Milho: Mercado dá continuidade ao movimento negativo e exibe leves perdas nesta 2ª feira em Chicago

Publicado em 01/12/2014 08:31 e atualizado em 01/12/2014 12:06

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) operam em campo negativo na manhã desta segunda-feira (1). Os contratos do cereal dão continuidade ao movimento de perda iniciado na sessão da última sexta-feira (28) e, por volta das 9h10 (horário de Brasília) exibiam quedas entre 4,50 e 5,25 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,70 por bushel.

De acordo com analistas, além do movimento de realização de lucros após as altas recentes, o mercado da commodity também tem sido pressionado pela movimentação negativa do petróleo e do ouro. "O ajuste substancial para o preço do petróleo continua a ser um empecilho para outras commodities", disse Hou Jun, estrategista de mercado em entrevista à agência internacional de notícias Bloomberg.

Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deve reportar o novo boletim de embarques semanais. Na semana anterior, o número ficou em 529,8 mil toneladas, aquém das expectativas do mercado que, estavam entre 560 a 810 mil toneladas. O departamento norte-americano também o relatório de acompanhamento de safras, depois do fechamento do mercado. Até a semana passada, cerca de 94% da área cultivada com o cereal já havia sido colhida. 

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:

Milho: Valorização do dólar impulsiona e preços terminam sessão com leves altas na BM&F

Pelo segundo dia consecutivo, os preços futuros do milho na BM&F Bovespa terminaram o pregão do lado positivo da tabela. As principais posições da commodity fecharam a sexta-feira (28), com valorizações entre 0,04% e 1,11%. O contrato março/15 era negociado a R$ 29,51 a saca.

A alta do dólar foi o principal fator de suporte aos preços na sessão de hoje. A moeda norte-americana terminou a sexta-feira cotada a R$ 2,5716, na venda, com ganho de 1,66%. Na máxima da sessão, o câmbio chegou a subir 2%, de acordo com dados da agência Reuters.

Inclusive, o câmbio foi uma das variáveis que elevou os preços do cereal nos últimos 45 dias e, fez com o preço atingisse os R$ 32,00 na bolsa brasileira. Paralelamente, o atraso no plantio da safra de verão, devido à irregularidade climática, também serviu para impulsionar as cotações do cereal.

Entretanto, com a acomodação do dólar e o retorno das chuvas para as principais regiões produtoras do país, trouxeram uma tranquilidade ao mercado. E a perspectiva é que os preços também busquem uma acomodação, conforme afirmam os analistas. Durante essa semana, especialmente, as regiões do Sudeste e Centro-Oeste, receberam precipitações, após um período seco no mês de outubro.

Para a semana entre os dias 3 a 7 de dezembro, as chuvas deverão ficar concentradas no Sudeste e Centro-Oeste. Os volumes acumulados deverão ficar entre 30 até 70 mm de precipitações. No período, no Rio Grande do Sul, o volume não deve ultrapassar 15 mm. Nos estados do Paraná e Santa Catarina, em algumas partes as chuvas devem chegar a 30 mm.

Na semana seguinte, entre os dias de 8 a 12 de dezembro, as previsões também indicam precipitações com volumes entre 30 a 70 mm, no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Os maiores volumes acumulados deverão ser observados em partes do RS, SC, PR, SP, MG e GO. As informações foram divulgadas pela Somar Meteorologia.

Em relação à safra brasileira, nesta sexta-feira, a consultoria Safras & Mercado informou que a produção deverá totalizar 75,48 milhões de toneladas na temporada 2014/15. O número representa uma queda de 2,2% frente à estimativa anterior. A consultoria ainda atribui a situação ao recuo na área cultivada com o cereal na primeira safra, ao redor de 6,2%. 

Já a segunda safra, permanece como uma incerteza, já que com o atraso no plantio da soja, em muitas localidades, a janela ideal de plantio está bastante comprometida. Com isso, muitos produtores já sinalizam a possibilidade de uma diminuição na área destinada ao grão ou até mesmo a redução nos investimentos, principalmente em tecnologia e adubos.

