Deral vê plantio recorde para 2ª safra de milho do Paraná, mantém previsão para soja
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Por Roberto Samora
SÃO PAULO, 18 Dez (Reuters) - O Paraná deverá semear uma área recorde de milho na segunda safra 2025/26, com aumento de 1% em relação ao ciclo anterior, para 2,84 milhões de hectares, de acordo com o primeiro levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) para o cultivo com colheita em meados do ano que vem.
O órgão do governo do Estado, contudo, citou que este número poderá ser revisado em janeiro, quando a safra de soja já apresentar "maior clareza" sobre o ritmo e o período de colheita.
O cereal é semeado após a colheita da oleaginosa, e eventuais atrasos poderiam limitar o crescimento.
"Se a soja conseguir colher dentro de janeiro na região oeste, é provável que esta área aumente ainda mais. A soja teve um alongamento do ciclo por dias mais frios, menos sol e temperaturas mais baixas", explicou o especialista do departamento Edmar Gervásio, à Reuters.
"Outro ponto de atenção para o produtor é o aumento dos custos de produção... representando um aumento de aproximadamente 4% (na comparação anual)", afirmou o Deral.
O departamento citou ainda que os preços do milho recebidos pelo produtor estão 11% mais baixos na comparação anual, para uma média de R$53,44/saca (base novembro).
"Esse movimento combinado, de custos em alta e preços em queda, resulta em um estreitamento das margens de lucro, acendendo um sinal de alerta para a rentabilidade do produtor na atual conjuntura", afirmou o Deral em relatório.
Entretanto, disse o órgão, o milho na segunda safra ainda é melhor opção em termos de rentabilidade que o trigo, afirmou Gervásio.
"Mais vantajoso e menor risco", disse ele.
A se confirmar essa projeção de área plantada, a segunda safra do Paraná ainda poderia ser uma das maiores da história, mas abaixo do recorde visto em 2024/25, por conta de expectativa de produtividades mais conservadoras adotadas pelo Deral, neste primeiro momento.
O Deral estima produção de 17,4 milhões de toneladas de milho na segunda safra 2025/26, queda de 1% na comparação anual, com um recuo na produtividade média para 6,12 toneladas por hectare.
"A safra anterior foi acima do que era esperado, por isso este descolamento na previsão preliminar", disse Gervásio.
O Paraná é o segundo produtor nacional de milho, posto que por vezes também ocupa na soja, ficando atrás do Mato Grosso.
VERÃO MANTIDO
A safra de soja do Paraná 2025/26 foi estimada nesta quinta-feira em 21,96 milhões de toneladas, estável ante a previsão de novembro, de acordo com levantamento do Deral.
No mês passado, o Deral havia mantido sua projeção de safra de soja em relação a outubro.
"(Condição climática) bastante estável no campo. Mesmo com algumas irregularidades durante o desenvolvimento, o cenário que se desenha é de uma boa safra", disse Gervásio.
Se a previsão se confirmar, a produção cresceria 4% na comparação com o ciclo anterior, de acordo com o Deral.
A projeção para a soja ainda ficaria um pouco abaixo do recorde histórico de 22,3 milhões de toneladas, registrado em 2022/23.
O Deral praticamente não alterou as projeções da primeira safra de milho (3,47 milhões de toneladas) e da colheita de trigo (2,8 milhões de toneladas), já encerrada.
No caso do milho primeira safra, haveria um crescimento anual de 14%, com um avanço da área plantada, enquanto no trigo a produtividade média maior compensou um recuo do plantio, permitindo um salto de 21% na colheita após problemas climáticos no ano passado.
O Estado é o segundo produtor de trigo do país, atrás do Rio Grande do Sul.
(Por Roberto Samora)
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