Blairo Maggi: Argentina pode ultrapassar o Brasil na produção de grãos

Publicado em 31/08/2011 08:49
O senador Blairo Maggi (PR-MT) afirmou em Plenário nesta terça-feira (29) que a Argentina em breve poderá superar o Brasil na produção de diversos grãos - soja, trigo, milho, semente de girassol, cevada, entre outros. Isso porque, segundo ele, as condições de logística de transporte e embarque nos portos argentinos são muito mais favoráveis que as brasileiras.

Maggi relatou ter participado de congresso de produtores de algodão na Argentina, denominado Clube da Fibra, e se disse impressionado com o que viu no país vizinho.

- Confesso que levei um susto, se posso dizer assim, um susto agradável para os argentinos e um pouco desagradável para nosotros, nós brasileiros. Porque a Argentina, com seu território tão menor que o do Brasil, está a passos largos e está nos alcançando na produção de grãos - afirmou o senador, para quem o Brasil pode perder a hegemonia de grande exportador mundial de grãos, e ficar apenas como "potencial exportador".

Maggi voltou a pedir a aprovação rápida do texto do novo Código Florestal (PLC 30/2011). No seu entendimento, a legislação ambiental brasileira é "severa, dura" com os produtores rurais, que teriam desmatado em um período em que as circunstâncias e a legislação eram outras.

- Seria importante que antes de votarmos pudéssemos ter uma comissão e visitar o que os argentinos estão fazendo na Argentina. Nos pampas, campos gerais, não existe um único metro quadrado de reserva legal, um arroio, um córrego com proteção de Área de Proteção Permanente (APPs), como no Brasil - disse.

Blairo Maggi avalia ser importante encontrar consenso entre os que vivem em zonas urbanas e aqueles que vivem na zona rural, para que não haja "vencedores ou perdedores". Para ele, no entanto, as ocupações consolidadas em APPs, tanto no campo quanto nas cidades, devem ser mantidas.

A senadora gaúcha Ana Amélia (PP-RS), ao apartear o colega para apoiar sua manifestação, disse que os industriais brasileiros estão transferindo suas atividades para Argentina, Uruguai, Paraguai e até mesmo Bolívia por lá encontrarem, ao contrário do Brasil, ambiente favorável à produção agrícola.

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Fonte: Agência Senado

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