De olho no Matopiba: Cerrado será monitorado por satélite

Publicado em 08/12/2017 10:54


Comando & Controle: Sarney Filho quer fiscalização, monitoramento, moratória da soja e pressão sobre frigoríficos.

O ministro do ½ Ambiente, Sarneyzito Filho, anunciou que a partir do próximo ano os números oficiais de desmatamento no Cerrado, assim como ocorre na Amazônia, serão divulgados anualmente. “Esperamos que essa informação possa sensibilizar a sociedade sobre a importância do bioma e a necessidade de conservá-lo”, disse o Ministro em seminário promovido pelas ONGs Ipam e WWF

O ministro apresentou sua palestra sobre Comando e Controle, na terça-feira (05/12), em Brasília (DF), do painel de abertura do Seminário Nacional do Cerrado, com o tema Como conciliar produção agropecuária com a conservação da sociobiodiversidade. Ele adiantou ainda que está prevista a implantação de um sistema de alerta de detecção de desmatamento via satélite, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), para apoiar os órgãos ambientais nas ações de fiscalização.

Segundo dados do ministério, entre 2013 e 2015, o Cerrado perdeu 18,9 mil km2 de vegetação nativa. “É um valor muito alto, preocupante e inaceitável”, afirmou o ministro sem fazer distinção entre desmatamento legal e ilegal. Para conter o avanço, ele sugeriu o uso de recursos do Fundo Amazônia para financiar projetos no Cerrado nos estados que não fazem parte da Amazônia Legal, já que 20% dos recursos podem ser utilizados em sistema de monitoramento e controle do desmatamento em outros biomas.


Veja também: A perversão do Fundo Amazônia e a ilusão dos Pagamentos por Serviços Ambientais

Ainda seguindo políticas já executadas na Amazônia, o ministro defendeu a necessidade de se estabelecer, no Cerrado, a moratória da soja e um termo de ajustamento de conduta para a carne. “Trata-se de uma necessidade tanto socioambiental como econômica, visto que o mercado internacional tem deixado muito claro que haverá cada vez menos espaço para a agropecuária sem base sustentável”, esclareceu.

FISCALIZAÇÃO

Outras medidas para conter o nível de degradação do bioma envolvem o esforço da pasta de meio ambiente em fortalecer políticas públicas como a fiscalização ambiental, prevenção e controle dos incêndios florestais, monitoramento da cobertura vegetal, implantação de um sistema de controle da origem de produtos florestais e do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Todas as medidas de resumem à área de Comando e Controle.

Sarney Filho citou conquistas como a ampliação da área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros em quase quatro vezes e o lançamento do Programa Plantadores de Rios, destinado a proteger e recuperar nascentes e Áreas de Preservação Permanente de cursos d’água, de forma a combater a crise hídrica.

SEMINÁRIO

O evento é promovido pelas ONGs IPAM em parceria com a WWF. Também participaram da abertura do seminário, o diretor-executivo do IPAM, André Guimarães; o diretor-executivo do WWF, Maurício Volvodic; o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Fábio Trigueirinho; e o assessor sênior do ISPN Donald Sawyer.

Com informações e imagem do M½A

Fonte: Ambiente Inteiro

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