Importação de milho pela China deve aumentar na próxima década

Publicado em 06/06/2013 14:15 e atualizado em 06/06/2013 21:37

De acordo com economistas, as importações de milho para a China vão crescer ao longo da próxima década, mas não tão rápido como alguns comentaristas acreditam. O grão deverá ser ultrapassado pelo queijo e também pela carne bovina.

A Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OECD) junto a Organização de Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO), em um relatório de perspectiva anual para a agricultura do mundo, destacou que a China, o país mais populoso do mundo, vai se tornar cada vez mais dependente da importação de alimentos.

Refletindo as melhorias na dieta da população, o crescimento da demanda anual vai desacelerar 1,9% ao longo da próxima década, após atingir 3,4% nos últimos 10 anos. A taxa de produção também irá diminuir, para 1,7% ao ano, sendo que a taxa anterior era de 3,2%. De acordo com o relatório, o crescimento do consumo na China vai ultrapassar o seu crescimento de produção. 

Alimentar a China no contexto do seu rápido crescimento econômico e dos recursos limitados é uma tarefa difícil e atender a essa demanda vai exigir grandes aumentos nas importações de muitos produtos agrícolas, incluindo milho e sementes oleaginosas, já que a China se esforça para manter a autossuficiência na produção de carne de porco, a mais consumida no país.

Para o país, produzir praticamente toda a sua própria carne suína será um desafio, mesmo com uma desaceleração para 1,6% ao ano no crescimento do consumo. Segundo o relatório a gestão de restrições a terra e água, por exemplo, irão desempenhar um papel importante na capacidade da China permanecer autossuficiente. Na próxima década, a população de suínos do país deve subir para cerca de 550 milhões de cabeças.

No entanto, as importações de cereais secundários, principalmente o milho, irão mais que dobrar, para 13,2 milhões de toneladas até 2022, aumento muito menor do que os observadores esperam, incluindo o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), cuja previsão é que as importações de milho da China irão atingir 19,6 milhões de toneladas de 2022 a 2023. 

A FAO e a OCDE afirmam que o crescimento anual de grãos da China irá para 2,1% ao longo da próxima década, contra 5,2% na última década. Em grande parte porque a China vai exercer um controle rigoroso sobre o uso industrial de milho.

Porém, as organizações foram mais otimistas sobre as perspectivas para a importação de leite, com a produção de leite nacional caindo para 2,4% ao ano, após atingir 6,9% ao ano na última década. Isso de deve ao crescimento dos produtos derivados do leite.

O aumento do consumo será impulsionado principalmente pelos níveis de renda e pela crescente influência das empresas multinacionais, que estão introduzindo novos produtos no varejo e melhorando a eficácia do processamento, além de programas do governo que promovem, por exemplo, o consumo de leite nas escolas. Já asImportações de queijo devem subir em 10% ao ano, chegando a 100 mil toneladas em 2022. As importações de carne bovina também irão subir, com a maior taxa de crescimento ao ano, chegando a 7%.

Com informações do site  Agrimoney. 

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Por: Paula Rocha
Fonte: Notícias Agrícolas

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