Pesquisa da Embrapa mostra alto potencial nutricional do murici

Publicado em 20/01/2021 10:48
Rica em vitamina C e macronutrientes, fruta é muito consumida nas regiões Norte e Nordeste

Pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental (Belém) identificaram clones de muricizeiro (Byrsonima crassifolia) com genética boa para produção de polpa de fruta de valor nutricional superior, contendo maiores teores de macronutrientes, vitamina C e carotenoides totais que outros materiais testados.

A descoberta representa mais um avanço rumo à domesticação dessa frutífera e está descrita no Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento Avaliação nutricional da polpa de frutos provenientes de clones de muricizeiro, a mais recente publicação da Embrapa Amazônia Oriental. Os resultados sugerem que o murici é um fruto de elevado potencial nutricional.

Clone é um indivíduo geneticamente idêntico a outro, neste caso uma planta selecionada que foi propagada vegetativamente (clonada) por meio de enxerto ou estaca enraizada. Esses materiais genéticos avaliados foram caracterizados quanto ao pH, cinzas, proteínas, lipídeos, fibras, carboidratos totais, vitamina C, carotenoides totais e compostos fenólicos totais.

“Já realizamos outros trabalhos de caracterização do murici, mas neste, em especial, visamos incluir aspectos nutricionais, simulando a seleção dos clones pelo valor genotípico”, explica a autora Ana Vânia Carvalho, pesquisadora do laboratório de agroindústria da Embrapa em Belém, onde as polpas foram analisadas.

O muricizeiro está disperso em quase todo o país, mas ainda não é plantado em escala comercial. No entanto, o murici ou muruci é considerado uma fruta de futuro promissor no mercado, com grande potencial para a alimentação humana.

Popularidade

O murici já atraiu a atenção de renomados chefs de cozinha por seu aroma e gosto salgado, lembrando queijo. Estudos anteriores constataram que alguns clones de muricizeiro apresentaram teores de lipídeos tão elevados quanto os do buriti; de proteínas maiores que os da graviola; ou de fibras tão altos quanto os do açaí.

Na Amazônia e na Região Nordeste é muito popular, consumida ao natural ou como polpa de fruta, refresco, sorvete, doce, geleia, licor, cremes, bolos, pudins e bebidas. Rica em gordura, a fruta tem sido uma fonte de energia usual entre as populações locais.

Fonte: MAPA

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