geral continue sendo afetado de maneira contundente em 2020 pela Peste Suína Africana (PSA). Segundo o documento, a doença deve superar o as perspectivas estimadas para o ano que vem e trazer "incerteza para todos os mercados".

O relatório coloca o declínio da produção de carne suína como a mudança mais importante no cenário das proteínas animais em 2020; em contrapartida, a aquicultura e as aves liderarão o crescimento da produção no ano que vem.

Para o Brasil, o relatório estima que o crescimento da produção é esperado para todas as espécies em 2020, puxado pelas oportunidades de exportação e melhora no consumo doméstico.

De acordo com Douglas Coelho, analista de mercado da Radar Investimentos, o surto de PSA na China não será resolvido "de uma hora para outra", e devido à eliminação dos plantéis, o mercado global se redesenhou para poder fornecer a proteína suína ao país asiático que mais consome e produz o animal. 

-- "A proteína mais barata (frango) vai sentir o impacto. A China tem uma renda disponível para proteína animal ainda relativamente pequena em comparação com Brasil, Estados Unidos, que gastam bastante com esse tipo de produto. Por isso, deve ocorrer ainda mais a substituição para proteínas mais baratas, como frango e ovos", afirma.

Devido ao problema, o preço da carne suína na China tem aumentado, fazendo com que o país importe, além da proteína, também carne de frango, opção mais em conta. "A China vem vivendo uma mudança de hábito alimentar já há alguns anos, uma base pequena, mas contundente, e o surto da doença veio para reforçar e acelerar esse processo", explica.

PERSPECTIVAS GLOBAIS

O pivô da mudança, a China, deve ter um declínio adicional na produção de carne suína no ano que vem, mas com aumento da produção para todas as outras espécies, dada a escassez de carne suína e os preços em níveis elevados.

No Sudeste Asiático, espera-se que a PSA se espalhe ainda mais em 2020, impactando a produção de carne suína. Em parte, em resposta a isso, a produção avícola voltará a aumentar fortemente no ano que vem. A produção de carne bovina, por outro lado, permanece estável, mas as importações estão aumentando.

Com a mudança no cenário, nos Estados Unidos deve haver aumento na produção de todas as espécies no ano que vem, liderada por carne de porco, seguida por aves e, finalmente, carne bovina. Já na Europa, a produção de aves e suínos deve aumentar, com o crescimento da carne suína impulsionado pelas oportunidades de exportação. A produção de carne bovina, no entanto, deverá diminuir em resposta ao consumo brando.

Os estoques apertados de gado na Austrália reduzirão a produção de carne bovina e a produção de carne ovina em 2020, com preços firmes para ambos. Esperamos que a produção de carne bovina e ovina da Nova Zelândia aumente, com níveis de preços favoráveis.

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas e Rabobank

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