Sindicatos anunciam greve para junho em portos agrícolas da Argentina

Publicado em 22/05/2015 07:09

Por Maximiliano Rizzi

BUENOS AIRES (Reuters) - Uma poderosa central sindical de uma importante região exportadora da Argentina disse nesta quinta-feira que fará uma greve por tempo indeterminado a partir de 1º de junho para reivindicar melhoria salarial, ameaçando bloquear a moagem e o transporte da safra de um dos maiores produtores mundiais de grãos.

A greve deve ocorrer no momento em que trabalhadores do setor de óleo também mantêm há quase três semanas uma paralisação que provocou, sem grandes consequências, a parada dos portos do sul de Rosário, de onde são exportadas pequenas quantidades de produtos agrícolas.

A Confederação Geral do Trabalho (CGT) de San Lorenzo, que representa estivadores, receptores de grãos e vários outros sindicatos, planeja aderir à greve com bloqueios de estradas e portos da região norte de Rosário, de onde sai cerca de 80 por cento dos embarques agrícolas da Argentina, o maior fornecedor mundial de farelo e óleo de soja.

"Nós não vamos permitir a entrada de caminhões, não vão entrar trens com grãos aos terminais portuários e navios também não vão entrar nem sair", disse à Reuters o secretário-geral da filial da CGT em San Lorenzo, Edgardo Quiroga.

Esses conflitos representam um duro golpe no auge da temporada, já que agricultores argentinos estão terminando a colheita de uma safra de soja recorde que pode chegar a 60 milhões de toneladas.

O mercado de grãos na Argentina já está sofrendo o impacto da greve dos trabalhadores do setor de óleo. Apesar de o governo estar mediando o impasse para tentar buscar uma solução, as autoridades ainda não conseguiram aproximar posições sobre a exigência da categoria para um aumento de mais de 40 por cento.

(Reportagem adicional de Mariano Galíndez, em Rosário)

Fonte: Reuters

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