Produtores de arroz ganham selo que garante a procedência dos grãos

Publicado em 24/03/2011 08:06
A certificação foi dada pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual. O cultivo ainda está restrito a três lavouras experimentais.
O café do Cerrado Mineiro e a uva do Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, já conquistaram o chamado Certificado de Denominação de Origem, reconhecendo essas áreas como produtoras de café e vinho de qualidade. Agora, agricultores que cultivam arroz em uma parte do litoral gaúcho ganharam um selo que garante a procedência dos grãos.

É em uma faixa de terra de 300 quilômetros de extensão, entre o mar e a Lagoa dos Patos, que ocupa 13 municípios do litoral norte gaúcho, onde é produzido o arroz que vai ganhar o primeiro certificado de denominação de origem do país. Os ventos e a temperatura são diferenciais para a qualidade do grão.

“O vento que nos acompanha durante todo o período desde o plantio da primavera até o outono que faz com que a gente consiga colher mais cedo durante o dia. A incidência de sereno e orvalho também é menor, o que faz com que o arroz não sofra o processo de inchaço e secar rapidamente, o que favorece o trincamento do grão”, explicou o agrônomo Volmar Cardoso Junior.

A certificação foi pedida pela Associação de Produtores do litoral norte gaúcho e concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual. Para ter denominação de origem é preciso comprovar que as condições geográficas afetam diretamente a produção.

Por enquanto, o cultivo está restrito a cerca de 400 hectares em três lavouras experimentais. O agricultor Elton Borges da Cunha foi um dos produtores escolhidos para desenvolver o projeto piloto. Desde o plantio, os 140 hectares tiveram uma atenção especial.

“Primeiro, eu recebi planilhas onde tenho anotados todos os procedimentos que fiz na lavoura. Isso para que tenhamos depois a rastreabilidade desse produto. Depois, ele vai para o silo. Depois, o pessoal vem examinar o produto e ver se está dentro das qualidades exigidas para que possa ser colocado no mercado”, explicou Cunha.

A colheita deve garantir uma produção de 2,8 mil toneladas nas três áreas experimentais. Depois de retirado da lavoura o arroz será estocado enquanto a Associação de Produtores analisa o melhor modelo de comercialização.

Os agricultores tiveram o apoio de diversas entidades para conquistar a certificação. Entre elas, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Sebrae e o Ministério da Agricultura. Cem mil hectares de arroz, cultivados na região, devem receber o selo de origem.

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Fonte: Globo Rural

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