Milho: Frente a um possível atraso no plantio nos EUA, preços fecham em alta

Publicado em 08/04/2014 17:20

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços futuros do milho fecharam o dia do lado positivo da tabela. Durante as negociações, as principais posições da commodity reverteram as perdas e terminaram a sessão com ganhos entre 6,25 e 7,75 pontos. o contrato maio/14 era cotado a US$ 5,07 por bushel, valorização de 1,55% em relação à última sessão.

De acordo com a analista em agronegócio da Céleres Consultoria, Aline Ferro, os rumores de um possível atraso no plantio da safra 2014/15 nos EUA deram suporte aos preços futuros. "Mas, por enquanto, são só especulações do mercado", afirma.

O fator clima tem ganhado força no mercado nos últimos dias e exercido influência nas cotações, já que, caso as condições climáticas sejam desfavoráveis poderá prejudicar o cultivo da safra norte-americana. Se o plantio atrasar no país, os investidores acreditam que o cereal possa perder mais espaço para a soja.

Além disso, na sessão desta terça-feira, os preços refletiram as estimativas para o novo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os números deverão ser divulgados nesta quarta-feira (9).

os investidores acreditam que os estoques de milho norte-americanos apresentem uma redução de 36,98 milhões de toneladas para 35,64 milhões de toneladas. Na última temporada, o número anunciado pelo departamento foi de 20,85 milhões de toneladas.

A safra brasileira também deverá registrar um leve reajuste e totalizar 69,8 milhões de toneladas, contra 70 milhões de toneladas projetadas no mês de março. Na contramão desse quadro, a produção de milho da Argentina deverá apresentar um ligeiro aumento de 24 milhões de toneladas para 24,1 milhões de toneladas.

Ainda na visão da analista, os fundamentos são positivos para o mercado de milho. Nos EUA, a demanda pelo produto permanece aquecida e a área cultivada com o milho no país deverá registrar uma redução nesta safra 2014/15, conforme apontou o USDA.

BMF&Bovespa

As cotações futuras do milho exibem ligeiros recuos na sessão desta terça-feira. A analista explica que, os vendedores estão retraídos no mercado. Os produtores ainda esperam por preços melhores para realizar a comercialização.

No Mato Grosso, a comercialização da safrinha chegou a 11,5% até abril, conforme apontou o Imea (Instituto de Economia Agropecuária) nesta terça-feira. Até março foram vendidas cerca de 2 milhões de toneladas, com preço médio de R$ 14,50 a saca. 

Já no Paraná, a comercialização da segunda safra alcançou o patamar de 2%, segundo informações do Deral (Departamento de Economia Rural). No mesmo período do ano passado o volume negociado era de 5%. 

"No mercado interno, os preços estão firmes e a tendência é que os preços se mantenham em patamares mais firmes do que os registrados no ano anterior, situação decorrente da queda na safra de verão e inverno no país", relata Aline.

De acordo com levantamento da consultoria, a safra de verão deverá totalizar 34 milhões de toneladas, uma redução de 8,4% frente ao colhido na última safra, de 37,13 milhões de toneladas. A safrinha foi projetada em 44,4 milhões de toneladas, o número é 4,2% menor do que o colhido no ano passado, de 46,34 milhões de toneladas.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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