Milho: Em sessão volátil, mercado opera no misto e aguarda relatórios do USDA

Publicado em 27/06/2014 13:26

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham em terreno misto no pregão desta sexta-feira (27). Ao longo das negociações, as principais posições da commodity já registraram movimentos de alta mais expressivos, mas reduziram os ganhos. Por volta das 12h44 (horário de Brasília), o contrato julho/14 era cotado a US$ 4,42 por bushel, com queda de 0,50 pontos. Os demais vencimentos apresentavam ganhos entre 1,50 e 2,25 pontos.

Em uma sessão volátil, os investidores buscam um melhor posicionamento frente aos relatórios de área plantada e estoques trimestrais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que serão divulgados na próxima segunda-feira (30). Segundo informações de agências internacionais, a expectativa é que o departamento reporte os estoques dos EUA em 9,45 milhões de toneladas, até o dia 1º de junho.

Já a área cultivada com o cereal nesta safra deverá totalizar 37,11 milhões de hectares, mesmo número reportado pelo órgão no último boletim de oferta e demanda. 

Nesta quinta-feira, o IGC (Conselho Internacional de Grãos, na sigla em inglês) revisou para cima em 8 milhões de toneladas a projeção para a safra mundial de milho na safra 2014/15. A produção global deverá totalizar 963 milhões de toneladas, número pouco menor do que o recorde da temporada anterior, de 972 milhões de toneladas.

A China deverá colher cerca de 220 milhões de toneladas do grão nesta safra. Com isso, os estoques globais do cereal deverão apresentar aumento pelo quarto ano consecutivo, e são projetados em 180 milhões de toneladas. 

Safra dos EUA

Enquanto isso, o clima nos EUA permanece contribuindo para o desenvolvimento das lavouras. No último boletim, o USDA indicou que em torno de 74% das plantações de milho apresentam boas ou excelentes condições até o momento.

Nos próximos dias, a umidade deverá se manter favorável para a cultura do milho, conforme informações de agências internacionais. Consequentemente, os participantes do mercado esperam que os EUA colham uma safra recorde no milho, projetada pelo USDA em 353,97 milhões de toneladas. 

Entretanto, os analistas sinalizam que os produtores devem estar atentos e acompanhar as previsões climáticas e os boletins de condições das lavouras para o país. Em julho, as plantações deverão entrar em fase de polinização, estágio crítico de desenvolvimento das plantas.

BMF&Bovespa

Assim como em Chicago, os futuros do milho negociados na BMF&Bovespa operam em campo misto no pregão desta sexta-feira. Nas últimas sessões, os futuros têm sido influenciados pela movimentação no mercado internacional e pelo câmbio. O vencimento julho/14 era cotado a R$ 24,92 a saca, com desvalorização de 0,72%.

Por outro lado, as exportações brasileiras permanecem lentas. De acordo com informações divulgadas essa semana, os embarques de milho somaram 32,7 mil toneladas até a terceira semana de julho. Uma queda de 61,2% no volume exportado em relação ao mês anterior e recuo de 83,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), este ano, o Brasil deverá exportar cerca de 20 milhões de toneladas de milho. E a expectativa é que os embarques ganhem ritmo a partir do segundo semestre. Mas, por enquanto, as cotações mais fracas nos Portos, ao redor de R$ 26,00 a R$ 26,50, não são atrativas aos produtores rurais.

Já no mercado interno, as cotações seguem pressionadas com o avanço da colheita da segunda safra no país. Enquanto os produtores tentam segurar o produto à espera de melhores oportunidades, os compradores estão bem posicionados e aguardam cotações menores para fazer aquisições.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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