Governo diz que desmatamento da Amazônia caiu 12% desde agosto, depois de crescimento recorde

Publicado em 14/12/2021 11:33

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O governo do presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira uma queda de 12% nos alertas de desmatamento da Amazônia registrados pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre agosto e novembro na comparação com o mesmo período de 2020, e redução de 19% somente no mês de novembro em relação ao mesmo mês do ano passado.

Os dados, apresentados pelos ministros do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e da Justiça, Anderson Torres, foram comemorados como um efeito da operação Guardiões da Floresta, que o governo federal iniciou depois que os dados de 2021 mostraram mais um recorde de desmatamento da Amazônia.

"Esses números refletem a integração com Ministério da Justiça e as operações com Ibama, ICMBio, Força Nacional, Polícia Federal. Essa integração começou a se refletir agora em números", disse Leite.

Os dados oficiais do desmatamento, medidos pelo sistema Prodes, divulgados há um mês, registraram mais um recorde de alta entre agosto de 2020 e julho de 2021, com crescimento de 21,97% em relação ao período anterior. Foram desmatados 13.235 km², maior índice desde 2006.

O número foi muito pior do que o esperado. Inicialmente, com base nos dados do Deter, que mede os alertas de desmatamento mensalmente, o governo apostava em uma redução de 5%.

Durante a cúpula global sobre o clima, COP26, em novembro, o governo brasileiro prometeu o fim do desmatamento ilegal no país até 2028, ainda antes de ter revelado os dados oficiais, que estavam prontos semanas antes da conferência.

De acordo com Leite, a redução registrada até agora permite apostar que o governo poderá atingir a meta, apesar de ainda estar abaixo do necessário.

"O cálculo é que são necessários 15% de redução nos primeiros anos para desmatamento ilegal zero. Estamos na direção correta em relação aos números para atingir o objetivo para eliminar até 2028", disse o ministro.

Fonte: Reuters

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