Trigo: Cerca de 35% da produção do PR deverão ser rebaixados

De todo o trigo que está sendo plantado no Paraná, aproximadamente 35% deverá ser rebaixado na hora da comercialização. Um avaliação das cooperativas mostra que, com a mudança do padrão do grão determinada pelo Ministério da Agricultura, 1/3 da colheita no estado será vendido com uma classificação diferente dos anos anteriores. 

De acordo com a instrução normativa do ministério, que entra em vigor em julho, os grupos de classificação passam de três para quatro, com o grupo "trigo brando" dividindo-se em trigo doméstico e básico, e para o melhorador e o pão as propriedades ficam mais rígidas. A linha de corte para o trigo sem classificação passa de 50 para 100 pontos de força de glúten.

A Ocepar (Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná) afirma que das 2,2 milhões de toneladas projetadas para serem colhidas no estado, cerca de 770 mil devem ser enquadradas em uma classe mais baixa dos que nos anos passados. 

Em 2011, 90% do trigo paranaense foram vendidos como melhorador ou pão. Essas classificações são destinadas à panificação, que representa mais de 50% do mercado de farinha de trigo brasileiro. Agora, com os novos critérios que entram em vigor em julho, apenas 60% devem atender essa demanda.

Cerca de 5% da colheita que eram classificados como trigo brando, usado para produção de bolachas e biscoitos, também terão a classificação alterada e agora estarão abaixo da linha de corte. O produto deverá ser misturado ou destinado para ração animal.

De acordo com o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra, o mercado irá depender de importações quando as safras forem prejudicadas. Mas, diz ainda que os produtores estão cientes das mudanças e farão o possível para se adaptar. “O problema será atender a esta demanda quando o clima não ajudar e a qualidade do trigo diminuir”, afirma. 

Com informações da Gazeta do Povo.