Futuros do milho acumulam queda semanal de até 2,7% na B3 com mercado já olho no fim de ano

Publicado em 12/12/2025 16:48
Chicago também fecha a semana registrando perdas para o cereal

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A sexta-feira (12) chega ao final com os preços internacionais do milho futuro registrando movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT) e acumulando perdas ao longo de semana.

De acordo com a análise da Agrinvest, a derrocada da soja nesta sexta-feira acabou puxando as cotações do milho na carona. 

“Apesar das compras chinesas nos EUA já terem superado mais de 60% das 12 milhões de toneladas, o mercado começa a questionar a demanda após o cumprimento do volume. Mesmo com negócios recentes da China, o total segue cerca de 25% inferior ao mesmo período da safra anterior”, explicam os analistas da consultoria. 

Para Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, Chicago também segue pressionada pela confirmação de uma safra americana robusta.  

“Os estoques de passagem dos Estados Unidos tendem a ficar próximos de 52 milhões de toneladas, um nível considerado confortável. O relatório de oferta e demanda de janeiro será decisivo para confirmar produtividade e área”, destaca.  

Rafael acrescenta que o milho americano está mais competitivo que o brasileiro neste momento, e que o desempenho das exportações dos EUA deve seguir forte. “A partir de fevereiro, o mercado monitorará a intenção de plantio dos produtores norte-americanos, que seguem indecisos entre milho e soja". 

O vencimento dezembro/25 foi cotado a US$ 4,31 com baixa de 3,75 pontos, o março/26 valeu US$ 4,40 com desvalorização de 5,75 pontos, o maio/26 era negociado por US$ 4,49 com perda de 5,25 pontos e o julho/26 tinha valor de US$ 4,55 com queda de 4,50 pontos. 

Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (11), de 0,86% para o dezembro/25, de 1,29% para o março/26, de 1,16% para o maio/26 e de 0,98% para o julho/26. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram perdas de 1,20% para o dezembro/25, de 0,90% para o março/26, de 0,72% para o maio/26 e de 0,60% para o julho/26, em relação ao fechamento da última sexta-feira (5). 

variação semanal milho cbot

Mercado Interno 

Os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3) também finalizaram o pregão desta sexta-feira registrando recuos e acumulando perdas semanais.

A análise da Agrinvest destaca que a semana termina com queda do milho na B3, com as tradings avançando para a reta final dos negócios da safra 2024/25 fechando as últimas janelas disponíveis. 

Roberto Carlos Rafael relata ainda que o mercado já opera em ritmo típico de final de ano. Segundo ele, a segunda metade de dezembro tende a ser marcada por baixa liquidez, já que o calendário de Natal e Ano-Novo reduz a quantidade de dias úteis e muitos consumidores e vendedores interrompem suas atividades. Na prática, isso deve resultar em duas semanas praticamente paradas. 

Rafael observou que, nas últimas semanas, o mercado apresentou oscilações limitadas, com movimentos pontuais tanto no físico quanto na Bolsa Brasileira (B3). “Houve momentos em que a B3 subiu mais que o físico e outros em que o físico reagiu mais intensamente, mas ambos voltaram a mostrar fraqueza”. 

Já olhando para frente, o analista aponta que o mercado deve ganhar ritmo apenas a partir da segunda ou terceira semana de janeiro. Nesse período, consumidores retomarão compras e muitos armazéns e cooperativas precisarão abrir espaço para receber soja, o que pode aumentar a oferta de milho no mercado e gerar pressão sobre os preços. 

Já em relação à safrinha de 2026, Rafael afirmou que o ritmo do plantio será um ponto de atenção, mas vê boa parte das áreas de soja, que determinam a janela da safrinha, sendo plantada dentro de uma normalidade. Ele projeta preços melhores para o milho ao longo da próxima temporada, caso o clima permita boa produtividade. A expectativa também é sustentada pela demanda crescente do setor de etanol de milho, que deve consumir cerca de 29 milhões de toneladas em 2025/26, elevando a necessidade de estoques pelas usinas. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

No mercado físico brasileiro o preço da saca de milho também se movimentou pouco neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização apenas em Itapetininga/SP e Porto de Santos/SP, enquanto valorização apareceu somente em Sorriso/MT. 

O vencimento janeiro/26 foi cotado a R$ 72,00 com desvalorização de 0,41%, o março/26 valeu R$ 75,00 com baixa de 0,17%, o maio/26 era negociado por R$ 74,26 com queda de 0,08% e o julho/26 tinha valor de R$ 70,69 com perda de 0,08%. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram desvalorizações de 2,77% para o janeiro/26, de 1,20% para o março/26, de 1,51% para o março/26 e de 0,30% para o julho/26, em relação ao fechamento da última sexta-feira (5). 

variação semanal milho b3

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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