Mercado interno

No mercado interno, as cotações do milho terminaram o mês de novembro com ganhos entre 0,80% e 19,35%, segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. No Porto de Paranaguá, a saca encerrou a sexta-feira (28) negociada a R$ 27,50, se comparada com o primeiro dia do mês, o ganho acumulado é de 3,77%.

A praça de Jataí (GO), foi a registrou o menor crescimento, de apenas 0,80%, uma vez que os preços da saca subiram de R$ 20,00 para R$ 20,16. Na contramão desse cenário, em Tangará da Serra (MT), foi observada a maior elevação, de 19,35%, e o preço da saca do milho aumentou de R$ 15,50 para R$ 18,50. Em Cascavel (PR), as cotações também subiram, em torno de 13,51% e, passaram de R$ 18,50 e R$ 21,00.

Somente nesta semana, as cotações aumentaram 2,44% nas regiões de Ubiratã, Londrina e Cascavel, ambas cidades do Paraná, e terminaram a sexta-feira negociadas a R$ 21,00. Em Jataí (GO), os preços exibiram leve queda no acumulado dos últimos cinco dias, de 0,44%, com a saca do cereal negociada a R$ 20,16. Nas demais praças, a semana foi de estabilidade.

Os analistas explicam que, a demanda permanece aquecida e dando sustentação aos preços no mercado interno.  "O mercado interno segue comprador, a demanda é firme, especialmente do setor de rações. E a expectativa é que os compradores adquiram bons volumes do grão, nas próximas duas semanas, para garantir o abastecimento", afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. 

Bolsa de Chicago

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta sexta-feira (28) em campo negativo. Os contratos da commodity registraram perdas 2,25 e 2,75 pontos. A posição dezembro/14 era cotada a US$ 3,76 por bushel, depois de ter iniciado o pregão a US$ 3,77 por bushel.

As cotações futuras do cereal recuaram após o feriado do Dia de Ação de Graças, comemorado nesta quinta-feira nos Estados Unidos. De acordo com os analistas, o mercado registrou um movimento de realização de lucros depois dos ganhos nos últimos dias. Outro fator que têm impactado os preços das commodities, recentemente, é a movimentação negativa registrada nas cotações do petróleo e do ouro.

No pregão desta sexta-feira, as cotações do petróleo despencaram mais 7%, equivalente a mais de 700 pontos, e o barril cotado abaixo dos US$ 69,00. O movimento é uma continuidade da queda exibida no dia anterior, quando as cotações registraram a maior perda diária desde 2011 e, inclusive em algumas posições, os valores são os menores dos últimos quatro anos.

A queda tem sido observada desde que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu em não reduzir a produção. Conforme informações reportadas pela agência Reuters, a Arábia Saudita bloqueou os pedidos de membros mais pobres do cartel de cortar a produção para conter uma queda nos preços globais. Ainda segundo a agência, as cotações recuaram um terço desde junho em função de uma produção maior nos EUA, a partir de depósitos de xisto, frente à demanda fraca.

Mesmo assim, no acumulado da semana, os preços do milho apresentam ganhos entre 2,02% a 2,45%. Os preços têm encontrado suporte nos números da produção de etanol que, até o dia 21 de novembro, subiu 1,2% e atingiu 982 mil barris por dia, conforme dados da Administração de Informação de Energia reportados durante essa semana. 

Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou a venda de 109.736 mil toneladas do cereal para a Costa Rica. O volume deverá ser entregue na temporada 2014/15. Além disso, as vendas para exportação, também divulgadas nesta sexta-feira devido ao feriado, ficaram bem acima das expectativas dos participantes do mercado.

Até o dia 20 de novembro, os números ficaram em 944,9 mil toneladas referentes ao ciclo 2014/15. O volume representa uma alta de 4% em relação ao volume indicado na semana anterior, de 910 mil toneladas. A aposta do mercado era de um número entre 600 mil a 800 mil toneladas. No acumulado no ano safra, as exportações totalizam 21.580,6 milhões de toneladas, contra as 44,45 milhões de toneladas previstas pelo USDA para essa safra.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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