Milho: Frente à preocupação de conflito entre Rússia e Ucrânia, mercado registra ligeiras altas em Chicago

Publicado em 02/09/2014 08:55 e atualizado em 02/09/2014 10:35

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) registram leves ganhos na sessão desta terça-feira (2). Os futuros voltaram a subir, após o feriado do Dia do Trabalho, comemorado na segunda-feira nos EUA. Por volta das 8h54 (horário de Brasília), os vencimentos do cereal exibiam altas entre 1,00 e 1,40 pontos. O contrato setembro/14 era negociado a US$ 3,60 por bushel.

Segundo informações reportadas pela agência internacional de notícias Bloomberg, o mercado é impulsionado pelas preocupações em relação ao conflito entre a Rússia e Ucrânia. A expectativa é a situação possa afetar os embarques de grãos da região do Mar Negro. 

"O peso dos fundamentos para o momento é compensado pela situação na Ucrânia, com as principais preocupações voltadas para a dificuldade de logística em um clima de guerra no leste do país", afirmou um conselheiro à Bloomberg.

Veja abaixo informações sobre o mercado interno brasileiro:

Milho: Mercado travado no Brasil e sem previsão de alta nos próximos 6 meses

A comercialização do milho no mercado brasileiro permanece travada, com preços estáveis. Por enquanto, os produtores rurais continuam segurando o produto à espera de melhores oportunidades, enquanto os compradores adquirem o produto da mão pra boca. Para o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, não há previsão de alta nos valores praticados nos próximos 6 meses.

Frente à produção brasileira estimada em 78,4 milhões de toneladas, segundo dados da consultoria, o consumo interno é projetado em 56 milhões de toneladas. Dos quais, 48 milhões de toneladas são destinados ao setor de ração, 6 milhões para a indústria e 2 milhões para o consumo humano). Dessa conta, é o resultado é um excedente de 22,4 milhões de toneladas no mercado interno.

Já as exportações são estimadas ao redor de 20 milhões de toneladas, de acordo com dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Entretanto, o analista destaca que os embarques não deverão alcançar essa projeção. “Nesse momento, a taxa de câmbio não favorece as exportações. Além disso, o produto brasileiro irá competir com a safra dos EUA, de 356,43 milhões de toneladas, conforme dados do USDA”, afirma Galvão.

Por outro lado, o analista ressalta que no ano anterior, o Brasil se aproveitou de uma janela no mercado devido à quebra na safra norte-americana e conseguiu exportar bom volume. Em 2013, a taxa de câmbio também estava favorável às exportações, cenário inverso do registrado atualmente. Até a quarta semana se agosto, as exportações brasileiras foram de 2,079 milhões de toneladas, mas a expectativa é que o número alcançasse 3 milhões de toneladas no fechamento do mês. 

“Essa situação deverá impactar diretamente nos estoques brasileiros, que poderão passar de 14 para 16 milhões de toneladas”, diz o analista.

Nesta segunda-feira (1), sem a referência da Bolsa de Chicago (CBOT), em função do feriado do Dia do Trabalho, a saca do cereal é cotada a R$ 21,00 em Não-me-toque (RS), mesmo valor registrado na última sexta-feira (29). Já em Ubiratã (PR), a saca é comercializada a R$ 18,50, segundo dados da Coagru.

Em Campinas CIF (SP), o valor de venda da saca do grão é de R$ 22,50, em Sapezal (MT), o valor é de R$ 13,00 pela saca do produto. Em São Gabriel do Oeste (MS), a saca é cotada a R$17,50. No Porto de Paranaguá, a saca é cotada R$ 23,30.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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