Milho: Clima frio e demanda aquecida nos EUA impulsionam os preços em Chicago

Publicado em 24/03/2014 13:10

Os preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam em alta nesta segunda-feira (24). Por volta das 12h28 (horário de Brasília), os principais contratos exibiam ganhos entre 5,25 e 8,25 pontos. O vencimento maio/14 era comercializado a US$ 4,87 por bushel.

De acordo com o analista de agronegócio da Céleres Consultoria, Aline Ferro, a demanda aquecida pelo milho norte-americano têm impulsionado os preços em Chicago. As exportações dos EUA seguem fortes e, na última semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou a venda de 340 mil toneladas do grão para o Egito.

Ainda hoje, o órgão norte-americano anunciou as vendas semanais de milho dos EUA em 1.142.722 toneladas na semana encerrada no dia 20 de março. Na semana anterior, o volume foi de 976.742 toneladas (número revisado). No acumulado do ano safra, com início em 1º de setembro, as vendas totalizam 21.068.669 toneladas, frente às 10.482.102 milhões de toneladas acumuladas no ano anterior. 

Por outro lado, o clima nos EUA também é observado pelos investidores, já que, as previsões climáticas apontam para o tempo mais frio no país. A analista ainda afirma que, se confirmada, a situação poderá comprometer os investimentos feitos pelos produtores norte-americanos, assim como, atrasar o plantio do milho no país. 

Frente a esse cenário, mercado aguarda o relatório de intenção de plantio, que será divulgado pelo departamento norte-americano no próximo dia 31 de março. A expectativa dos investidores é que haja uma redução na área cultivada com o milho devido aos preços mais baixos do cereal em comparação com a soja, conforme explica a analista.

Outro fator que ainda têm a atenção dos investidores é a crise política e econômica na Ucrânia. Por enquanto, as exportações de milho ucranianas não têm sido afetadas pelas incertezas, entretanto, caso haja um conflito, a demanda poderá ser deslocada para outros países, inclusive os EUA. Além disso, já há especulações no mercado de uma redução de 20% na área agrícola no país, mas as informações ainda não foram confirmadas oficialmente.

“No curto prazo, os fundamentos para o mercado de milho ainda são positivos. Já a médio e longo prazo, a entrada da oferta da América do Sul no mercado, mesmo com a quebra na safra de verão e problemas em relação à safrinha, devem influenciar os preços em Chicago e poderemos ver os preços recuarem”, ressalta Aline.

BMF&Bovespa

Após a valorização no último pregão, as cotações futuras negociadas na BMF&Bovespa iniciaram a semana em campo misto. Nas últimas semanas, a quebra na safra de verão, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais deram suporte aos preços no mercado brasileiro. As incertezas em relação à segunda safra, em função do clima também exerceram pressão positiva nas cotações.

Entretanto, com o avanço da colheita em importantes regiões produtoras, as cotações começaram a recuar, após uma alta acumulada de 25% desde o início do ano. Segundo levantamento da Céleres Consultoria, até a última sexta-feira (21), cerca de 95% da safrinha já havia sido cultivada.

No Paraná, o percentual é de 95%, no Mato Grosso, 100% da área já foi semeada, no Mato Grosso do Sul, 95% do milho foi cultivado e em Goiás o número é de 93%. Em relação aos preços no mercado interno, a analista acredita que as cotações devam se manter em patamares mais elevados do que os do ano passado. “Situação decorrente da oferta mais ajustada e uma crescente demanda interna e externa”, diz Aline. 

Nesta segunda-feira, em Campinas (SP) CIF a saca de milho é negociada a R$ 33,00. em Campo Mourão (PR), o valor é de R$ 27,50, já em Lucas do Rio Verde (MT), a saca é comercializada a R$ 21,50 e em Unaí (MG) a R$ 27,00. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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