Atraso no plantio da soja vai afetar a produtividade do milho em MS

Publicado em 11/11/2014 09:24

A estiagem registrada em Mato Grosso do Sul, com o consequente deslocamento da janela do plantio da soja em 30 dias, não deverá comprometer a produtividade do grão, mas afetará a segunda safra do milho do Estado. O milho safrinha, como é conhecido, é cultivado na mesma área, logo após a retirada da oleaginosa e ficará com o período de cultivo espremido.

O presidente da Aprosoja/MS – Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul, Maurício Saito, estima perdas elevadas com o atraso no ciclo desta safra. “O plantio de milho de 2015 sofrerá impacto, pois o cultivo depende de dois importantes fatores: da luminosidade, que fica comprometida com os dias mais curtos do inverno, e do clima, com maior risco de perdas devido a geada”, explica.

Os últimos números levantados pelo Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio – Siga confirmam: enquanto a última safra de milho atingiu 8,3 milhões de toneladas, a expectativa mais otimista para o ciclo 2014/2015 fica em torno de 8 milhões de toneladas de grão. Mato Grosso do Sul é o 3º maior produtor no ranking nacional do cultivo de milho e deverá cultivar 1,6 milhão de hectares de milharais.

Saito avalia que, no caso da soja, se o volume de chuva se mantiver na normalidade até o final de março, não haverá problemas com a colheita nem com a produção. Dados do Siga apontam que 60% dos 2,3 milhões de hectares previstos para cultivo do grão nesta safra já foi semeado, o equivalente a 1,56 milhões de hectares. No mesmo período do ano passado, 90% da área já havia sido plantada.

Entre os municípios com plantio mais adiantados estão Amambai e Aral Moreira, com 90%, e os mais atrasados são Pedro Gomes e Sidrolândia, que plantaram apenas 50% da área prevista.

Mato Grosso do Sul não está sozinho nos prejuízos com a estiagem. Mato Grosso e Paraná, importantes produtores de grãos, também sentem os reflexos do período de seca. Segundo o presidente da Aprosoja Brasil – Almir Dalpasquale, o clima tem provocado mudanças também fora do país. “O frio rigoroso acompanhado de forte geada nos Estados Unidos atinge a lavoura de milho e afeta consideravelmente a oferta. Melhor para o Brasil, já que o mercado favorece ao preço do grão”, comenta Almir.

A previsão de safras menores tanto no Brasil nos EUA elevou o preço do milho no Estado. No início de outubro, a saca de 60 quilos do grão foi negociada a um preço médio de R$ 15,78 em oito das principais praças do Estado, enquanto que o valor da comercialização fica hoje em R$ 20 reais, um aumento de 26,7%.

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Fonte: Famasul

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