Agricultores investem menos na cultura de trigo no RS e no PR

Publicado em 06/06/2016 07:49

Nos estados que mais produzem trigo no Brasil, o plantio está em estágios diferentes. Mas os produtores do Rio Grande do Sul e do Paraná têm uma certeza: a área cultivada vai ser menor este ano.

Em todo o estado do Paraná, 64% da área já foi semeada. Todos os anos, Valter Dal Galo produz trigo em 200 hectares da lavoura, em Cascavel, na região oeste. Os dias gelados têm animado o agricultor: “O frio está vindo cedo e é o que o trigo quer. Mas não quer frio de cair geada, porque se cair geada, ele morre”.

No Paraná, a saca de trigo está custando, em média, R$ 42, 20% a mais do que era pago na mesma época do ano passado. Apesar da alta, os agricultores estão investindo menos na cultura. A área plantada deve cair em 15% este ano.

Na propriedade do agricultor Zeca Zardo, a redução vai ser ainda maior que a média do estado. No ano passado, semeou 240 hectares e este ano 121. O desânimo com a cultura já começa na compra dos insumos. “Nós compramos o adubo no ano passado a R$ 600 reais a tonelada, esse ano custou R$ 2 mil. Então, fica inviável”, diz Zeca.

Além do alto custo de produção, a dificuldade em negociar o grão é um dos motivos dos agricultores desistirem do trigo. “Hoje quando você planta é um preço, quando você vai vender é outro, então a dificuldade nossa de comercialização não é fácil”, completa o agricultor.

No Rio Grande do Sul, a área plantada também diminuiu. Em todo o estado, apenas 10% das lavouras foram plantadas e a previsão é de queda na área ocupada pelo trigo. No ano passado, foram plantados 882 mil hectares e nesse ano a estimativa é que não passe de 766 mil hectares. A menor área dos últimos dez anos.

O clima é o principal aliado dos produtores rurais, mas também pode ser o pior dos vilões. Nos dois últimos anos foi ele o responsável pelas perdas nas lavouras de trigo do Rio Grande do Sul. Nesta safra, o fenômeno La Niña dá esperança aos agricultores por anunciar um inverno mais seco. Mesmo assim, muitos estão optando por atrasar o plantio, devido às previsões de geada em setembro, período em que o trigo está na fase reprodutiva.

Leia a notícia na íntegra no site G1 - Globo Rural.

Fonte: G1 - Globo Rural

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Novas variedades de amendoim são apresentadas aos produtores de amendoim do Oeste Paulista
Demanda por feijão de qualidade sustenta preços do mercado brasileiro
Mercado de arroz permanece pouco ofertado e com preços firmes no Sul do país
Paraná inicia colheita da segunda safra com perspectiva de recorde para a produção de feijão
Ibrafe: Há a chance de recorde de exportação de Feijão-preto